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Resenha - Placebo (Claro Q É Rock, Rio de Janeiro, 29/04/2005)

Por
Postado em 29 de abril de 2005

Fotos por Daniel Grabois

Você já ouviu falar em "efeito placebo"? Em medicina, esse termo é aplicado às medicações que causam efeitos não previstos ao paciente que as usa. Pode, também, caracterizar um confronto entre crença "quase" religiosa e ciência, quando o paciente ingere um remédio sem princípio ativo e, por motivos unicamente psicológicos, se cura. É como tomar água pensando ser cachaça e, com isso, ficar doidão.


Surgida em meados da década de 90, a banda inglesa Placebo, formada pelo sueco Stefan Olsdal (baixo), o inglês Steve Hewitt (bateria) e o americano Brian Molko (vocal e guitarra), criou uma legião de fãs mundo afora em plena era do hedonismo e afirmação dos direitos dos homossexuais. Andrógino, Brian Molko foi reverenciado como revisionista da estética glam pela imprensa especializada, tornando-se ícone para muita menina e menino indeciso por aí. Ótimo compositor e letrista, Molko foi logo comparado com David Bowie; o próprio, por sinal, disse à imprensa, certa vez, que Brian Molko foi a filha que ele não teve. Com o aliciamento de um gigante da música pop em seu modus operandi, fica fácil entender o Placebo enquanto fenômeno de massa; seus fãs, em sua maioria construídos à imagem e semelhança de seu ídolo, cantam, nos shows, cada palavra contida em suas composições, como que entoando hino à pátria. Com quatro álbuns de estúdio de imenso sucesso, "Placebo" (96), "Without You I’m Nothing" (98), "Black Market Music" (2000) e "Sleeping With Ghosts" (2003), fez-se alvoroço ao anúncio de sua primeira turnê brasileira.

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Atração principal do mini festival Claro Q É Rock, que rodou oito cidades brasileiras (Recife, Salvador, Porto Alegre, Florianópolis, Brasília, Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, nessa exata ordem) ao longo do mês de abril, o Placebo, pode-se assim dizer, saiu vitorioso no quesito popularidade. Além de gigantesca estrutura, cada evento contou com cinco bandas locais fazendo a abertura; todas seriam avaliadas, posteriormente, por um júri formado por alguns especialistas e outros poucos curiosos. A banca elegeu, dentre os 40 participantes, oito conjuntos (um de cada cidade, né), que irão tocar em um planejado festival em setembro. A iniciativa, bacana (inclusive no sentido yuppie), acabou servindo para que bandas-embrião pudessem suar sangue frente um grande público. A despeito da controvérsia gerada pelo regulamento, confuso e mal arrumado, tudo correu às mil maravilhas. Com o Placebo, porém, as oito datas lotadas e o enorme reboliço em listas de discussão e blogs não traduziram grandeza no palco. A resenha que se segue foi feita a partir do show do dia 29/04 (a tour zarpou no dia 15 de abril), no Rio de Janeiro.

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Por uma série de razões, não foi possível assistirmos as apresentações das cinco bandas cariocas selecionadas, Polar, Columbia, Mop Top, Blie Operário e Valvulla. Até conferimos o show dessa última, mas, por motivos éticos (ou coisa que o valha), não o comentaremos. A título de curiosidade, a banda vencedora da noite foi a Mop Top.

Com atraso de hora e meia, o trio britânico sobe ao palco ao som da hipnótica "Taste In Men", causando uma espécie de transe na massa. Mesmo completado por dois músicos contratados, o som ao vivo soa menos visceral do que em estúdio. Já no início, a banda queima dois mega-hits de sopetão, "The Bitter End" e a maravilhosa "Every You Every Me", tocada com arranjo diferente da original. A galera urra e pede mais. Público nas mãos, chegou a hora de se fazer de difícil? Não, uma vez que a base do show é a recente coletânea de singles - o formato mais indie do mundo; que outra tribo ainda os compra? – "Once More With Feeling". O set segue morno com "Protege Moi", com direito a gaitinha de Brian Molko, e "Blackeyed". A grande banda dá as caras com a trinca "Special Needs", a funky vibe de "English Summer Rain", na qual Brian Molko cita "Like a Hurricane", de Neil Young, e a aterradora "Without You I’m Nothing", ponto alto de toda a apresentação. A nova e excelente "I Do", cuja letra narra o momento de dúvida em uma paixão gay, cumpriu seu papel junto ao público e foi outra ótima presença no set. O grande problema, no geral, foi a sensação de algo faltando. Ali, no palco do Claro Hall, o Placebo soava infinitamente menos virulento e espontâneo que em seu DVD "Soulmates Never Die", por exemplo. E o público, apesar da devoção, não gosta de pular, contrariando as impressões do nascer da apresentação. Fã do Placebo parece confidenciar aplausos e abafar delírio; a banda parece sentir o clima pé de ouvido. Nesse aspecto, o semblante gerúndio toma conta do lugar e nada parece se concretizar. Falta magia, falta alma.

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Esse papo de crítico, no entanto, perece em cabeça de fã. Nas músicas mais lentas, os alternativos acendem isqueiros do mesmo modo que os playboys em show do Jota Quest. O sentimento de estar participando de uma comunhão freak liderada pelo Placebo acaba sendo responsável por terceiro-mundismos graúdos, tal qual o merchandising com erros de grafia exemplifica. Enquanto isso, no palco, o show segue mediano com "This Picture", atinge o clímax das vozes em "Special K" e cai novamente em "Slave To The Wage". O hit "36 Degrees", favorito de muito fã, é vertido para uma chatice interminável mezzo balada mezzo sarau. A fossa abissal volta a ser superfície com a execução do clássico "Pure Morning", fechando a primeira parte do set. Um sujeito ao meu lado me confidencia: "nem me amarrei. Os caras não têm um solo irado (sic)". Do meu outro lado, uma menina de cabelos roxos chora de emoção. Público eclético?

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O bis se inicia com "Twenty Years", quando a banda tenta reparar o papai-e-mamãe básico e acaba perpetrando um improvisado espetáculo noise de respeito. Cerca de dez minutos de esporro sonicyouthiano, com grande atuação do figuraça Stefan Olsdal. Em seguida, "Teenage Angst", outro clássico, é vertido no mesmo esquema feito em "36 Degrees". Erro imperdoável. No final, o big hit "Nancy Boy", tocado sem tesão, dá o veredicto: uma banda do porte do Placebo poderia render muito mais. Não, não foi ruim, mas foi longe de ter sido memorável. Fica a vontade de assistir a banda em outro contexto – turnês de disco "de carreira", menores e menos hypadas. Como bem disse Brian Molko à certa altura do show, welcome to our first brazillian tour. Tomara que o Brasil, essa nação dada ao deus-dará, possa acompanhar a evolução da carreira dos ingleses com shows freqüentes. Uma das grandes bandas do rock alternativo dos anos 90, quem diria, provoca reações no público brasileiro comparáveis às causadas por qualquer banda pop fabricada: cobrança, estrelismo, messianismo, idolatria, wannabe-like-you de todas as cores, tinturas e grifes. No final, fica o axioma quase balzaquiano de que ali, naquele show, alternativos eram os bem vestidos e caretões pais de família.

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Sobre Nelson Endebo

Estudante de Comunicação Social na Puc-Rio, cheirou dúzias de carreiras de Música e hoje é completamente debilitado por causa disso. Tem um corte no córtex por causa do Mr. Bungle, mas acredita que isso seja legal. Doutrinado no bom e velho Metal (ainda chora ouvindo o grande Venom), aprendeu a ouvir Jazz e Samba na marra. É responsável pela coluna Nós do Noise e colabora com o site Bacana e a revista Valhalla. Sua máxima é: "quanto mais você sabe, mais você sabe que pouco sabe". Traduzindo, gosta de aprender e de ensinar. Espera poder somar algo à família Whiplash a partir de 3, 2, 1 segundo!
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