Rádio Ipanema FM: como foi a Festa de 30 Anos no Bar Opinião

A rádio Ipanema comemorava seus 30 anos de existência, e para isso, trouxe uma leva de bandas e nomes que marcaram a história da rádio e de quem os acompanha por três décadas. Quando o cast foi anunciado, com doze atrações, ficou claro que o Bar Opinião, em Porto Alegre, iria receber um grande publico e que a casa ficaria lotada. A correria para conseguir os ingressos, que se esgotaram rapidamente, deu lugar a preços exorbitantes nas mãos dos cambistas, que desfilavam pela fila com preciosidades que muitos não conseguiram a tempo. Com tantas bandas que levariam público em massa, o show deveria ter sido em um local maior, com certeza o Pepsi On Stage era uma boa pedida, teríamos local cheio, pois não era apenas um show, foi praticamente um "mini festival".

Em meio ao público que ainda chegava e com os locutores dando boas vindas ao público, a primeira atração foi NEI LISBOA, que trouxe para a noite um show típico de petiscos, snooker e livros de cabeceira. É uma vibe muito boa, e para ir aquecendo os trabalhos, uma boa pedida e um ícone. Ao sair do palco NEI LISBOA deu uma pequena entrevista sobre sua ligação com a rádio, seus discos e como foi fazer aquele show. Ali, ficou claro que o sistema de som, para a parte vocal, estava muito baixo. E isso só foi corrigido muito mais a frente, infelizmente.

Depois veio a banda DINGO BELLS, com um trabalho que beirava a perfeição na parte vocal, a banda mostrou um entrosamento incrível para as melodias e os coros ao microfone. O trio de sopros que acompanhava a banda deu um show à parte, além de engraçados, os músicos eram muito competentes e voltariam ao palco para acompanhar mais bandas no decorrer da noite. Foi notável que muitos dos presentes não conheciam o grupo, mas o público se empolgou rápido com uma banda que mostrou um trabalho sério, querendo fazer bonito na festa que estava presente, e fez.

Em meio ao calor quase que insuportável dentro do Opinião, com um sistema de ar condicionado que não estava dando conta do recado, ou trabalhando no modo econômico, sem contar a cerveja cara e nem tão gelada. Seguimos com mais atrações que não se habituaram ao publico, que esperava a segunda parte do cast da noite, já com um pouco de ansiedade. Em meio a JULIO RENY, outra figura icônica, que trouxe ainda MÁRCIO PETRACCO para os trabalhos da guitarra, e esse dispensa apresentações. Tivemos ainda a banda FUNKALISTER, com um trabalho incrível de instrumental, mas que não empolgou o publico como os locutores da rádio anunciaram e talvez esperassem. Para uma boa surpresa, o reggae apareceu com o PRODUTO NACIONAL, que aparentava ser um grão de arroz no meio do feijão que eram as bandas de rock anunciadas, mas mesmo assim fez um belo show e saiu do palco muito aplaudida. Destaque para o saxofonista do grupo, que deu um show de carisma o tempo todo.

TONHO CROCCO, a voz da banda ULTRAMEN, se apresentou em show solo em meio há um clima de grande expectativa, mas o espetáculo foi um pouco morno, pelo menos por parte do publico, que não fez a festa que todos esperavam. CROCCO se saiu bem apenas no final da sua apresentação, quando soltou DÍVIDA, um já clássico hino por aqui. Além de ser muito atencioso com quem quis tirar fotos com ele pelos corredores do Bar Opinião, CROCCO não viu seu nome ser lembrado sem que a ULTRAMEN fosse citada, e assim, fez uma apresentação simplória.

A banda VERA LOCA, umas das mais esperadas e aclamadas da noite, respondeu no palco o que todos queriam: Rock n’ Roll! Mesmo com o áudio do vocalista mais baixo que o digno, o publico gritou com fervor as canções do grupo, que agitou muito com A VIDA É DE GRAÇA logo de inicio. Mas em BORRACHO Y LOCO que a banda viu o ápice do publico em sua apresentação. Como de praxe, a banda fez um belo cover dos australianos do AC/DC para HIGHWAY TO HELL, e foi nele que ficou claro que o som do microfone do vocalista estava muito baixo, uma pena, mas mesmo assim foi um dos melhores shows da noite e a VERA LOCA vem sendo um dos principais pontos positivo de rock na atualidade.

O punk rock comeu solto e direto com a TEQUILA BABY. Com passagem rápida pelo palco, a banda não perdeu tempo e disparou clássicos ao lado de novas canções. Tivemos VELHAS FOTOS, BALADA SANGRENTA e 51, por exemplo. Mesclando com CONTANDO ESTRELAS e MULHER PROBLEMA, que fazem parte do ultimo disco do grupo e que já são conhecidas do público que esperava pela banda. Um dos pontos mais alto da noite foi em MENINA LINDA, clássico absoluto. A banda incendiou o palco com pouco mais de 30 minutos de show, mas saiu de lá ovacionada. Isso ficou claro pelo pedido de "mais um" e porque depois da saída da banda do palco, boa parte dos presentes simplesmente foi embora quando a TEQUILA BABY resolveu ir pra casa.

