Gojira e Mastodon: após oito anos, os monstros do heavy metal voltam a tocar em São Paulo
Resenha - Gojira e Mastodon (Espaço Unimed, São Paulo, 14/11/2023)
 Por Diego Camara
Por Diego Camara
Postado em 18 de novembro de 2023
O Espaço Unimed estava bastante cheio para o que se esperava um dos melhores shows de Heavy Metal do ano. Após oito anos de espera e um grande aumento na quantidade de fãs das bandas, Mastodon e Gojira se uniram para um empreendimento selvagem: a Mega Monsters tour está tomando os palcos do mundo. Confira abaixo os principais detalhes do show, com as imagens de Fernando Yokota.
MASTODON
O Mastodon foi subir ao palco às 20h20m em ponto, e o som do palco estava em altíssimo nível desde a primeira música. A excelente performance da banda chamou a atenção, encantando desde o início com a abertura de "Pain with an Anchor" seguida pela clássica "Crystal Skull".
 

O público cantou e gritou muito pela banda, que entregou uma performance excelente. O trabalho potente das guitarras em "Sultan’s Curse" elevou ainda mais o humor do público, que aplaudiu com muita vontade, seguindo a um orgasmo de notas de "Bladecatcher".

 
O show soava como uma espécie de B side do Mastodon, com a maioria dos grandes sucessos da banda sendo escanteada. "Black Tongue", um dos grandes sucessos do "The Hunter", veio para mudar isso: nesta o público cantou com vontade, puxando o refrão da música junto com Troy Sanders e fazendo o coro acompanhando o solo.

Pouco depois, o Mastodon lançou uma performance muito boa de "The Czar". Música arrastada, mais progressiva, os fãs acompanharam o som da banda com as lanternas dos celulares, fazendo uma introdução criptica para a canção. O muro de som das guitarras aqui funcionou brilhantemente, mantendo a característica arrastada da música já conhecida do "Crack the Skye". O público aqui foi brilhante, e o solo de guitarra foi de arrepiar, fechando a música antes do refrão derradeiro, cantado a plenos pulmões pelo público.
 

"High Road" veio pouco mais a frente, outro grande sucesso da banda que entrou no setlist. O público cantou muito nessa, com grande destaque. Na sequência a banda lançou "More than I Could Chew", puxada por um teclado brilhante na sua introdução e os vocais arrastados de Sanders e Dailor, com enorme carga emocional.

 
Chegando ao final do show, a bateria de Dailor brilhou novamente em "Steambreather". É chover no molhado o trabalho que o baterista realiza no Mastodon, que o gabarita para um dos melhores de sua geração e a música como a melhor do "Emperor of Sand". Fechando o show, não poderia faltar o retorno ao clássico álbum da baleia com "Blood and Thunder", onde o público cantou muito e foi a loucura no fechamento do show.

 
A apresentação do Mastodon foi extremamente satisfatória no seu geral. Apesar disso, creio que é bom fazer ressalvas quanto ao setlist que foi apresentado, que sinceramente ficou muito abaixo do que se espera da banda que nunca conseguiu realizar uma apresentação completa no Brasil.

Não só ele foi curto, como também ficaram faltando muitos sucessos da banda - enquanto músicas lado B de alguns discos não faltaram. É difícil imaginar o motivo de músicas como "Teardrinker", do último disco, ou "The Motherload" ou "Oblivion", grandes sucessos dos seus álbuns, serem deixadas de fora. Se falarmos de músicas comuns na turnê deste ano, é bem infeliz também que "The Wolf is Loose" e "March of the Fire Ants" também nunca tenham sido tocados.
 

Fica, neste caso, a promessa feita por Dailor que a banda retornará em breve ao Brasil, para finalmente poderem presentear os fãs com algumas performances que, apesar de serem comuns ao público do Mastodon pelo mundo, ainda não chegaram nos shows brasileiros.

 
Setlist Mastodon
Pain With an Anchor
Crystal Skull
Megalodon
Divinations
Sultan's Curse
Bladecatcher
Black Tongue
The Czar
Halloween
High Road
More Than I Could Chew
Mother Puncher
Steambreather
Blood and Thunder
GOJIRA
Com 15 minutos de atraso para o horário esperado, os franceses do Gojira subiram ao palco do Espaço Unimed para o seu show. A banda realmente alçou um novo nível com o público brasileiro após performance incrível no Rock in Rio, alcançando um público que seria antes inimaginável para eles: sair de um show no Carioca Club, onde não chegou sequer a esgotar os ingressos para uma performance em uma das maiores casas de show de São Paulo é uma conquista tremenda.

 
E a banda merece todo este reconhecimento e colhe os frutos de um excelente trabalho. Recepcionando os brasileiros no show com "Born for One Thing", uma das excelente músicas do último lançamento "Fortitude", a banda abriu com aquela pancada e o público acompanhou, cantando com vontade o refrão. O foco aqui é todo na bateria de Mario Duplantier, que dá um show de rapidez e muita técnica.

