A banda grande que cantor do Grave Digger cutucou: "Ninguém sabe quem são os membros"
Por Gustavo Maiato
Postado em 12 de setembro de 2025
O heavy metal alemão é conhecido por cultivar tradições e manter uma identidade sonora forte. Poucas bandas representam isso tão bem quanto o Grave Digger, que lançou recentemente o álbum "Bone Collector". Formado em 1980, o grupo de Chris Boltendahl construiu sua carreira com riffs pesados, letras sombrias e uma estética que mescla fantasia e história. Agora, mais de quatro décadas depois, a banda volta a ser assunto entre os fãs ao adotar uma sonoridade que o próprio vocalista descreve como um retorno às origens — e ao provocar uma comparação com outra grande banda da cena atual.


Em entrevista a Gustavo Maiato do Whiplash.Net, Boltendahl afirmou que "Bone Collector" é especial justamente por resgatar o som característico do Grave Digger. "Decidimos trabalhar novamente como um quarteto, sem firulas. Nada de teclados ou grandes vocais de apoio. Queremos reproduzir nos palcos exatamente o que fazemos no estúdio, porque somos uma banda de música feita à mão. Não há MacBook escondido no fundo do palco", disse. Para ele, esse formato simples e direto fez com que muitos fãs considerassem o disco o melhor desde "Return of the Reaper" (2014).

O álbum traz faixas como "Kingdom of Skulls" e "Graveyard Kings", que exploram imagens de morte, caveiras e narrativas obscuras. "Não existe um conceito único. É como se o Reaper fosse um contador de histórias no trono, falando para as caveiras à sua frente. Mas também tratamos de outros temas: ‘The Rich, the Poor, the Dying’ fala sobre pessoas vivendo nas ruas, olhando para os ricos em seus carros. Fizemos até uma referência ao Dire Straits: em vez de ‘Money for nothing and chicks for free’, criamos ‘Money for nothing and death for free’", explicou o vocalista. Outras músicas abordam personagens sombrios da história, como o comandante de Auschwitz em "Whisper of the Damned" e o mafioso Robert "Iceman" Kuklinski em "Killing Is My Pleasure".

Entre os integrantes, destaque para o baixista Jens Becker, presente desde os anos 1990 e hoje o segundo membro mais longevo da formação. "Ele é muito importante. O Grave Digger é uma banda em que os fãs buscam se identificar com todos os membros. Diferente de outras bandas em que só o vocalista importa, e ninguém liga para quem mais toca", afirmou Boltendahl, antes de cutucar o Sabaton: "Veja o Sabaton: trocaram quatro ou cinco integrantes e ficaram ainda mais populares, mas poucos sabem os nomes dos novos membros."
A observação é curiosa já que o Sabaton é hoje um dos grupos mais bem-sucedidos do metal europeu. Mas Boltendahl defende que, no caso do Grave Digger, a identidade coletiva é fundamental. "Jens é uma figura cult para os fãs, também por ter tocado no Running Wild. Ele até brinca que não gosta quando aparecem com capas daqueles discos para autografar, mas faz parte da vida dele. E os fãs respeitam isso."

Confira a entrevista completa abaixo.

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