Los Hermanos: O "jogo" poderia estar ganho desde o começo...
Resenha - Los Hermanos (Maracanã, Rio de Janeiro, 04/05/2019)
Por Gabriel von Borell
Postado em 06 de maio de 2019
Quatro anos depois de sua última excursão pelo país, o Los Hermanos resolveu se reunir para mais uma turnê, com ingressos quase esgotados em todas as cidades. No Rio de Janeiro, a apresentação foi realizada no último sábado (4) no Maracanã, com público de 42 mil pessoas (números impressionantes em se tratando de um show nacional na atualidade).
Dessa vez com uma música inédita no repertório, o que não acontecia há 14 anos, a banda carioca provou que continua em plena sintonia com os fãs em duas horas ao vivo de pura catarse coletiva.
A noite musical no templo do futebol brasileiro começou cedo, quando Tim Bernardes subiu ao palco pontualmente às 19h. O cantor apresentou ao público músicas da sua banda O Terno e também do seu trabalho solo, "Recomeçar", lançado em 2017.
Mais tarde, quando o Maracanã já estava tomado pela multidão, Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba surgiram em cena com 30 minutos de atraso, às 21h30. Daí para frente, foi uma sucessão de momentos apoteóticos.
Acompanhado dos músicos Gabriel Bubu (guitarra), Bubu (trompete), Mauro Zacharias (trombone) e Índio (saxofone), o quarteto abriu a apresentação com "A Flor", do álbum "Bloco do Eu Sozinho", de 2001.
Com a plateia cantando muito alto e forte, como de costume nos shows do Los Hermanos, o grupo emendou em "Além do que se Vê", presente no disco "Ventura" (2003), deixando os fãs ainda mais agitados. Enquanto Camelo soltava um tímido "boa noite", o "que loucura" de Amarante indicava o quanto a banda também estava feliz.
A apresentação, única da turnê com transmissão pelo Multishow, seguiu aquecida com "Retrato pra Iaiá" e "O Vencedor". Em seguida, veio "O Vento", do álbum "4" (2005), "Todo Carnaval tem seu Fim" e "Condicional".
Foi então que a banda tocou a inédita "Corre corre" (que haja próximas), com boa recepção dos fãs. Após "A Outra", "Morena" e "Pois É", Amarante e cia executaram "Sentimental", transformando o Maracanã em uma mar de luzes brancas geradas pelos smartphones.
Passados os minutos de maior sensibilidade da apresentação, o grupo tocou "Samba a Dois" e deixou todo mundo enlouquecido com a sequência destruidora de "Tenha Dó", do álbum de estreia "Los Hermanos" (1999), "Quem Sabe" e "Descoberta". Era possível perceber o público abrindo diversas rodinhas em diferentes pontos do estádio.
Para acalmar os corações acelerados, Camelo cantou "Anna Júlia", agradando uma pequena parcela da plateia que estava perdida por lá. Ao parar para conversar com os fãs, o marido de Mallu Magalhães lembrou o início de carreira do quarteto, quando o grupo fazia shows em "todos os cantos da cidade" e "em lugares pequenos e escondidos". "20 anos se passaram e vocês agora aqui, no Maracanã!", comemorou Camelo.
A apresentação seguiu com "O Velho e o Moço", "Paquetá" e "Do Sétimo Andar". Ao caminhar para reta final do show, Camelo e Amarante perguntaram quem estava ali pela primeira vez e cerca de 30% levantaram as mãos, o que aponta a renovação em seu público.
Para fechar o repertório antes do bis, o LH escolheu "Último Romance", "De Onde Vem a Calma" e "Conversa de Botas Batidas", quando os vocalistas apresentaram todos os instrumentistas, às 23h12. Pouco depois, o grupo retornou para incendiar a plateia pela última vez com "Deixa o Verão", "Azedume" e "Pierrot".
Ovacionado pelos fãs, o Los Hermanos se despediu, emocionado, na frente do palco. O "jogo" poderia estar ganho desde o começo, mas cada apresentação da banda parece ter um componente diferente, por mais que as canções sejam as mesmas. Não soa como repetição, mas sim um preenchimento da alma. Quem sabe um dia alguém consiga explicar.
Setlist:
1- "A Flor"
2- "Além do que se Vê"
3- "Retrato pra Iaiá"
4- "O Vencedor"
5- "O Vento"
6- "Todo Carnaval Tem seu Fim"
7- "Condicional"
8- "Corre Corre"
9- "Primeiro Andar"
10- "A Outra"
11- "Morena"
12- "Pois É"
13- "Sentimental"
14- "Samba a Dois"
15- "Tenha Dó"
16- "Quem Sabe"
17- "Descoberta"
18- "Anna Júlia"
19- "O Velho e o Moço"
20- "Paquetá"
21- "Do Sétimo Andar"
22- "Último Romance"
23- "De Onde Vem a Calma"
24- "Conversa de Botas Batidas"
Bis:
25- "Deixa o Verão"
26- "Azedume"
27- "Pierrot"
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A música de amor - carregada de ódio - que se tornou um clássico dos anos 2000
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
O melhor baterista dos últimos 10 anos, segundo Lars Ulrich do Metallica
As quatro músicas do Metallica que James Hetfield considera suas favoritas
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
O Melhor Álbum de Hard Rock de Cada Ano da Década de 1980
Brian May escolhe os três maiores solos de guitarra de todos os tempos
David Gilmour revela quais as quatro bandas de prog rock que ele mais detesta
Roger Waters presta homenagem a Marielle Franco em nova faixa
Membro abandonado pela própria banda é salvo por financiamento coletivo
A banda esquecida que Eric Clapton considera os pioneiros do heavy metal
Camiseta oficial de Ozzy Osbourne zoa Roger Waters por fala que irritou a todos
Os 4 álbuns de rock clássico que permaneceram mais tempo nas paradas
Evanescence anuncia turnê mundial para 2026
Líder do Metal Church conta como a nova formação da banda foi montada
A única música do Iron Maiden que todos integrantes escreveram juntos
A reveladora última entrevista de Chester Bennington, do Linkin Park, antes de sua morte
O álbum punk favorito de Joey Ramone, o disco que ele levaria para uma ilha deserta

A crítica ácida de Daniela Mercury ao hit "Anna Júlia", dos Los Hermanos
Metallica: Quem viu pela TV viu um show completamente diferente
Maximus Festival: Marilyn Manson, a idade é implacável!



