Resenha - In Rock - Deep Purple
Por Marcos A. M. Cruz
Postado em 25 de dezembro de 1999
Embora tenha passado por diversas formações ao longo de sua existência, o Deep Purple sempre contou com músicos virtuosos em suas fileiras, que desde o início asseguraram excelente qualidade aos seus trabalhos. Porém seus primeiros álbuns não emplacaram, talvez devido ao fato de haver uma certa indefinição quanto ao direcionamento musical à ser adotado. Seus três primeiros discos continham uma mescla de material próprio com covers executadas de uma forma um tanto classicosa (influenciados pelo Vanilla Fudge), graças à liderança musical exercida pelo tecladista Jon Lord, liderança esta que culminaria no "Concert For Group And Orchestra", um dos primeiros álbuns à juntar uma banda de Rock com uma Orquestra Sinfônica.

Porém somente com o lançamento do "In Rock" em junho de 1970 que o Purple finalmente encontrou a fórmula do sucesso e ao mesmo tempo inscreveu seu nome com destaque nos cânones roqueiros; de fato este disco se tornou um álbum seminal não somente para a carreira do grupo mas também para a história do Rock, influenciando tanto bandas contemporâneas quanto outras que vieram depois.
Logo à primeira audição percebe-se uma ênfase maior na guitarra de Blackmore, que até então havia ficado um pouco à sombra dos teclados de Jon Lord; outro fato é que resolvem aderir de vez ao hard-rock tocado no volume máximo, como disse Roger Glover: "Se tivesse que escolher uma imagem para nos simbolizar neste álbum, seria a dos medidores do VU estarem sempre à direita, na faixa vermelha, durante as gravações". Porém isto não significa que Jon houvesse arrefecido em sua contribuição ao grupo; ao contrário, um dos méritos da banda foi justamente a elaboração de faixas ricamente arranjadas, criando um som com passagens "viajantes" e ao mesmo tempo "pesadas". Para isto contribuía não somente as intervenções de Jon, mas também o baixo preciso de Roger Glover, a bateria de Ian Paice, a guitarra de Blackmore (que criou uma verdadeira escola com seu estilo "escaleiro" de tocar), e os vocais de Ian Gillan - um dos pontos altos é "Child In Time", no qual ele demonstra porquê é considerado um dos melhores vocalistas da história do Rock.
Ao contrário de grande parte de seus contemporâneos, que adotavam temáticas sobrenaturais/esotéricas ou "cabeça", a grande maioria de suas letras eram descompromissadas, deliciosamente inconseqüentes e bem humoradas, vide "Speed King" que enaltece a velocidade ou "Living Wreck" (Você disse que era uma virgem/cheia de promessas e mistérios/mas eu sei que você/vai me encrencar/pois todo mundo diz que você é uma puta...).
Seus concertos tornaram-se bastante concorridos, pois costumavam fazer longas jams nos quais os músicos mostravam sem nenhum pudor toda sua técnica, seguindo à risca a escola criada pelo Cream um pouco antes.
Nos anos subseqüentes passam por muitas crises, mudanças de formação, direcionamento musical (tal qual grande parte das bandas inglesas da época resolvem aderir à influência soul), acabando por se separar no final da década de 70, retornando somente na década seguinte. Apesar de tudo gravaram mais alguns excelentes álbuns, dentre eles o Machine Head - mas isso é assunto para outra Discografia Básica...
Track List:
Speed king (curiosamente algumas edições em vinil omitiam parte da introdução)
Bloodsucker
Child in time
Flight of the rat
Into the fire
Living wreck
Hard lovin' man
Ritchie Blackmore (guitarra)
Ian Gillan (vocais)
Roger Glover (baixo)
Jon Lord (teclados)
Ian Paice (bateria)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O primeiro supergrupo de rock da história, segundo jornalista Sérgio Martins
A melhor banda ao vivo de todos os tempos, segundo Corey Taylor do Slipknot
Iron Maiden vem ao Brasil em outubro de 2026, diz jornalista
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
O lendário guitarrista que é o "Beethoven do rock", segundo Paul Stanley do Kiss
O baterista que parecia inatingível para Neil Peart; "muito além do meu alcance"
Por que Dave Mustaine escolheu regravar "Ride the Lightning" na despedida do Megadeth?
Guns N' Roses teve o maior público do ano em shows no Allianz Parque
A opinião de Ronnie James Dio sobre Bruce Dickinson e o Iron Maiden
Prika Amaral explica por que a Nervosa oficializou duas baixistas na banda
Guns N' Roses lança duas novas canções
O improviso do Deep Purple após noite inteira de farra que virou canção clássica
Os onze maiores álbums conceituais de prog rock da história, conforme a Loudwire
Os 50 melhores álbuns de 2025 na opinião da Classic Rock
A banda que gravou mais de 30 discos inspirada em uma única música do The Doors
O hit do Engenheiros do Hawaii que é o único que Regis Tadeu acha "interessante"
A música do Ramones que Renato Russo usou para compor "Que País é Este?"


A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
Os dois guitarristas que são melhores que Ritchie Blackmore, de acordo com Glenn Hughes
Glenn Hughes celebra 28 anos de sobriedade; "Pela graça de Deus, estou vivendo uma vida limpa"
A banda que Ritchie Blackmore se envergonha de ter feito parte; "Você aprende com os erros"
Os quatro clássicos pesados que já encheram o saco (mas merecem segunda chance)
As maldades que os fãs fizeram com Steve Morse no Deep Purple, segundo o próprio
Deep Purple continuará "até onde a dignidade humana permitir", declara Ian Gillan
O guitarrista que Mick Jagger elogiou, e depois se arrependeu
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Clássicos imortais: os 30 anos de Rust In Peace, uma das poucas unanimidades do metal



