Resenha - Gates of Oblivion - Dark Moor
Por Leandro Testa
Postado em 23 de setembro de 2002
Nota: 6 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
De onde? Espanha? O amigo leitor provavelmente terá dificuldade para se lembrar de alguma banda espanhola de renome mundial. E se o assunto for Heavy Metal piorou. Os mais saudosistas lembrar-se-ão de Baron Rojo, famosa banda formada no fim dos idos anos 70, seguindo a linha NWOBHM; outros se lembrarão de Tierra Santa, Mago de Oz e com um pouquinho mais de esforço, de alguns nomes sem muita expressão. Mas lhe pergunto: e metal cantado em inglês? Daí para frente nem com a ajuda dos universitários...
Talvez por isso, o Dark Moor já seja digno de aplausos, pois desde 1994 vem levantando a bandeira metálica de seu país, a fim de tirá-lo do anonimato no cenário heavy mundial e alegrar um pouco os seus conterrâneos por tamanha lacuna em um território daquele tamanho (pouco menor que o Estado da Bahia). Tendo lançado seu primeiro álbum somente em 1999, denominado "Shadowland", a banda vem mantendo a regularidade de um lançamento por ano, sendo eles "The Hall of the Olden Dreams", com uma produção bastante superior ao defasado debut, e o mini-CD "The Fall of Melniboné". Acabou de colocar nas prateleiras este que vos resenho e não perdendo tempo, prometem uma edição especial a ser lançada em abril de 2003, que contará com as musicas "The Shadow of the Nile", inclusa na versão nacional de "The Gates of Oblivion" como ‘bonus track’, uma versão orquestrada de "Dies Irae (Amadeus)", cuja canção original também está aqui presente, a faixa-título de seu MCD e "The Mistery of Goddess", que somente saiu no Japão.
O som, conhecido como Power Metal Sinfônico ou Épico, permeia entre o ‘barroco’ do Rhapsody e a ‘correria’ do Sonata Arctica, sem chegar ao peso de um Nightwish, ainda que em breves momentos o apresentem como influência. Você aperta o ‘PLAY’ e logo lembra da banda italiana em "In the Heart of Stone" (se não for a cara do Rhapsody, é pelo menos o focinho). Em seguida, da banda finlandesa em "A New World", que discorre sobre o homem que colocou o ovo em pé, Colombo. Tudo isso é abrilhantado pela voz contralto de Elisa C. Martin, marcante e que apesar de não ser agressiva como tal, mata um pouco das saudades e do vácuo deixado por Federica de Boni quando da sua saída do White Skull. (sim, uma mulher cantando como homem, nesse mundo em que, atualmente, se costuma fazer o contrário).
Apesar da falta de originalidade, os resultados em músicas como "Nevermore", "By the Strange Paths of Destiny" e "Starsmaker (Elbereth)", são bastante satisfatórios. Esta última, aliás, apresenta uma linha de guitarra bastante interessante, alguns cacoetes progressivos e, como o próprio nome já acusa, uma letra que trata da ‘Valier’ Varda (Elbereth em sindarin), a "Rainha das Estrelas", personagem de "O Silmarillion" do mestre J.R.R. Tolkien.
O problema é que acaba por aí. Você vê técnica e potencial na banda, mas se quer um conselho de amigo, não passe da sétima faixa (que, desconsiderando as duas ‘vinhetas’ perdidas ali no meio, são coincidentemente as mesmas supracitadas). Daí em diante o negócio descamba feio, somente sendo amenizado pela balada "Your Symphony", bonitinha, nos moldes do Nightwish. Ademais, faixas que caem na mesmice, em nada acrescentam à sua bagagem musical, inflando sim, a sua outra ‘bagagem’ (se você for homem).
