Resenha - Grave Digger - Grave Digger
Por Bruno Coelho
Postado em 25 de dezembro de 2002
Nota: 8
Acho interessante como tem gente que fica falando por aí que agora nem o metal é música verdadeira, que metaleiro quer é dinheiro, que todos foram corrompidos... Tem gente que ainda insiste com essa babaquice de "o metal morreu, mano! O lance é techno!". Eu não sei como aguento escutar essas merdas e não dar um bog¹ na cara destes mentecaptos! Você pega um disco como este "The Grave Digger", bota no som e só consegue pensar: "Morreu? Ultrapassado? Sem graça? Coisa de retardado? Do que que esse povo tá falando? ISSO É METAAAAAAAAL!!!!". Aí tú sai pelo quarto, quebrando tudo feito touro touro², suando como porco, berrando como urso! Como pode alguém achar que quem fez um disco tão sério como esse e que faz metal isento de modismos há vinte anos pode ser um vendido? Chame qualquer banda de vendida, mas não essa aqui!
Seguinte, se você ainda não conhece Grave Digger vou te explicar o esquema dos caras: a banda é "das antiga", o som é mais durão e direto, bem na cara mesmo, saca? É guitarrona, bateria com "dois bumbão", baixão, vocal grave e rasgado e aquele clima épico, refrões a serem cantados como se fossem "canções de guerra".
Bom, geralmente o Grave Digger é assim, só que neste álbum a coisa muda de figura um pouquinho. O som é mais sombrio que o normal! Se o disco passado (Excalibur) era sobre o Rei Arthur da Távola Redonda, agora o tema são os contos de Edgar Allan Poe, que são aterrorizantes e, vez por outra, apresentam sarcasmo e humor negro. O som ficou um pouquinho mais arrastado do que o esperado mas as guitarras ganharam mais peso e os riffs são fantásticos! Se você gosta da velha escola do metal, com aqueles riffs certeiros como uma machadada do Gimli³, pode ter certeza que vai encontrá-la aqui.
Pra você que já conhece o Grave Digger há tempos, saiba que esse é um álbum dos mais bem trabalhados da banda, cortesia da guitarra ultra competente do novo guitarrista da banda, Manni Schmidt, ex-Rage. Nem deu pra sentir falta do antigo guitarrista, Uwe Lulis, que saiu da banda em 2000, após a tour de comemoração dos 20 anos da banda.
Quanto às canções, devo dizer que "Son of Evil", "The Grave Digger", "Spirits of the Dead" (minha favorita), "King Pest" e "Funeral Procession" merecem grande destaque. Ainda temos dois momentos interessantíssimos em "The House" e "Silence" onde Chris Boltendahl resolve entrar de cabeça no clima soturno dos contos de Poe e fazer uso de vocais limpos também. O disco fecha com uma bela versão de "Running Free" da Donzela de Ferro³³.
Se você escutar este disco e ainda assim achar que não existe mais honestidade no metal, que as pessoas que escreveram este disco só pensam em dinheiro, que a música deles é pobre e que você tem que escutar coisas mais evoluidas musicalmente, por favor, dê uma olhada nos discos que possui e me responda... quantos discos do Limp Bizkit você tem? TODOS?
Indicado: para amantes de metal sem firula, pra quem não tem nada do Grave Digger, pra quem não liga pra
orquestrações e neoclassicismos e para quem só quer
bater cabeça, sem ter que parar pra pensar como foi
que o guitarrista conseguiu fazer aquele solo.
Proibido: para quem não está a fim de conhecer os medalhões do metal e pra quem acha que Korn é bem melhor que Black Sabbath.
¹ Bog é o mesmo que soco, murro. Como dizem no Maranhão: "TE dou-LHE um BOG!"
² Touro touro é aquele touro que, além de já ter nascido chifrudo, foi traído por Dona Vacalinda.
³ Gimli, é um anão guerreiro, personagem de J. R. R. Tolkkien em O Senhor dos Anéis, que por muitas vezes lembra um touro touro².
³³ Ah não! Vai me dizer que tú não sabe que a Donzela de Ferro é o Iron Maiden!?!? Pelamordedeus... eu devia te dar um BOG¹ no olho!
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps