Marduk: tomando de assalto as terras cariocas
Resenha - Marduk (Teatro Odisséia, Rio de Janeiro, 11/04/2010)
Por Marcos Garcia
Postado em 18 de abril de 2010
Uma tarde/noite quente de domingo foi a data em que a Divisão Panzer MARDUK tomou de assalto, pela primeira vez, as terras cariocas, com o suporte de três bandas peso-pesado do Metal Extremo carioca na abertura: DARK TOWER, ENTERRO e UNEARTHLY.
A primeira banda a subir no palco foi o DARK TOWER, que mostrou o porque de ser uma excelente banda das safras mais recentes. Lançando mão do material de seus dois EPs ("Spectres’ Arrival" e "Lord of the Vastlands"), mais algumas novas, a banda realmente tem ótima postura de palco, liderados pelo vocalista Galf, que se destaca pelo vocal diferenciado e pela garra com que interpreta cada música, assim como a técnica e firmeza de Argos na bateria. Usando de elementos de vários estilos de Metal para cunhar sua música violenta, mas climática e única, o Dark Tower só precisa mesmo lançar um full length o mais breve possível.
Um intervalo providencial para beber algo gelado, e a "Marcha Fúnebre" começa a soar na casa. O ENTERRO então mostra seu trabalho, com músicas essencialmente de seu primeiro trabalho ("Nune Scio Tenebris Lux"). Black Metal cru, direto, sem firulas, com algumas músicas mais aceleradas, e outras vezes, bem arrastadas e pesadas, que mostram que há uma identidade sonora na banda, e por isso, foram recebidos de forma bem calorosa. A banda é compacta e os seus integrantes possuem boa postura de palco, com destaque para o vocalista Nihil, que além de cantar muito bem, é um frontman único, pois prende a atenção do público. Não dá para tirar os olhos dele, que é extremamente performático. Quem puder vê-los ao vivo, entenderá o que digo...
O UNEARTHLY subiu ao palco pouco depois, e logo surgiu a primeira roda da noite, divulgando seu mais recente trabalho, o CD "Age of Chaos". Não é necessário falar mais do que já foi dito sobre suas apresentações ao vivo, que são cheias de energia, garra e profissionalismo que a experiência lhes deu. Ótima presença de palco, sendo fiéis ao que se ouve nos discos, a banda desfilou músicas de todos os seus CDs, e ainda um cover para "Orgy of Flies", do SARCÓFAGO, em que o público cantou em uníssono o refrão. As músicas "Age of Caos" e "Days of Storm for Christian Souls" se destacaram, e a performance de Leghor Supay, que está de volta a banda, mostra porque é um dos melhores bateristas do Metal Extremo Brasileiro. Isso sem mencionar que o vocalista Eregion chamava a atenção do público para o apoio à cena metálica nacional, fora cantar de forma primorosa.
Muitos deveriam ouvir suas palavras e a praticarem...
Um novo intervalo acontece, e logo começa a tocar uma longa intro, e durante ela, todos os olhos se voltaram para o palco, ansiosos pela banda principal, e logo, surge o guitarrista Morgan, que saúda o público, bem como o batera Lars, o baixista Devo e o vocalista Mortuus. O grande nome da noite, MARDUK, está enfim no palco e tocam de cara "With Satan and Victorious Weapons", e o público começa a agitar freneticamente.
Com um set de pouco mais de uma hora, a banda faz um apanhado de clássicos de todos os seus álbuns, como "Still Fucking Dead", "Materialized in Stone", "Panzer Division Marduk", "Beyond the Grace of God" e "Azrael", bem como outras de seu novo CD, "Wormwood". Mas quando começou a tocar uma sirene de ataque aéreo, muitos já sabiam que era a vez de um de seus maiores clássicos, o ponto alto da noite: "Baptism by Fire".
É impossível que alguém não compreenda o porque do MARDUK ser um dos pilares do Black Metal em todo mundo ao ver um de seus shows, porque a presença de palco da banda é insana. Os quatro não param um momento de agitar, sem contar que Mortuus não é apenas um ótimo vocalista e intérprete, mas também um frontman que se agiganta no palco e tem o público em suas mãos. Morgan e Devo levam os presentes ao delírio com ótimas performances em seus instrumentos e em suas interações com o público, e Lars segura a base rítmica como poucos bateras do estilo.
A banda encerrou seu show e foi mais que ovacionada pelo público presente, deixando saudades e a promessa de retorno em breve.
A Mysterian Art e DJ Terror (da From Hell) estão de parabéns não só por trazer a banda ao Rio pela primeira vez, mas pelo profissionalismo apresentado em relação a cada detalhe do evento, e espero que esta dobradinha possa realizar mais e mais eventos desta escala. Os públicos carioca e nacional merecem e o Metal precisa de pessoas sérias assim...
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