Resenha - Reveal - R.E.M.
Por Thiago Sarkis
Postado em 04 de julho de 2001
Nota: 7
A magistral apresentação do R.E.M. no Rock In Rio III, fez crescer a expectativa do público em torno do novo álbum do grupo. Porém, esse falatório e a responsabilidade que caiu sobre os ombros de Michael Stipe e seus companheiros, parecem não ter gerado bons resultados.
Mesmo com toda a experiência de décadas de carreira, a banda não soube administrar o peso de ser considerada por alguns, como o maior acontecimento do pop rock atual. Trocando em miúdos: "Reveal" não passa de um disco bom, com alguns momentos gloriosos. Para ser mais preciso, com quatro de doze composições valendo realmente a pena.
Se a primeira impressão ficasse, eu diria que este álbum estaria próximo à perfeição, já que a faixa de abertura, "The Lifting", e as três subseqüentes, "I’ve Been High", "All The Way To Reno (You’re Gonna Be A Star) e "She Just Wants To Be", são sensacionais e figuram facilmente entre as melhores composições da carreira do R.E.M. No entanto, essa escrita não funciona e depois de eliminar o êxtase inicial, fica fácil notar que da quinta à última música, o disco caminha por pequenas montanhas e profundos abismos.
"Disappear", "Saturn Return" e "Beat A Drum" têm boas passagens, mas suas melodias vocais são demasiadamente repetitivas e alguns efeitos gênitos da modernidade as atrapalham bastante. Depois delas temos "Imitation Of Life", que é um caso a ser tratado a parte.
Fica óbvio que a escolha de "Imitation Of Life" como primeiro single e vídeo clip do novo álbum, é coisa de gravadora. Escolheram a música mais alegrinha, de instrumental mais simples e letra totalmente perdida, cheia de idéias desconexas jogadas para todos os lados. Tudo esperado e natural na era de Backstreet Boys e ‘N Sync, mas, de toda forma, é lamentável constatar que nós, ouvintes, somos vistos como abestalhados dançantes, incapazes de ouvir algo mais reflexivo.
Na seqüência aparecem "Summer Turns To High", "Chorus And The Ring", "I’ll Take The Rain" e "Beachball", que mostram mais uma vez um R.E.M. irregular, com muitos altos e baixos.
Os fãs com certeza vão curtir, já que o disco tem um direcionamento definido e a marca do R.E.M. estampada. Todavia, está longe de ser um trabalho que firme a banda no topo da vertente mais ‘light’ do rock. Outros conjuntos e o próprio grupo liderado por Michael Stipe, já lançaram coisas bem superiores.
Site Oficial – http://www.remhq.com
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