Resenha - Crunch - Impellitteri
Por Maurício Gomes Angelo
Postado em 29 de março de 2004
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Crunch acabou se tornando, inesperadamente, o último álbum da parceria Chris Impellitteri/Rob Rock no Impellitteri, tendo a responsabilidade de ser o canto de cisne da banda. Se não o é, afinal clássicos são clássicos, fecha esse ciclo com chave de ouro.
À época já sabíamos que Chris e Rob Rock estavam aprontando coisa nova para esse cd, mais peso, vocais mais trabalhados e diferenciados, e uma ou duas baladas para atender ao pedido dos fãs. Pois foi tudo cumprido. Chris deve ter gravado centenas de guitarras para cada faixa desse álbum. A massa sonora entrega tudo, aumentando o peso certamente. A bateria está mais crua (Glen Sobel substitui muito bem o adorado Ken Mary), o baixo mais rápido e Ed Roth dá uma bela contribuição com seus teclados, ali no fundo, complementando brilhantemente o trabalho de uma banda entrosada.
Rob Rock também quis inovar. As músicas soam diferentes entre si e cada uma bem peculiar. Também gravou dois ou três vocais para cada música, vocal principal, secundário e um back. Sua voz cristalina está mais apurada no que nunca!
A produção está muito moderna, muito mesmo, contando com muitos efeitos sonoros, percussão e outras traquinagens (nada a ver com eletrônico, pelo amor de Deus!). No geral nada chega a comprometer; são renovações agradáveis, escolhidas pela banda, a não ser por Wasted Earth que de tão sofisticada periga se tornar antipática.
A trinca Beware Of The Devil/Turn Of The Century e Speed Demon, que abre o álbum, é o exemplo mor do heavy metal correndo nas veias desses americanos. Chris devia estar muito nervoso ao gravar esse álbum; a velocidade transborda pelas faixas, os riffs são emendados em seqüência com primor, deixando um impacto fulminante; baixo, bateria e teclados chegam velozes, técnicos e encorpados até Rob Rock disparar sua voz enlouquecida.
Forever Yours é a balada do álbum, criada a pedidos dos fãs, já que o Impellitteri nunca costumou ter baladas em seus álbuns. É uma bela música com um pé no hard rock. Rob Rock dosando a voz levando-a a um patamar muito interessante, semi-acústica. Possui um ótimo espírito e grande atuação de todos os músicos.
A virtuose e técnica de Chris é bastante conhecida no Japão e Europa, mas porque tanto se fala nele? É só ouvir Texas Nuclear Boogie e Spanish Fire para entender. Velocidade absurda (ou "faster than speed of light" se preferir), técnica apurada, escalas debulhadas, palhetadas alternadas, salto de cordas, tapping, acrobacias, malabarismos, xeque-mate, fandango, polska, slapping, invenções e o diabo a quatro, a personificação de um guitar hero, tudo isso claro, com seu jeito muito próprio e peculiar de compor e tocar.
Fear No Evil junto com Slay The Dragon são as faixas mais agressivas do álbum. A primeira chega a ser covarde de tão boa. Sabe aqueles riffs pesadões e encorpados, palhetados com cadência e deixando sentir todo o peso em impactantes ondas sonoras? Pois é, some isso o vocal soberbo de Rob Rock nessa faixa, bem agressivo, refrão inesquecível, guitarras técnicas e cozinha segura. Fica como minha preferida do álbum por deixar a melhor impressão possível de uma grande banda.
O maior prazer de um fã do Impellitteri é abrir um encarte e ver estampado lá:
All Lyrics by Rob Rock
All Musics by Chris Impellitteri
Isso foi válido por 10 anos, e o prazer de ouvir álbuns maravilhosos durante esse tempo foi garantido. A partir daí cada um seguiria seu caminho, sem deixar de produzir música de altíssima qualidade. Crunch é o último exemplo dessa fantástica dupla do heavy metal mundial.
Formação:
Rob Rock - Vocal
Chris Impellitteri - Guitarras
James Amelio Pulli- Baixo
Edward Harris Roth - Teclados
Glen Sobel - Bateria
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Graham Bonnet lembra de quando Cozy Powell deu uma surra em Michael Schenker
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
Regis Tadeu elege os melhores discos internacionais lançados em 2025
Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
A performance vocal de Freddie Mercury que Brian May diz que pouca gente valoriza
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
O clássico absoluto do Black Sabbath que o jovem Steve Harris tinha dificuldade para tocar
A primeira e a última grande banda de rock da história, segundo Bob Dylan
O álbum dos Rolling Stones que é melhor do que o "Sgt. Peppers", segundo Frank Zappa
Max, Andreas, Fernanda e Prika falam sobre Lemmy; "Esse cara fuma 40 cigarros de uma vez?!"
Os 50 melhores álbuns de 2025 segundo a Metal Hammer
A faixa do Iron Maiden que ficou com 5 minutos a mais do que eles imaginaram
O hino do Black Sabbath - e do Metal - que Tony Iommi acha supervalorizado
O baterista que ameaçou encher Ronnie James Dio de porrada caso ele lhe dirigisse a palavra
Shows não pagam as contas? "Vendemos camisetas para sobreviver", conta Gary Holt
A estrada brasileira e a icônica dupla sertaneja que inspiraram "Infinita Highway"
Edu Falaschi: o fax com convite de seleção para o Iron Maiden
A sincera opinião de John Lennon sobre George Harrison e ele mesmo como guitarristas


Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



