Mr. Big e Sebastian Bach (Vivo Rio, Rio de Janeiro, 28/04/2024)

Fotos por: Liny Oliveira

Domingo clássico de calor no Rio de Janeiro, e quem não conseguiu ir no festival Summer Breeze Brasil em São Paulo, teve a oportunidade de assistir três bandas do gênero Hard Rock. A príncipio, oficialmente seriam Mr. Big e Sebastain Bach, a banda croata Jelusick foi meio encaixada de última hora, que também aborda um pouco de heavy metal em seu repertório, inclusive muitos que estavam no local nem sabiam que teria outra apresentação além dos que estavam anunciados.

Recebida de braços abertos, a Jelusick entra no palco do Vivo Rio às 19h45, com muita energia e carisma, deixando o pequeno público presente bem impressionado. Dino Jelusick (vocal), Ivan Keller (guitarra), Luka Broderick (baixo) e Mario Lepoglavec (bateria) tem uma energia contagiante no palco, a dobradinha de Luka e Ivan deixou de boca aberta os presentes, eles são muito carismáticos e tem uma presença de palco incrível. Depois de alguns problemas no som, fica tudo bem e o show flui intensamente com a voz potente de Dino.

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Divulgando o álbum "Follow the blind man" (2023), fizeram uma vibrante apresentação arrancando muitos comentários positivos do público que parecia não conhecer muito bem a banda, mas foram plenamente recebidos com muita atenção e admiração.

Após 1 hora de apresentação dos desconhecidos croatas, mas muito bem recebidos e elogiados, Sebastian Bach entrou no palco por volta das 21 horas, como ilustração, no fundo estava um banner com a pintura feita por seu pai, que foi capa do álbum "Slave to the Grind" de 1991 do Skid Row, com a casa mais cheia, porém não lotada, sendo plenamente recepcionado por seu apelido "Tião" , como é popularmente conhecido aqui no Brasil, é indiscutivelmente percebido que ele é um cara de muita energia, empolgação e carisma. Com todo o gás Sebastian inicia o set com seu mais recente single "What Do I Got The Lose" que foi visivelmente reconhecido logo de cara pelos fãs fervorosos.

Dando sequência, Sebastian emenda seis hits do Skid Row, entre eles autografa encartes e Lp's em cima do palco mesmo durante a apresentação, ao longo do show, como desde sempre, "Tiao" tentava se comunicar em português com a plateia, usando uma "cola" e arrancando muitas risadas de seus fãs, mas também agradeceu muito pelos 35 anos de rock n' roll, deixando o sorriso estampado no público presente.

A essa altura de sua apresentação é muito perceptível que Sebastian já não tem mais aquela potência de quando era jovem nos anos 90, quando performa "Slave to the Grind" é necessário um esforço a mais, mas ainda hoje com 56 anos não deixa a "peteca cair" e dá todo seu máximo para fazer uma ótima apresentação , vibrante e muito animada, sempre interagindo e sorrindo muito para o público. Com alguns problemas técnicos, "Rattlesnake Shake" levou um tempo para ser executada de fato, tendo que parar por quatro vezes até conseguir dar certo, mas isso não abala os fãs que estavam sedentos por ouvir mais sucessos do Skid Row.

Com todo seu carisma e simpatia, Sebastian é muito solícito e joga algumas garrafas de água para o pessoal que está na grade, após isso começam um coro uníssono "Tião, Tião, Tião" , e Sebastian responde: "Rio, Rio, Rio" , nisso ele dá uma palhinha de "Rio de Janeiro" de Barry White, e na bateria Andy Sanesi acompanha em ritmo de samba, Sebastian improvisa junto a isso a letra de "Youth Gone Wild" , e para completar arrisca alguns desajeitados passos de samba, apenas um verdadeiro show de talentos.

"Tião" apresenta sua banda de apoio, que dessa vez conta com Brent Woods na guitarra, que também se apresentou com Gene Simmons no Summer Breeze Brasil, Clay Eubank (baixo) e Andy Sanesi (bateria) , chegando próximo ao final do show as mais clássicas e certamente mais esperadas pelos fãs, "Monkey Business" com direito a um trechinho de "Tom Sawyer" do Rush , "Wasted Time" à capela, "I Remember You" em homenagem aos falecidos Lemmy Kilmister, Eddie Van Halen, Taylor Hawkins e Joey Ramone, e como de praxe "Youth Gone Wild" para finalizar.

Sebastian Bach só nos deixa a certeza que nestes 35 anos de rock n' roll foi um cara muito polêmico, mas ainda assim muito carismático e simpático, deixando o público com gostinho de quero mais.

Após um considerável atraso, o quarteto americano Mr. Big que era a atração principal da noite entra no palco do Vivo Rio para fazer sua turnê de despedida "The Big Finish" , e já chegaram incendiando tudo com "Addicted to That Rush", novamente tendo que admitir aqui, a voz de Eric também já esteve bem melhor no seu auge no final dos anos 80, mas ainda assim é muito agradável de ouvir. Billy Sheehan e Paul Gilbert dispensam maiores apresentações, são dois monstros em cima do palco, é sempre um deleite assistí-los. Nick D’Virgilio fica no lugar do antecessor Matt Starr na bateria, substituindo o saudoso Pat Torpey, que nos deixou em 2018 devido a complicações decorrentes da doença de Parkinson.

E vem a enxurrada de clássicos com muita energia, característica do Mr. Big, e todos cantando juntos: "Daddy, Brother, Lover, Little Boy", com a sua furadeira, já conhecida por todos, , "Alive and Kickin’ e "Green-Tinted Sixties Mind". Sem esquecer das lindas baladas "Just take my heart", "To be with you" e "Wild World" ( que é cover de Cat Stevens, mas particularmente minha preferida ).

Perto do fim há uma troca de instrumentos entre eles, o que é algo muito bacana, tocaram o cover "Good Lovin´" (The Olympics), onde Eric ficou no baixo, Billy Sheehan na voz, Nick D’Virgilio pegou a guitarra e Paul Gilbert na bateria. Na sequência mandaram "Colorado Bulldog" e pra fechar mais um cover "Baba O’Riley" do The Who.

O Mr.Big só deixou muitos sorrisos no rosto do público, confundido com aquele sentimento de tristeza por ser sua última passagem pelo Brasil, mas com a alegria da sua história que ficará pra sempre marcada em nossos corações.

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