Resenha - I'm A Bluesman - Johnny Winter
Por Marcos A. M. Cruz
Postado em 21 de outubro de 2004
Johnny Winter é uma lenda viva, fato consumado. Consumado também é o fato dos excessos de toda uma vida, aliado a uma saúde frágil, terem transformado o lendário albino em uma pálida sombra do que foi. Aliás, é quase um milagre estar ainda viva esta lenda viva!

Por isso não esperava muito deste novo trabalho, primeiro inédito em cerca de sete anos, e para se ter uma idéia, sequer estava muito animado em conferir a turnê que ele faria em nosso país este ano, que no final das contas acabou sendo cancelada, haja visto não ser exatamente um fãnático, pois receava ver no palco uma lenda viva, mais lenda do que viva, infelizmente.
Pois surpreso e contente fiquei com o álbum! Claro que não dá para comparar com os clássicos do passado, mas ele traz boas canções, executadas de maneira límpida e firme - nada de excepcional, mas um bom disco para se ouvir em uma tarde plácida, pois Mr. Winter há anos deixou de lado as estripulias guitarrísticas e mergulhou fundo em suas raízes blueseiras, adotando aquela máxima que diz "tocar Blues é como fazer sexo: quando se é jovem, pensa-se que basta ser rápido para convencer; quando se envelhece, a experiência mostra que o grande lance é tocar cada nota no lugar e na hora certa".
Boa parte dos créditos devem ser concedidos também à excelente banda de apoio, calcada basicamente nos mesmos que costumam acompanhá-lo ao vivo, ou seja, Scott Spray no baixo, Wayne June na bateria e James Montgomery na gaita, além de Reese Wynans (tecladista que trabalhou com Stevie Ray Vaughan) e Paul Nelson na guitarra, que embora alguns desavisados associem a outros gêneros, pois além de ter sido aluno de Steve Vai e haver galgado sucesso em uma banda de Heavy Metal (Liege Lord), trafega com desenvoltura pelo Blues, tanto que é co-autor de três composições deste álbum, incluindo a faixa-título, que de acordo com Paul, é uma tentativa de retratar a biografia do lendário bluesman albino.
É verdade que em alguns momentos fica claro que Johnny está no limite de suas forças, mas ainda assim é ele quem brilha ao longo do disco, que naturalmente está calcado no Blues, mas traz uma grande variação entre as faixas, recheadas de riffs, solos e algumas partes acústicas.
Enfim, não é um trabalho que vai trazer novos fãs para o guitarrista, porém os velhos admiradores com certeza ficarão bastante satisfeitos, tal qual eu fiquei.
Viva a lenda e longa vida à lenda!
Faixas:
I'm a Bluesman
Cheatin' Blues
I Smell Smoke
Lone Wolf
So Much Love
Monkey Song
Shake Down
Sweet Little Baby
Pack Your Bags
Last Night
That Wouldn't Satisfy
Sugar Coated Love
Let's Start All Over Again
Total Time: 51:10
Formação:
Johnny Winter (vocals, guitars)
James Montgomery (harmonica)
Paul Nelson (electric guitar)
Scott Spray (electric bass)
Wayne June (drums)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Novo disco do Megadeth pode ter cover do Metallica - e a pista veio de Mustaine
Bangers Open Air dá pistas sobre as próximas bandas do line-up
Festival Sonic Temple anuncia 140 shows em 5 palcos para 2026
Tecladista anuncia que o Faith No More não volta mais
O álbum "esquecido" do Iron Maiden nascido de um período sombrio de Steve Harris
Megadeth terá uma música com "Puppet" no título em seu último álbum
Axl Rose é criticado por sua voz após Guns N' Roses homenagear Ozzy com cover no Brasil
System of a Down está no melhor momento da carreira, diz Serj Tankian
Documentário de Paul McCartney, "Man on the Run" estreia no streaming em breve
O único guitarrista que, para Lindsey Buckingham, "ninguém sequer chega perto"
Fabio Lione e Luca Turilli anunciam reunião no Rhapsody with Choir & Orchestra
O Mr. Big acabou mesmo? Billy Sheehan, baixista da banda, responde
As 10 melhores músicas da fase progressiva do Genesis segundo leitores da revista Prog
A música pesada e direta do Dream Theater que é "curta" e acabou virando "hit"
O hit da Legião Urbana que Mamonas Assassinas foi argumento para ser vetado de disco
Ney Matogrosso: "Cazuza queria que eu tomasse remédio de AIDS para ficar na mesma onda"


Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto
"Hollywood Vampires", o clássico esquecido, mas indispensável, do L.A. Guns
"Hall Of Gods" celebra os deuses da música em um álbum épico e inovador
Nirvana - 32 anos de "In Utero"
Perfect Plan - "Heart Of a Lion" é a força do AOR em sua melhor forma
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental



