Epica: review e fotos do excelente show em São Paulo
Resenha - Epica (Via Funchal, São Paulo, 10/04/2010)
Por Roberta Forster
Postado em 12 de abril de 2010
Era por volta de 20h00 quando os portões foram abertos para o público. A fila para o tão esperado show da "Design Your Universe Tour" dobrava as esquinas do Via Funchal. A casa estava parcialmente lotada quando às 20h30 entrou a banda de abertura. Os brasileiros do Tierramystica levantaram a platéia que quase pôs a casa abaixo quando tocaram "Fear of the Dark" dos britânicos Iron Maiden. A banda deixa o palco aproximadamente às 21h20 e um DVD do grupo alemão Scorpions toca no telão enquanto os fãs aguardavam ansiosamente o momento épico da noite.
Fotos por Leandro Anhelli
Após incontáveis horas de espera para aqueles que amanheceram na fila, chega o momento mais esperado da noite. Com a pista já lotada, os holandeses do Epica sobem ao palco pontualmente às 22h00, levando o público ao delírio. Após as entradas triunfais de Coen Janssen (teclados), Ariën van Weesenbeek (bateria), Isaac Delahaye (guitarra), Mark Jansen (guitarra e gutural) e Yves Huts (contrabaixo), a estonteante Simone Simons (vocal) foi a última a entrar em cena, gerando alguns ataques histéricos desnecessários, algumas meninas gritavam como tietes histéricas, e alguns rapazes gritavam... ora, como tietes histéricas. Mas ataques de histeria à parte, a vocalista, dona de uma beleza capaz de derrubar qualquer marmanjo na platéia, chegou em grande estilo no meio da fumaça, arrebentando no prelúdio "Samadhi" seguida de "Resign to Surrender".
A apresentação é praticamente um musical da Brodway no maior estilo Beauty and the Beast com gutural de Mark Jansen contrastando com o vocal da bela Simone, que logo embala o público com a aclamada "Sensorium". O show prosseguiu com "Unleashed, Martyr of the Free Word" e "Fools of Damnation", enquanto ao longo da noite Jansen soltava seu vocabulário do pouco português que conseguiu incorporar com "Puta que pariu", "Caralho" e "Obrigado".
Quase dava para sentir a sinistra respiração de Darth Vader quando a iluminação do palco tornava-se mais sombria ao começo de "The Imperial March", do álbum "The Classical Conspiracy" gravado ao vivo na Hungria em um festival de ópera, acompanhados de um grupo de 40 músicos e um coral de 30 integrantes.
O lado negro da força sai de cena, seguido por "Seif Al Din", a belíssima "Cry for The Moon" e "Tides of Time", onde Simone dá uma leve desafinada, mas nada que possa comprometer a excelente performance da cantora.
Logo após "The Obsessive Devotion", "Kingdom of Heaven" e algumas garrafas de água jogadas por Simone para a platéia sedenta, a banda se despede e então fazem a clássica retirada e as luzes se apagam. O público ensandecido grita pelo nome da banda aclamando a sua volta.
Coen Janssen retorna ao palco agitando a galera gritando "Left side!" e o lado esquerdo da platéia grita juntamente com alguns perdidos do lado direito, seguido de um "Right side!" agitando todo o lado direito, não podendo faltar os perdidos também do lado esquerdo. Difícil foi fazer o público entender quando ele gritou "Only the balcony!", pois toda a casa gritou, menos a galera do balcão. "No no, only the balcony now" explica Coen, até que o balcão se toca e grita com as mãos para cima, e como não podia deixar de ser, alguns perdidos na pista também. O músico ainda grita "You are the best crowd in the world", afirmando que ali estava o melhor público do mundo.
Terminada a graça do tecladista, o resto da banda sobe ao palco e começa "Sancta Terra", e logo na sequência, "Quietus". Simone agradece o carinho do público brasileiro e cantarola um pequeno trecho de Aquarela do Brasil, enquanto guitarras, teclado e bateria embalam um empolgado "Olê, Olê, Olá, Epica, Epica!".
O show está quase no fim. Começa a última música "Consign To Oblivion", e pouco antes de chegar ao final, Simone sai de cena carregando uma camiseta que alguém da platéia havia jogado no palco e volta vestindo uma baby look escrito "Brasil", arrancando ainda mais gritos da galera.
É chegada a hora da despedida. Palhetas, garrafas de água e outros objetos são jogados pelos membros da banda em direção ao público. O Epica se despede e volta para os bastidores. Os fãs podem ir satisfeitos para casa sentindo o gostinho de quero mais e os histéricos sonhando e delirando com a beleza épica da ruivinha holandesa.
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