Resenha - Diversos - Pizzicato Five
Por Catarina a Grande
Postado em 11 de agosto de 2000
O Japão, durante a década de 90, pontuou o cenário pop com revelações bastante criativas: Shonen Knife, Cornelius, e o Pizzicato Five.

Desde que despontou para o mundo no disco de estréia, "Made in USA" - o álbum que apresentava "Japan’s coolest combo to US and the whole world" - o Pizzicato Five sempre foi muito incensado pela crítica por causa de sua fórmula simples: reproduzir o "easy listening", estilo sacramentado por Burt Bacharach nos anos 60.
Agora, no Brasil, a gravadora Trama lançou em edição nacional quase toda a discografia da dupla japonesa, que era uma dupla de rapazes nos anos 80, a qual se adicionou um vocal feminino nos anos 90, reduzindo-se depois à dupla Maki-Yasuharu. Um atraso de seis anos, mas nada que retire o mérito da escuta. Ponto para a lendária gravadora independente Matador, que lançou a banda; ponto para a Trama, por estar disponibilizando o ótimo catálogo da Matador, respeitando encartes e edições originais.
Se o sonho de muitos japoneses era ter nascido nos Estados Unidos, o sonho do Pizzicato Five era ter vivido na Swinging London. A sua marca registrada é justamente aliar o elegante figurino sessentista da vocalista Nomiya Maki – missisaias, estampas geométricas, cabelo bem assentado, óculos de gatinho ou Jackie O. – com o som simples, repleto de metais (como o Wall Of Sound criado por Phil Spector para a Motown das Supremes e Marvelettes). Tudo muito, muito chique e básico.
O fato de as letras serem em japonês não é problema, e sim mais um charme, e você pode acompanhar a letra tanto em japonês quanto na tradução para o inglês. E aí se descobre que são canções de mensagem curta e direta: a vida é diversão. Portanto, se você tinha um amigo metidinho que se gabava por gostar do Pizzicato Five, só para fazer pose de cool, não culpe a banda – o seu amigo é que nunca soube o quanto o Pizzicato foi sempre avesso à pompa.
O álbum de estréia, "Made in USA" (1994), trouxe inclusive uma faixa cujo clip foi razoavelmente executado na MTV Brasil, "Twiggy Twiggy". A receita do P5 estava dada – easy listening com boa dose de drum’n’bass, tendência techno que já era moda a partir de 1994.
No álbum seguinte, "Happy End Of The World By Pizzicato Five" (1997), a boa dose de drum’n’bass virou um porre, fazendo as canções se perderem em devaneio techno. A "brodagem" no meio techno rendeu um álbum de remixes que só agravou a chatice de tantos doops and loops – por que remix tem que ser tão monótono, estéril e metido a modernoso?
Austin Powers deve ter dado uma dura na dupla, e o P5 felizmente voltou mais "sóbrio", com "Playboy Playgirl" (1999). Uma discretíssima presença de drum’n’bass misturou-se ao easy listening alegríssimo, no melhor álbum feito pela dupla Yasuharu e Maki.
"Qual a primeira coisa que você pensou quando acordou de manhã – foi sobre as más notícias que você ouviu na sua cama ontem à noite? Embaixo da janela há um carro que está sempre esperando por você – um rolls-royce amarelo (...) a velocidade da sua vida está acelerando; Deus lhe deu alguma dica? O rolls-royce amarelo" (Yellow Rolls-Royce) – Pegue o seu também com o Pizzicato Five.
Integrantes: Konishi Yasuharu, featuring Nomiya Maki.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O guitarrista preferido de Mark Knopfler, do Dire Straits, e que David Gilmour também idolatra
Bangers Open Air divulga line-up da próxima edição, com In Flames, Fear Factory e Jinjer
Os 11 melhores álbuns de progressivo psicodélico da história, segundo a Loudwire
Nova música do Megadeth desbanca - temporariamente - Taylor Swift no iTunes dos EUA
Nick Holmes diz que há muito lixo no nu metal, mas elogia duas bandas do estilo
O subestimado guitarrista base considerado "um dos maiores de todos" por Dave Mustaine
A banda de forró que se fosse gringa seria considerada de rock, segundo produtora
Brent Hinds - O ícone do heavy metal que não gostava do estilo - nem de conceder entrevistas
Nicko McBrain compartilha lembranças do último show com o Iron Maiden, em São Paulo
Regis Tadeu detona AC/DC e afirma que eles viraram "banda cover de luxo"
As melhores de Ronnie James Dio escolhidas por cinco nomes do rock e metal
Danilo Gentili detona Chaves Metaleiro e o acusa de não devolver o dinheiro
As 3 teorias sobre post enigmático do Angra, segundo especialista em Angraverso
O principal cantor do heavy metal, segundo o guitarrista Kiko Loureiro
A canção proto-punk dos Beatles em que Paul McCartney quis soar como Jimi Hendrix
Os três solos de guitarra listados por Jeff Beck como seus favoritos
Jô Soares comprou uma obra de arte do Rock por causa do Regis Tadeu
O dia que Paul McCartney questionou apelido: "Bon Jovi, por que você me chama assim?"
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
O disco que "furou a bolha" do heavy metal e vendeu dezenas de milhões de cópias