Quem também passou por lá foi a BIDÊ OU BALDE, nome que trás respeito ao cenário do rock gaúcho. Mas a banda não conseguiu segurar o público, que aos poucos ia deixando a casa. Para quem ficou, viu uma apresentação muito empolgante e cheia de hits, como MESMO QUE MUDE e a pérola nostálgica de MELISSA. Um ponto divertido do show foi quando a banda entoou a jam de À LA MINUTA, e a canção fala mesmo sobre o prato. Coro em "à la minuta, à la minuta". O feijão e o ovo não ficaram de fora. Ninguém esqueceu também da batata frita.

Em meio aos shows, tivemos sorteio de duas bicicletas nas cores da rádio Ipanema, uma amarela e outra preta. Engraçado foi que um dos ganhadores não foi ao show e mesmo assim não houve outro tipo de sorteio para os presentes. E quanto ao ganhador da segunda bike, aos berros gritando que estava presente, uma das apresentadoras da rádio simplesmente fazia de conta que não o via, ou era "meio surda". Se não fosse o público gritar o nome do ganhador e apontar onde o rapaz estava, ele não voltaria pra casa de magrela nova. Outro ponto muito vergonhoso foi o torneio de "air guitar", totalmente desnecessário. E não por ser air guitar, existe até campeonato mundial sobre isso, mas os nossos concorrentes aqui, foram vaiados pelo publico, pois suas "habilidades" com as cordas inexistentes eram precárias. Mas, houve um ganhador, que levou para casa uma guitarra de presente, guitarra de verdade, claro. E os perdedores ganharam também uma guitarra para air guitar e vão ficar na lembrança de uma coisa completamente fora de sintonia e das vaias do público.

Outra banda que subiu ao palco foram os rapazes dos CARTOLAS. Uma grande banda, mas no meio da madrugada, quando o público começa a entoar que está indo embora, a banda teve um trabalho árduo de continuar com a animação de uma plateia cansada, com calor e querendo logo ir pra casa. Trabalho difícil para os rapazes, mas eles deram o melhor que tinham e foram muito aplaudidos. Outra banda que saiu prejudicada, talvez pelo horário e pela mescla estranha das apresentações, foi a ROSA TATTOOADA, um ícone supremo do hard rock e que fez um belo show, mesmo que para poucos presentes. CARBURADOR, TARDES DE OUTONO e O INFERNO VAI TER QUE ESPERAR fizeram a alegria dos saudosistas, mas a nova canção REZAR NÃO VAI TE LIVRAR DO FIM soa melhor ainda ao vivo, poderosa canção. Uma grande banda, não era por menos esperar que fosse mais um grande show da noite, e foi. Power trio de primeiríssima qualidade.

Os trabalhos foram encerrados por nada menos que OS REPLICANTES, supremacia absoluta quando se fala da vasta e rica história do rock gaúcho e nossos representantes, que nos enchem de orgulho. Uma pena a casa não estar cheia para um dos ícones do punk rock nacional, mas quem ficou, viu um dos melhores shows da noite, o que não era surpresa. Foi assim que se deu o fim de uma grande noite, com grandes bandas e grandes shows. O lado ruim disso tudo foi que algumas bandas saíram prejudicas pelo sistema de som, em caráter muito baixo até a TEQUILA BABY subir no palco. O publico também sofreu com um calor desnecessário, completamente desnecessário. Para trinta anos de uma rádio como a Ipanema, a festa foi boa, mas poderia ter sido melhor. Como exemplo, fica o festival de 8 (apenas oito) anos do Tio Remi, que rolou em Igrejinha/RS meses atrás e que segurou a plateia até o raiar do dia, embaixo de tempestade e com um publico gigantesco, longe da capital gaúcha. Tínhamos tudo para um dia histórico, tínhamos bandas para a grande massa, mas em algum ponto, erros simples podem nos fazer aprender e às vezes, custam caro.

Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | Alex Juarez Muller | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Efrem Maranhao Filho | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacker | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jesse Alves da Silva | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Jorge Alexandre Nogueira Santos | José Patrick de Souza | Juvenal G. Junior | Leonardo Felipe Amorim | Luan Lima | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcus Vieira | Maurício Gioachini | Mauricio Nuno Santos | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Richard Malheiros | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |

Festa de 30 Anos – Rádio Ipanema FM
NEI LISBOA
DINGO BELLS
JULIO RENY
FUNKALISTER
PRODUTO NACIONAL
TONHO CROCCO
VERA LOCA
TEQUILA BABY
BIDÊ OU BALDE
CARTOLAS
ROSA TATTOOADA
OS REPLICANTES

Bar Opinião/POA – RS