Resenha - Operation Mindcrime II - Queensryche
Por Rafael Carnovale
Postado em 14 de maio de 2006
Nota: 8
Não poderia haver estratégia de marketing mais bem planejada do que esta do Queensryche: anunciar que o próximo CD (sucedendo "Tribe") seria a continuação do clássico "Operation Mindcrime", fazer uma turnê tocando o clássico CD na íntegra e ir apresentando aos poucos algumas faixas deste novo CD com certeza atiçou a curiosidade até de quem não era fã da banda. Porque desde "Promised Land" (1994), a banda deu uma guinada de 180 graus em sua sonoridade (se é boa ou não é questão de gosto) e o lançamento desta continuação soaria muito prático para recuperar fãs perdidos pelos CD’s mais... experimentais... mas a banda não se deu por vencida e pôs no mercado um CD bem consistente... que dá continuação a história que ajudou a definir boa parte dos conceitos do metal e do prog-metal, com direito a participação de Pamela Moore (que já cantara na primeira parte da história) e de Ronnie James Dio, como o malvado e dominador Dr. X (posto que chegou a ser cogitado para Rob Halford).
E a banda mostrou que ainda manja tudo de metal: "I’m American" é uma faixa curta, direta e bem crua (quase punk), aonde Geoff Tate desfila seu vocal, se não com a mesma potência de antes ainda com muito talento, escorado pelas guitarras de Michael Wilton e Mike Stone, o baixo de Ed Jackson e a bateria de Scott Rockenfield. "One Foot In Hell" continua a história num ritmo bem hard, coisa que a banda não fazia a anos. "Hostage" já traz alguns elementos mais experimentais mixados ao metal mais tradicional, com um grande resultado, e "The Hands" é sem sombra de dúvida a melhor coisa já gravada pelo Queensryche em mais de 10 anos, com uma levada hard matadora.
O desenrolar do CD, além de trazer um aspecto muito intrigante a nova história, mostra que a banda soube como poucas contrabalançar o estilo mais tradicional dos anos 80 aos experimentos que marcaram seus últimos CD’s, como acontece em "Speed Of Light" e "Re-Arrange You". "The Chase" é a música dos sonhos de qualquer fã da banda, com Dio e Tate alternando vozes, num andamento candenciado e orquestrado. A parte final do CD traz consigo também um trabalho magnífico com elementos orquestrados, como na mágica "If I Could Change It All" e em "An International Confrontation". "All The Promises" carrega consigo as dúvidas do personagem em relação ao mundo e a si mesmo e encerra toda e qualquer perspectiva negativa deste CD, que se não tem faixas mágicas como seu antecessor (o que seria impossível), mostra-se constante, bem feito e muito bem colocado.
Com certeza este será alvo de vários debates entre fãs da banda, e muitos questionarão se valeu a pena macular o nome "Operation Mindcrime". Mais musicalmente a banda lançou um de seus melhores CD’s em vários anos, e uma turnê que tem tudo para ser mágica, se as duas partes forem executadas em sequência como é prometido pelo Queensryche. No geral, um bom CD... mas porque eu ainda acho que é burrice dar continuidade a álbuns clássicos?
Site Oficial: http://www.queensryche.com
Warner Music 2006 - NACIONAL
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