Hail!: Celebrando o verdadeiro Heavy Metal em São Paulo
Resenha - Hail! (Blackmore Rock Bar, São Paulo, 04/03/2012)
Por Eduardo dutecnic
Postado em 11 de março de 2012
Lembro que foi com muita satisfação que, no mesmo Blackmore Rock Bar, no dia do meu aniversário em janeiro, fiquei sabendo pelo Fernando que Tim "Ripper" Owens viria voltaria ao nosso país com o Hail!. E ele realmente era a grande atração da noite. De janeiro para cá, após algumas confusões com relação a compra de ingresso e local do show, finalmente o grande dia chegou.
Às 21h05, finalmente a banda entrou no clássico palco do bar: Paul, Andreas e James entraram primeiro e saudaram a galera, e logo Tim "Ripper" apareceu, acenou e desceu as escadas para ganhar o público. Mostrando a simpatia que sempre foi uma de suas marcas ao cumprimentar a galera da grade (algo que se repetiu ao longo da noite acompanhado também pelo dono do baixo e pelo brasileiro da turma), Ripper também demonstraria ao longo da noite que sua voz continua do jeito que conhecemos: fortemente agressiva e potente! E o cara ainda mandava uma água gelada, como se fosse a coisa mais normal do mundo… hehehehe.
A expectativa era por Stand Up And Shout, mas foi com Aces of Spades que a banda abriu os trabalhos. A música de Dio apareceria pouco depois, mas antes tivemos Territory do Sepultura. Após as 3 músicas, já dava para sentir o entrosamento da banda e a qualidade vocal de Ripper: 3 faixas com níveis diferentes de vocal e ele totalmente a vontade para sair de um vocal como o de Territory e explorar a clássica faixa do Holy Diver.
Hora de passar pela primeira banda do Big Four (as 4 clássicas bandas do thrash foram lembradas com músicas permeando todo o setlist): Ripper e banda mandaram uma ótima versão para Symphony of Destruction e, na sequência, tivemos a única do Maiden da noite, Children of the Damned. O vocal de Ripper nesta música ficou excelente e a banda já tinha o público em mãos realmente neste momento. Destaque também para Kisser e Lorenzo.
A banda dá uma pequena pausa e Ripper abre os braços, indicando que a faixa Burn in Hell, a mais esperada por mim, seria iniciada. Mas confesso que minha felicidade foi um pouco "comprometida" pois a banda só executou a primeira parte da música e, mesmo que a emenda / medley com outra do Judas (Desert Plains) tenha sido bastante interessante, me deixou um pouco decepcionado pois aguardava pela faixa do Jugulator com muita intensidade. Se eu tivesse que destacar algo negativo da noite, seria isso, justamente por ser a que eu mais esperava – mas, enquanto durou, foi tudo dentro do esperado: um grande som com ótima performance dos 4, especialmente de Ripper.
A partir deste momento, a banda começou a chamar diversos convidados ao palco. E o primeiro "ilustre" convidado foi o filho de Andreas Kisser, aparentando até menos de seus 14 anos, que entrou no palco e, fazendo uma dupla com o instrumento que o pai é mestre, ajudou que Seek & Destroy, do MetallicA, fosse muito apreciada pelos presentes. Destaque também aqui para o batera que me fez lembrar de um Lars mais anos 80, fazendo com que a música ficasse bem "cheia".
Mais uma vez voltamos para uma faixa com Dio, mas desta vez durante sua mágica passagem pelo Black Sabbath: "if you listen to foooolssss… the MOB RULES". Ripper sai do palco e João Luiz, vocalista da banda King Bird e com passagens a bandas tributos a Sabbath (Electric Funeral), Dio (Evil Eyes) e Led Zeppelin (Rain Song), assume seu posto. Apesar de verdadeiramente querer ouvir Ripper cantando a música, João teve uma performance realmente fantástica, inclusive com movimentos corporais de Dio e com um vocal que deixou todos os presentes muito satisfeitos – talvez a melhor participação especial da noite, ainda mais no papel de substituir a grande atração de tudo…
A surpreendente "Get Back", do Fab Four, foi a próxima música da noite, em uma versão, como não poderia deixar de ser, bem pesada. Ricardo Junior, dos Beatles 4Ever (de longe, a melhor banda cover de Beatles do país) assumiu o baixo. Uma grande diversão.
Com o riff de Smoke On The Water sendo brevemente tocado, o punk também foi lembrado a noite, com Blitzkrieg Bop, dos Ramones. Apesar de ter sido legal, confesso que talvez tenha sido o momento onde o público mostrou um pouco menos de empolgação (mas sempre cantando o pegajoso "Hey! Ho… let’s go!".
A coisa voltou ao tom metal com Andreas puxando o contagiante riff de Walk, do Pantera. A primeira roda da noite se abria na pista do Blackmore. Novamente, há de se destacar a versatilidade do vocal de Ripper e as mãos sempre pesadas de Kisser.
A banda conversava no palco e com o público e, em tom de brincadeira, Johnny B. Goode, do mestre Chuck Berry, foi tocada por Andreas. Ripper tentou acompanhar e, com toda a moral do mundo, enrolou legal na letra, confirmando para a banda e público que não lembrava da letra (brincando também que "nem das minhas próprias músicas eu lembro"). Outro baterista estava no palco neste momento, Edu Garcia, da banda Threat, para que mais uma do Pantera fosse tocada. Mas, antes, o guitarrista do Korzus e resto da banda mandaram a intro de "For Those About To Rock", do AC/DC.
Fucking Hostile voltou a fazer os olhos da galera sangrarem para o metal, em mais um grande momento da noite e de Rim Ripper. Depois, a banda voltou a tocar mais uma do Judas, Living After Midnight que, apesar de apreciar bastante e reclamando do que nem dá para reclamar, poderia ter sido facilmente substituída por outra, inclusive pensando nos discos de Ripper na banda.
A sequência se deu com duas músicas das duas bandas do Big Four que faltavam: Andreas tocou com maestria South of Heaven, do Slayyyyeeeeeeeeeeeeeerrrrrrrr, e a banda fez um trecho para Madhouse, do Anthrax, banda que chega em nosso país agora em abril. Apesar da repetição, o vocal de Tim Ripper foi excelente para ambas as faixas.
A banda não saiu do eixo do Big Four: a penúltima música do Ride The Lightning do MetallicA colocou o Blackmore novamente para bater-cabeça. Ripper novamente se destacou. Na sequência, Peace Sells, que foi demais e fez todos já sentirem que o show caminhava ao seu fim…
A banda ainda tocaria a divertida Balls To The Wall, do Accept, antes de, em mais um grande momento da noite, Ripper prestar uma homenagem ao, segundo ele (e segundo o Minuto HM também), o maior vocalista de heavy metal de todos os tempos: Ronnie James Dio. Era hora de Heaven and Hell, que emocionou todos os presentes com grande performance de Ripper.
Após toda essa emoção, a banda já dava sinais que a brincadeira estava acabando. A próxima música foi T.N.T, do AC/DC onde dei um murro na parede sem querer fazendo o refrão da música.
A banda chegou a "abandonar" seus instrumentos, mas o coro do bar por "Painkiller" foi realmente enorme. Com um certo e característico "charme", era lógico que eles atenderiam ao pedido. A banda voltou a mostrar toda sua enorme competência executando com maestria essa monstruosa faixa do Judas, com Ripper e Paul sendo os grandes destaques.
Por fim, eles deixam o palco rapidamente e voltam pela última vez na noite para a saidera com Refuse/Resist, do Sepultura, e para Ripper mostrar novamente ao público,que se divertia com os moshs, após cerca de 1h40 de show, que seu vocal é uma das melhores coisas que ainda temos no heavy metal mundial.
E assim terminava uma grande noite de celebração ao verdadeiro heavy metal, com músicos fantásticos e com um público bastante conhecedor.
http://twitter.com/#!/TimRipperOwens/status/177719825404145665
Para conferir o setlist completo e fotos, acesse o link do Minuto HM:
http://minutohm.com/2012/03/06/cobertura-minuto-hm-hail-em-sp-parte-2-resenha/
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