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Rodolfo Abrantes: A carreira do vocalista em 3 tempos

Por Maik Antunes
Postado em 07 de agosto de 2020

1994-2001 – Raimundos: "Eu quero é ver o ocoooo!"

Estava tudo ali: hardcore, punk, ska, reggae e ritmos nordestinos, combinados de um modo original para embalar temas como sexo, maconha ou situações inusitadas do cotidiano… Tudo, porém, com um humor altamente persuasivo, intercalado, vez por outra, por momentos de sanidade e consciência social. Assim tomava a cena rock nacional dos anos 90 a banda formada por Rodolfo, Digão, Fred e Canisso… que, se por um lado, cativava as atenções por não seguir na mesma e, àquela altura, já manjada trilha do chamado "rock de protesto", por outro, não fazia mais que captar, como poucas de suas contemporâneas, o espírito de uma época – marcada, como era, pela banalização cultural que a vivência democrática recém-adquirida naturalmente proporcionaria, em se tratando de Brasil.

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No comando do Raimundos, despontava um Rodolfo que, embora discretamente debochado e, do ponto de vista musical, visivelmente despretensioso, atuava, também, como um "abre alas pro rock" num país em grande medida rendido ao pagode e à bundalização da mídia, sobretudo, televisiva. "Só no Forévis", lançado em 1999, sintetizava – e de forma mais eficiente que qualquer outro disco até então feito pela banda –, fosse em suas letras, sonoridade, clipes ou na própria capa, aquele contexto… contra o qual direcionava certa carga de sarcasmo e um "tapinha" de som pesado. Embora o Raimundos nunca se resumisse a Rodolfo, a saída deste, por razões religiosas – e justo no momento em que o som dos caras começava a "ultrapassar a barreira das AM’s, FM’s e elevadores" –, deixaria mais que evidente o quanto sua presença era de importância, talvez até vital, para a continuidade da banda. Esta, a partir de então, teria que se banhar em suor para que, sempre diante do risco de "sucumbir à acefalia", conseguisse se manter de pé e assim retomasse (mais uma vez) sua árdua caminhada rumo ao topo, de onde Rodolfo pôde ser visto e ouvido pela última vez…

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2002-2004 – Rodox: "Cansei de rodar"

Não demorou muito para que – após o choque de sua saída do Raimundos – Rodolfo desse as caras novamente, e, dessa vez, com uma nova e promissora banda. Muito embora não se apresentasse como gospel, a primeira impressão que se tinha do Rodox não podia ser outra, devido, justamente, ao discurso abertamente cristão de Rodolfo, que, em versos como "o caminho que escolhi é o estreito", "nada do que fui dá saudade" e "todo passado é arquivo morto", anunciava o início de uma nova trajetória, não apenas sonora, mas, acima de tudo, pessoal.

Formado – e muito bem formado! – por Marcus Ardanuy e Pedro Nogueira (substituído depois por Marcelo Magal) nas guitarras; Patrick Laplan (seguido, um tempo depois, de ninguém mais ninguém menos que Canisso!) no baixo; DJ Bob nos recursos eletrônicos e Fernando Schaefer na rápida, minuciosa e arrasadora bateria, o Rodox trazia um som violentamente pesado e, ao mesmo tempo, surpreendentemente melódico. "Eu acho o Rodox, musicalmente falando, muito melhor que o Raimundos. Os músicos eram muito melhores, a música era muito mais trampada, o som era mais sério… Era uma coisa que eu não tinha vergonha de botar pra minha mãe ouvir, como eu tinha com o Raimundos", diria Rodolfo, o qual, por sua vez, revelar-se-ia um notável compositor, que, apesar de expressar, basicamente, sua experiência de vida e conversão à fé cristã, sabia, como poucos, selecionar e associar, do modo mais apropriado, as palavras pelas quais deixaria seu recado. Do ponto de vista do aspecto religioso, teria sido, sem dúvida alguma, o compositor que o chamado rock gospel no Brasil, até então, jamais teve, porque conseguia, a seu modo, fugir do óbvio, além de cativar a atenção mesmo dos ouvidos mais distraídos.

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A incompatibilidade ideológica entre Rodolfo e os demais integrantes da banda chegaria, entretanto, ao ponto de Fernando Schaefer, em pleno show na cidade de Salvador, dar um chute na bateria [!], colocando fim à possibilidade de o Rodox tornar-se o grande nome do hardcore no Brasil… e reduzindo ainda mais, mesmo àquela altura, a já pequena lista de grupos que, do mainstream nacional, fossem dignos do rótulo "bandas de rock". "Aquela bosta que a gente fez na Bahia foi só pra cumprir agenda", explicou-se o baterista Fernando. "Não tenho absolutamente nada contra o Rodolfo, só que, realmente, não dava mais pra banda continuar dividindo o palco com um vocalista completamente diferente de todos, principalmente no que se refere a crenças, religião, gosto musical e estilo de vida". E então, mais uma vez, Rodolfo sairia de cena, deixando não só dois belos e consistentes registros como também a sensação, principalmente aos que sentiam sua falta no Raimundos, de que vê-lo no Rodox era algo, ao menos, compensador…

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2006 "até o fechamento desta edição" – Rodolfo Abrantes: "Santidade ao Senhor"

Anos depois, viria a confissão: "O Rodox, com todas as besteiras, foi uma banda legal… Era uma banda que eu queria usar como veículo pra pregar o Evangelho, mas eu também usei como desabafo, o que foi uma coisa negativa. Tinha muita mágoa nas músicas, muita resposta, muita necessidade de afirmação… Tinha um peso, assim, de ranço… que não era gostoso". E, para a tristeza dos que ainda sonhavam com algum retorno, o cantor arrematou: "Hoje eu não consigo ouvir nenhuma música do Rodox, porque me lembra uma época muito triste… porque eu tava trabalhando tanto ataque, tanta crítica, tanto ódio das pessoas vindo pra cima de mim… coisa que eu nunca tinha experimentado na vida… Aquilo ali também era uma grande vaidade minha, sem dúvida alguma…"

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"Até o fechamento desta edição"… que Rodolfo parece estar bem pessoalmente, disso não resta a menor dúvida, ainda mais considerando as exaustivas demonstrações que tem dado. Do ponto de vista de sua música, entretanto, faltariam motivos para dizer o mesmo, a julgar pelos discos lançados hoje em dia numa carreira gospel, em que aquelas muito bem elaboradas composições da época do Rodox – mesmo as abertamente cristãs (como "Cego de Jericó", por exemplo) – dão lugar a letras que, independentemente de agora limitadas ao esquema de "Louvor e Adoração", conseguem, sem muito esforço, passar despercebidas – embaladas, como vêm sendo, por uma sonoridade pouco convincente.

Mas… no final das contas, o que é que realmente importa? A resposta de Rodolfo saberíamos muito bem… Contudo, aos que acompanham, desde o início, sua trajetória musical, esperar por trabalhos que, independentemente da orientação ideológica, tragam a mesma qualidade de outrora é algo absolutamente permitido, mesmo sabendo estes "fiéis seguidores" que estariam definitivamente condenados a se contentar com as boas e velhas lembranças sonoras de um tempo que, ao que tudo indica, não mais voltará…

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Originalmente publicado em:
Maik Pop Blog - Um blog de Cultura Pop
https://maikpopblog.wordpress.com/2011/10/01/em-03-tempos-rodolfo-abrantes/

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Sobre Maik Antunes

Mestre em História Social (Unimontes/MG), apaixonado por música em geral e autor do livro "A Cor e a Fúria: uma análise do discurso racial dos Racionais MC's" (Paco Editorial).
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