Pensei seriamente em dar uma nota 7, até que, por fim, chegou a última música, "Dies Irae (Amadeus)", com seus 11 minutos e 10 segundos, partes cantadas em latim, alguns bons momentos, lampejos de calmaria e um mínimo de oito minutos de pura cacofonia. Bem, jurei para mim mesmo que a escutaria inteirinha pela 2ª vez, afinal tinha de resenhar o CD, e com certo esforço consegui. Isso só veio a corroborar que o ‘grand finale’ de "The Gates of Oblivion" apenas poderia ter sido mais dolorido se houvesse uma recaída ‘pop’ ou com batidas eletrônicas. Por que não colocar ali algo flamenco, ou de outro estilo espanhol? Teria sido muito melhor! O engraçado é que eu acessei alguns ‘charts’ e os fãs a vem apontando como a sua música predileta. OK, então tenho que me redimir??? Que nada! Parece que eles se preocuparam em colocar as melhores músicas primeiro, e vai ser desagradável assim lá nas ‘charnecas escuras’... Tem que rir pra não chorar... Talvez, por isso, tenham optado por fazer uma versão orquestrada dela (o estrago deverá ficar menor).
Outro detalhe: existem três vinhetas de teclado no disco, inclusive a faixa-título é uma delas, e quando o ‘meu amigo Betão’ (Robert Peña de Camus) veio aqui em casa pedir o meu Yamaha PSR200 ‘boqueta’, não hesitei em emprestá-lo. Só depois fui me lembrar que ele era ‘mono’, sendo, portanto, uma ‘peña’ tudo ter saído aquém do planejado, assim como também é uma ‘peña’ o fato dele já ter desistido da banda pelas alegadas questões pessoais (vejam como estou triste...)
Para finalizar, chegamos ao momento derradeiro da versão nacional, a faixa-bônus, que mostra a banda apostando num estilo gothic/doom, algo bastante atípico à sua proposta musical. Isto demonstra que o Dark Moor pode alçar novos vôos, tentando novas influências, evitando discrepâncias, para que dessa mescla surja algo novo e quiçá uma identidade própria. Enquanto isso não se realizar, serão apenas figurantes sustentados pela voz impostada de Elisa C. Martin, no momento o maior chamariz do Dark Moor, e que também estará participando da segunda parte do projeto Infinity de Beto Vasquez, a sair em 2003. Aliás, sem essa moça, eles estariam ‘na roça’, ou melhor, no meio de uma tourada...
Duração - 62:08 (13 faixas)
Material cedido por:
Rock Brigade Records/Laser Company Records
Para obter músicas deste álbum, acesse:
http://www.rockbrigade.com.br/rbrecords
http://www.dark-moor.de
http://www.arisemetal.com
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Show do AC/DC no Brasil não terá Pista Premium; confira possíveis preços
A banda com quem Ronnie James Dio jamais tocaria de novo; "não fazia mais sentido pra mim"
A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
Steve Morse admite ter ficado magoado com o Deep Purple
A única música do Pink Floyd com os cinco integrantes da formação clássica
Download Festival anuncia mais de 90 atrações para edição 2026
Os álbuns esquecidos dos anos 90 que soam melhores agora
Tuomas Holopainen explica o real (e sombrio) significado de "Nemo", clássico do Nightwish
76 brasileiros estão registrados com o nome Ozzy
Valores dos ingressos para último show do Megadeth no Brasil são divulgados; confira
O solo que Jimmy Page chamou de "nota 12", pois era "mais que perfeito"
O melhor disco do Anthrax, segundo a Metal Hammer; "Um marco cultural"
A música do Kiss que Paul Stanley sempre vai lamentar; "não tem substância alguma"
A melhor música que Bruce Dickinson já escreveu, segundo o próprio
Como político Arthur do Val aprendeu a tocar "Rebirth", do Angra, segundo o próprio
O baixista preferido de Lemmy, do Motörhead; "nunca ouvi ele tocar uma nota errada"
Aimee Osbourne: por que a filha de Ozzy não quis participar do "The Osbournes"
A resposta de Edu Falaschi depois que Adrian Smith rejeitou seu pedido de fã


Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto



