Resenha - Place Vendome - Place Vendome
Por Thiago El Cid Cardim
Postado em 20 de abril de 2006
Nota: 10 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O catedrático norte-americano Syd Field costuma dizer em seus livros de teoria de cinema que, para um roteiro funcionar de verdade, ele deve grudar o espectador na cadeira já nos 10 minutos iniciais. Guardadas as devidas proporções, se a mesma teoria puder ser aplicada ao mundo da música, então é possível dizer que "Place Vendome", o primeiro - e talvez único - disco do projeto homônimo, cumpriu esta regrinha com chave de ouro. Afinal, já na primeira faixa, "Cross The Line", o álbum agarra o ouvinte pelas orelhas, te fazendo sentir aquele "Ouch!" tipico de uma montanha russa na primeira subida. E até o final da viagem (ou, no caso, do CD), você não vai querer parar. E vai até pedir bis. Sem qualquer exagero, é um dos melhores álbuns que ouvi em 2006. Pelo menos até agora.
Place Vendome - Mais Novidades

Para ser bem sincero, juro que não esperava um material assim tão bom logo à primeira vista. É fato que as credenciais de "Place Vendome" não são poucas. Produção do mais que competente Dennis Ward, que também trouxe os músicos de sua excelente banda (Pink Cream 69), acrescentando ainda o tecladista e líder do Vanderplas, Günter Werno. Um supergrupo para ninguém botar defeito, que ainda tem ninguém menos do que Michael Kiske (de quem você deve lembrar graças a sua passagem por uma certa banda alemã) nos vocais. Mas, mesmo um tanto curioso, não estava assim tão empolgado para a minha primeira audição. E caí do cavalo.
"Place Vendome" - que é o nome de uma famosa praça francesa - é hard rock de primeiríssima qualidade, requintado e de muito bom gosto, com melodias deliciosas, daquele tipo que você vai querer inevitavelmente cantar junto e sentir aquela vontade de ouvir ao vivo só para poder sair chacoalhando o esqueleto - a contagiante faixa-título, por exemplo, já fala por si mesma. Esqueça o rótulo que a imprensa especializada adotou para o disco, o tal AOR (Adult Oriented Rock, ou "Rock Para Adultos") - e que um amigo crítico de música carinhosamente chama de "rock de tiozão". Sim, "Place Vendome" tem um tanto de Foreigner, Journey ou Europe, principalmente na abordagem das letras e até nas gostosas baladinhas como "I Will Be Waiting" ou "Too Late". Mas é definitivamente muito mais elétrico e pesado, com guitarras mais aceleradas e alucinadas.
Como era de esperar, o grande trunfo do projeto é mesmo a voz de Michael Kiske. Sobre o cantor, aliás, vale um parênteses: é fato que os headbangers têm motivo suficiente para odiar o cara. Mesmo participando dos discos de diversas bandas de metal (Gamma Ray, Edguy, Timo Tolkki, Masterplan, os brazucas Thalion e Tribuzy e as óperas metálicas Avantasia e Aina, entre outros) depois de sua saída do Helloween, ele continua afirmando publicamente que detesta heavy metal e hard rock. Realmente, é difícil de entender - já que até seus dois discos solo, "Instant Clarity" (96) e "Readiness To Sacrifice" (99), além do finado projeto pessoal SupaRed, tinham um pézinho no rock pesado, catso!
Ainda assim, chame você de "mercenário" ou não, é impossível negar que o sujeito tem um gogó invejável, um dos melhores e mais afinados da música pesada e, por que não dizer, do rock como um todo. Em "Place Vendome", ele não canta nenhum "I Want Out" da vida, mas desfila talento, carisma e uma interpretação cheia de personalidade. Ouça a delicada "Heavens Door" e confira o que ele faz indo direto para tons mais graves. Já em "The Setting Sun" (com ar de Whitesnake), por exemplo, Kiske atinge agudos altíssimos com uma facilidade tremenda, como se estivesse bocejando. Fato: como canta, este desgraçado.
Uma pena que o próprio Kiske tenha reclamado do resultado final, em sua eterna cruzada contra o rock pesado, acusando Ward de ter usado muitos overdubs nas guitarras para dar mais peso ao disco. Ele promete seu próximo disco solo, batizado somente como "Kiske", para maio. Com composições "livres" e teoricamente sem "qualquer relação com hard rock ou heavy metal", o álbum deve ser o mais "pessoal" de sua carreira. O que isso significa? Vamos saber em breve.
Line-Up:
Michael Kiske - Vocal
Uwe Reitnauwer - Guitarrista
Dennis Ward - Baixista
Kosta Zafiriou - Baterista
Günter Werno - Tecladista
Tracklist:
01. Cross The Line
02. I Will Be Waiting
03. Too Late
04. I Will Be Gone
05. The Setting Sun
06. Place Vendome
07. Heavens Door
08. Right Here
09. Magic Carpet Ride
10. Sign of The Times
Gravadora:
Hellion Records (www.hellion.com.br)
Outras resenhas de Place Vendome - Place Vendome
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
Dream Theater anuncia turnê que passará por 6 cidades no Brasil em 2026
O disco que Flea considera o maior de todos os tempos; "Tem tudo o que você pode querer"
Helloween fará show em São Paulo em setembro de 2026; confira valores dos ingressos
A banda de rock que deixava Brian May com inveja: "Ficávamos bastante irritados"
O guitarrista que Geddy Lee considera imbatível: "Houve algum som de guitarra melhor?"
A opinião de Ronnie James Dio sobre Bruce Dickinson e o Iron Maiden
Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
Como e por que Dave Mustaine decidiu encerrar o Megadeth, segundo ele mesmo
Lemmy lembra shows ruins de Jimi Hendrix; "o pior tipo de coisa que você ouviria na vida"
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
A maior banda, música, álbum e vocalista nacional e gringo de 1985, segundo a Bizz
O clássico álbum ao vivo "At Budokan" que não foi gravado no Budokan
Os dois discos do ELP que Carl Palmer disse que deveriam virar vasos


"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional
"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme


