Blind Guardian em São Paulo: A Via Funchal ficou pequena!
Resenha - Blind Guardian (Via Funchal, SP, 09/09/2011)
Por Roderick Pelais
Fonte: Brave Metal
Postado em 23 de setembro de 2011
Com muita personalidade, competência e carisma, os alemães do BLIND GUARDIAN representam muito mais do que sua música, pois um álbum deles é um mix de dedicação, cultura, conhecimento e admiração dos fãs pela banda e da banda pelos seus fãs. Fãs que, tiveram a chance de presenciar o espetáculo memorável ocorrido na Via Funchal dia 09 de setembro último, e o Brave Metal estava lá!
Com a competente abertura do BROTHERHOOD, a noite prometia ser uma daquelas para se lembrar por toda a vida. A ansiedade quase palpável tomava conta da casa, que enchia a cada minuto que passava da apresentação dos headbangers de Franca, que fizeram por merecer o coro entoando o nome da banda que se formou por uma série de fãs. Várias cópias de seu último álbum foram distribuidas antes do show começar e sortudos os que conseguiram pegar uma, pois "Where The Gods Collide" é um álbum que demonstra um grande potencial semeado, e que merece ser colhido com louros!
Mas a noite como um todo tinha um único nome gravado nas estrelas e logo após a abertura do Brotherhood as vozes se erguiam em coros, gritando a plenos pulmões: "Guardian, Guardian, Guardian" e o já típico "Olêêê, olê, olê, olê, Guardiaaan, Guardiaaaan". A Via Funchal parecia pequena de tão cheia e deve-se dar os merecidos parabéns à Negri Concerts pela organização do show, foi um dos mais organizados que já presenciei. Assim como a banda é diferenciada, os fãs também o são: (tirando alguns fatos isolados que nem geraram briga) tudo parecia uma grande confraternização de um clã! Um clã altamente sedento após quatro anos sem uma apresentação dos bardos.
E foi quando a introdução de Sacred Worlds começou que até o mais careca dos fãs sentiu os cabelos arrepiarem! O som dos gritos era tão intenso que só foi possível ter dimensão disso quando a banda toda entrou em palco e todos gritavam e cantavam mais alto ainda, ao ponto da voz de Hansi Kürsch ser coberta pelas vozes dos seus súditos. Cheios de energia e simpatia, a peça inicial foi executada com perfeição, não deixando nada a desejar à típica entrada com War of Wrath e Into The Storm, apenas a qualidade do som da casa deixou a desejar, muito diferente do show do ICED EARTH, por exemplo. Dando continuidade ao show, Hansi agradece a todos e faz uma pergunta: "Quem gostaria de morrer?" Todos já sabiam o que esperar, todos responderam sim e um dos maiores classicos da banda ganhou vida! Welcome To Dying veio abalar todas as estruturas da Via Funchal, sendo seguida pelo clássico Nightfall que o público seguiu fielmente em uníssono, tanto as letras quanto suas melodias marcantes. Fly, única representante do injustiçado/incompreendido "A Twist In The Myth", foi executada e mesmo não tendo a mesma repercussão dos clássicos, fez a maioria dos fãs cantarem e uma grande parte deles ficar pulando e batendo palmas no refrão extremamente cativante. Time Stands Still fez com que todos voltassem a cantar com toda a força das gargantas e pulmões dos presentes, sendo uma das mais marcantes da noite. Vale ressaltar que na maioria das músicas, Hansi fazia uma pequena explicação sobre o que tratava a música, ajudando os fãs mais novos a se posicionarem e os fãs mais antigos ficarem embasbacados com tanta atenção!
Bright Eyes, infelizmente, foi a decepção da noite: André Olbrich havia trocado de guitarra mas o novo instrumento não emitia som, o que deixou a introdução muito vazia sem seu solo característico. Outro ponto não tão legal foi Hansi, que parecia não encontrar o tom certo, cantando ela quase que sem emoção, o que foi uma pena pois é uma música muito esperada no show deles. Para se redimir, outro clássico vem em seguida: chamando o público ao coro inicial, Traveller in Time leva todos à loucura. Nesse momento pude perceber que muitos fãs novos não conheciam esse clássico do "Tales From The Twilight World". Bem, aqui fica a dica para os novatos: esse álbum é uma das maiores referências da carreira dos alemães, e é dele que derivam os hits Traveller in Time, Welcome To Dying, Lord Of The Rings, Goodbye My Friend , Lost In The Twilight Hall e The Last Candle, portanto, IMPERDÍVEL!!
De volta ao show, mais uma música nova vem para derrubar tudo: Tanelorn (Into The Void) faz bonito ao vivo, fazendo muitos fãs cantarem também, mas o que veio depois, somente quem estava lá para descrever: Lord Of The Rings é executada e cantada com maestria por Hansi e público, um show dentro e fora do palco! Quando começou Valhalla realmente me preocupei se a casa de shows aguentaria uma sequência como essa, pois todos os presentes cantaram as duas últimas músicas mencioandas e a próxima, que foi um presente. Após o infindável coro ao fim de Valhalla, Marcus Siepen insiste em dar um presente aos fãs: um presente chamado Majesty! Sim, um belo presente, pois a música não estava no set list original! Acho que nem é necessário dizer o que aconteceu em seguida, não é? Foi simplesmente a trinca mais matadora da noite. A música seguinte é um divisor de águas: ...And Then There Was Silence é uma música memorável por todos os motivos possíveis: é grandiosa, pomposa, perfeitamente arranjada e com uma letra maravilhosa, foi uma música em que a banda trabalhou mais de 9 meses com o maior afinco, e o resultado não poderia ter sido melhor, pois nela está talvez a melhor performance de cada músico em toda a carreira do BLIND GUARDIAN. Mas ao vivo ela é um desafio muito, mas muito maior mesmo, justamente por toda sua grandeza. Há de se dar o mérito que a cada ciclo de apresentações da banda sua execução vem melhorando, tanto que a versão apresentada no último dia 9 de setembro supera a registrada no DVD "Imaginations Through The Looking Glass," isso é fato. Mas eles poderiam ter utilizado seus longos 13 minutos (tempo ao vivo, a de estúdio tem 14:07) para tocar alguns clássicos que enriqueceriam mais ainda a noite, como Journey Through The Dark, Imaginations From The Otherside, Banish From Sanctuary, Under The Ice, Punishment Divine, isso só pra citar alguns. Em todo caso, a história se repetiu com ela, e houve um forte coro por parte do público cobrindo as partes dos corais originais, simplesmente de ficar de boca aberta.
Para os que achavam que era o fim, logo veio a surpresa: a orquestração de Wheel Of Time começou a rolar e a banda volta com todo o pique. A faixa ainda está conquistando seu espaço, portanto creio que não rendeu o resultado que a banda esperava, mas a música tem tudo para se tornar uma das faixas obrigatórias nos shows, o clima de mistério da música árabe, a linha de voz cativante e a presença de poucos corais favorecem sua execução. Em seguida o hino da banda é tocado, e Hansi canta de teimoso, pois essa música já pertence aos fãs, eles que para sempre a cantarão: The Bard's Song - In The Forest deixa a banda de queixo caído, pois não havia viva voz calada no local. Até os seguranças ficaram impressionados com o público, que foi aplaudido com entusiasmo pela banda ao fim da música. Para finalizar a noite, outro clássico absoluto: Mirror Mirror traz vida nova à todo mundo após quase duas horas de show, e juro, seria possível encarar mais duas horas depois dela sem o menor esforço.
Infelizmente essa noite mágica acabou há mais de dez dias atrás, mas vários fãs ainda sonham com ela, cantarolam e ficam lembrando dos momentos que antecederam, que ocorreram durante e que vieram depois da apresentação. E isso é simples de explicar: para fãs que esperam quatro anos por um álbum novo e por um show para poder ver de perto seus ídolos, é fácil desejar que uma noite como aquela durasse o equivalente a quatro anos ou mais, com todos cantando e bebendo juntos, como um grande circulo de irmãos, uma grande roda de bardos, guerreiros, elfos e anões como na capa de "Somewhere Far Beyond". O show aconteceu dos dois lados: a espetacular banda, esbanjando energia, simpatia, carisma e competência, e o incrível público, que respeitou o local, cantou todas as músicas, pulou, aplaudiu e conquistou mais uma vez o coração dos bardos alemães. Os fãs de BLIND GUARDIAN realmente são diferentes, são únicos como seus ídolos e o show de São Paulo apenas comprovou isso. Simplesmente memorável!
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