Rock In Rio: O Slipknot veio para reinar absoluto
Resenha - Slipknot (Rock In Rio, Rio de Janeiro, 25/09/2015)
Por Marcelo Prudente
Fonte: Território da Música
Postado em 30 de setembro de 2015
Muito se fala do mainstream do heavy metal atualmente e a indagação que mais ferve nas conversas é: quais - ou, pelo menos, qual - bandas irão carregar o fardo de serem os bastiões para perpetuação do estilo? E, pelo visto, caro leitor, os únicos a terem os requisitos e demonstrarem interesse por tal incumbência são os americanos do Slipknot, o que foi fácil, fácil, provado na noite da última sexta-feira (25) quando de sua apresentação no festival Rock in Rio.
Calor ora intercalado com vento frio, ora intercalado com pingos de chuva; calor ora intercalado com a ansiedade, ora intercalado com a fúria do público. Déjà vu de um apocalipse? Não! Apenas a ambiência perfeita para o maravilhoso caos sonoro dos caipiras de Iowa.
O prelúdio da maior desgraceira sonora que passou pelo Palco Mundo foi "XIX", e com os dois pés na porta "Sarcastrophe" derruba qualquer devaneio que se pudesse ter de calmaria, visto que banda e público uniram forças para transformar a Cidade do Rock numa bem vinda hecatombe musical.
Quem acompanha a carreira da banda já sabe que ela nunca pisa num palco para fazer uma apresentação do tipo 'vamos cumprir tabela', porque o cheque já compensou. Longe disso, os caras fazem valer cada centavo investido pelo público, com uma produção de palco deveras bacana, onde o próprio capiroto fez questão de ser parte da ornamentação em meio a inúmeras labaredas de fogo.
A experiência de ter mais de quinze anos de estrada deixa tudo mais fácil para a banda, e esse ‘know-how’ pôde ser facilmente notado na performance avassaladora dos músicos, bem como na composição do repertório aonde temas da qualidade de "Psychosocial", "The Devil in I", "People = Shit", "Surfacing", "Wait and Bleed", "Sulfur", "Spit and Out", "The Heretic Anthem" e "Duality" foram os argumentos necessários para os fãs trazerem à tona o prazeroso purgatório instaurado no festival.
Como dito anteriormente, os músicos são experientes e técnicos e conseguem, como poucos, proporcionar uma apresentação digna dos maiores baluartes do Rock/Metal, mas vale fazer uma menção honrosa ao vocalista Corey Taylor. Ele possui o que muitos querem e poucos têm: talento e carisma. É o raro caso do artista que está em um nível acima dos demais.
Com quase duas horas de show, o Slipknot provou, mais uma vez, para o público brasileiro o porquê de ser o maior expoente do heavy metal mundial da atualidade. Aos que relutam em aceitar tal realidade só lhes resta o lamento e o choro, visto que a maravilhosa desgraça sonora que também atende Slipknot veio para reinar absoluto.
Matéria original:
http://www.territoriodamusica.com/noticias/?c=40411 - -
Rock In Rio 2015
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