O início teve uma sequência extremamente violenta, que seria digna de um final de show. A começar por "Backbone", seguida por dois dos maiores sucessos da banda: "Stranded", que fez o público cantar junto seus versos principais, com uma performance rápida e poderosa de Christian Andreu, seguida pela música da baleia, com sua introdução ambiental enigmática feita com perfeição, que leva ao clímax da parte final da música.
 

O Gojira realmente fez deste setlist, diferente do Mastodon, uma real coletânea dos grandes sucessos da banda com uma bela quantidade do último disco. A sequência inicial funcionou muito bem, pegando o público pelo pescoço, e manter o ritmo pareceu muito fácil para a banda: "The Cell" e "The Art of Dying" mantiveram o ânimo lá em cima, fazendo o público cantar com muita vontade e contando com um instrumental forte, grosseiro e rápido.
 

Já na parte final do show, o Gojira ainda lançou mais uma sequência poderosa: "Silvera" é outra das indispensáveis. O público cantou muito essa, puxando forte o refrão, mas o que brilha aqui é novamente o instrumental grandioso e emocionante que a banda entrega como poucas na atualidade.

 
Na sequência, Joe parou o show para ensinar o público a fazer o coro de "The Chant", ficando extremamente surpreso de que muitos dos presentes já sabiam fazer a sequência da música. O forte instrumental aqui capta mais uma vez o público, e a interação com a banda chega ao seu ápice. "L’enfant sauvage", a última, foi uma excelente escolha do repertório para finalizar a parte principal do show: explosiva e visceral, como a marca da banda.

 
Não demorou muito, e voltaram para fazer o bis: escolheram para abertura "The Heaviest Matter of the Universe", uma das músicas mais pesadas do "From Mars to Sirius": uma escolha excelente para manter o humor do público lá no alto. "Amazonia", no Brasil, não poderia faltar, e ela veio logo em seguida: o palco em chamas, o instrumental poderoso e os vocais crus se contrapõem ao público, que cantou demais do início ao fim.

 
Para fechar o show, "Gift of Guilt". Não é das músicas mais esperadas do público, mas funciona muito bem: puxada por uma introdução instrumental repetitiva, serve muito bem como um hino para fechar o show de maneira genial. O público bateu cabeça com vontade, e muitos ali, apesar do tardar da noite, não queriam deixar o show. A química criada entre o Gojira e o público é realmente mágica e explica como a banda simplesmente foi catapultada de desconhecida a uma queridinha dos fãs brasileiros.

 Rogerio Antonio dos Anjos  | Everton Gracindo  | Thiago Feltes Marques  | Efrem Maranhao Filho  | Geraldo Fonseca  | Gustavo Anunciação Lenza  | Richard Malheiros  | Vinicius Maciel  | Adriano Lourenço Barbosa  | Airton Lopes  | Alexandre Faria Abelleira  | Alexandre Sampaio  | André Frederico  | Ary César Coelho Luz Silva  | Assuires Vieira da Silva Junior  | Bergrock Ferreira  | Bruno Franca Passamani  | Caio Livio de Lacerda Augusto  | Carlos Alexandre da Silva Neto  | Carlos Gomes Cabral  | Cesar Tadeu Lopes  | Cláudia Falci  | Danilo Melo  | Dymm Productions and Management  | Eudes Limeira  | Fabiano Forte Martins Cordeiro  | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva  | Filipe Matzembacher  | Flávio dos Santos Cardoso  | Frederico Holanda  | Gabriel Fenili  | George Morcerf  | Henrique Haag Ribacki  | Jorge Alexandre Nogueira Santos  | Jose Patrick de Souza  | João Alexandre Dantas  | João Orlando Arantes Santana  | Leonardo Felipe Amorim  | Marcello da Silva Azevedo  | Marcelo Franklin da Silva  | Marcio Augusto Von Kriiger Santos  | Marcos Donizeti Dos Santos  | Marcus Vieira  | Mauricio Nuno Santos  | Maurício Gioachini  | Odair de Abreu Lima  | Pedro Fortunato  | Rafael Wambier Dos Santos  | Regina Laura Pinheiro  | Ricardo Cunha  | Sergio Luis Anaga  | Silvia Gomes de Lima  | Thiago Cardim  | Tiago Andrade  | Victor Adriel  | Victor Jose Camara  | Vinicius Valter de Lemos  | Walter Armellei Junior  | Williams Ricardo Almeida de Oliveira  | Yria Freitas Tandel  |
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Sem dúvidas os presentes estiveram de frente a um trabalho de excelência. A Mega Monsters Tour é uma demonstração da qualidade das bandas dessa geração que estão tendo o reconhecimento tão merecido. A apresentação também foi demonstração da excelência do Espaço Unimed e da Move Concerts que conseguiram trazer de maneira técnica e séria o melhor das bandas.

Setlist Gojira
Born for One Thing
Backbone
Stranded
Flying Whales
The Cell
The Art of Dying
Drum Solo
Grind
Another World
Oroborus
Silvera
The Chant
L'enfant sauvage
 
Bis:
The Heaviest Matter of the Universe
Amazonia
The Gift of Guilt
MASTODON











 
GOJIRA









 
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