Hozier performou seus maiores sucessos durante a Unreal Unearth Tour em São Paulo
Resenha - Hozier (Espaço Unimed, São Paulo, 30/05/2025)
Por Bianca Matz
Postado em 27 de julho de 2025
Conhecido por "Take Me To Church", Hozier retornou ao Brasil com sua a Unreal Unearth Tour, nos dias 30 de maio, no Espaço Unimed; e no dia 1 de junho, no Qualistage, no Rio de Janeiro. O show contou com a participação da convidada especial Gigi Perez, que demonstrou ser uma grande admiradora do irlandês. Hozier, que esteve no Brasil pela primeira e última vez durante o Lollapalooza de 2024, mantinha altas expectativas nos fãs de realizar uma outra apresentação imperdível.
Com a casa já contendo um número considerável de pessoas presentes, o show da cantora e compositora estadunidense Gigi Perez começou pontualmente às 20h e o público foi à loucura. Ela, que possui um estilo musical semelhante ao Hozier, seu repertório mistura elementos do pop, do indie e até do rock.


"Please Be Rude" e "Fable" foram as primeiras canções da noite, em que o público cantava com muito fervor, levantavam cartazes e gritavam o nome da cantora. Antes de iniciar "At The Beach, In Every Life", Gigi conversa com os fãs e expressa o quanto está feliz por ter a oportunidade de abrir o show do Hozier, pois ela acompanhava o cantor desde os seus 14 anos.


Gigi aparenta estar radiante com sua voz grave, junto à iluminação que vibra junto tanto quanto os seus vocais. Entre a troca de instrumentos, ela passa a ir de um canto a outro do palco, mostrando a sua habilidade multi-instrumentista enquanto canta "Twister" e "Chemistry".

Em um breve coro realizado pela plateia chamando o seu nome, Gigi performa a última da noite chamada "Sailor Song", canção na qual ficou famosa, principalmente, no aplicativo Tik Tok. Todas as pessoas dançavam, cantavam com muita emoção e sabiam a letra do início ao fim.

Vejo a necessidade de deixar claro que a apresentação do Hozier não chama a atenção de qualquer um apenas pela música, mas sim, por todo o cuidado na estética do cantor e do seu trabalho realizado até hoje. Essa dedicação de entregar a melhor experiência ao público fica evidente, não apenas na cenografia do palco, como também no tratamento de imagem nos telões e iluminação.

A sua apresentação inicia-se com "De Selby (Part 1)" e "De Selby (Part 2)", em que além da letra ser reconhecida e aclamada pelos fãs, os telões estavam projetando as imagens do show em preto e branco, algo que condiz muito com a estética de alguns clipes da carreira do Hozier, além de aumentarem a dramaticidade do momento. Inclusive, há a presença do idioma irlandês nas canções, em que foram adicionadas a letra junto à tradução em português nos telões também.


Em "Jackie and Wilson", há o acompanhamento de instrumentos clássicos, como violino e violoncelo, que fazem jus à música tradicional irlandesa, muito recorrente no repertório do cantor, pois faz parte da sua terra natal.


Acompanhado de luzes em azul e vermelho, o cantor inicia "Nobody’s Soldier" e passa com sua pandeirola pelo palco, um dos poucos momentos em que o cantor arriscou em perambular enquanto performa. Hozier faz uma breve pausa ao fim da canção, em que ele pede uma salva de palmas à Gigi, que pôde abrir o seu show.

E ele, todo sem jeito diversas vezes naquela noite, gesticulava o formato de coração e até arriscou um "eu também", em português, em resposta aos milhares de fãs que gritavam que o amava. Depois da interação, ele acompanhado de um coro realizado pelos backing vocals e do público, traz "Eat Your Young" para a sua setlist.


A figura do Hozier, apesar de estar sempre trajando roupas sociais simples, ele se destaca facilmente pela sua altura e pela sua voz forte, que ecoa facilmente pelo local, sem muito esforço feito pelo cantor.


Na sequência de "Angel of Small Death and the Codeine Scene" e "Dinner & Diatribes", se forma um alvoroço entre os fãs quando escutam os primeiros acordes de cada música. É impossível não sentir a formação de uma egrégora, como se fosse um culto, em que todo mundo consegue cantar em um único tom, dançando da mesma forma, parecendo um pouco involuntário, mas seguindo uma coreografia.

Antes de dar início a "Francesca", Hozier interage novamente com o público, prometendo que "irá entender cada palavra" dita pelo público e, em seguida, ele solta os cabelos antes presos em forma de coque, arremessando o prendedor em direção à plateia que fica totalmente alvoroçada.


A apresentação contou com uma performance acústica de "From Eden", seguida de "Abstract" em que o público cantava cada palavra com muita emoção, parecia que sabiam exatamente qual seria a próxima canção a vir no repertório do irlandês, o público iluminou o ambiente por completo, levantando os celulares com suas lanternas ligadas.


E para calar os haters, vemos que a carreira do cantor está longe de ser "one hit wonder", pois estamos falando de "Too Sweet", responsável por estourar tanto em trends do TikTok como do Instagram, em que a voz de Hozier, antes grave e muito presente no ambiente, ficou quase inaudível pelo coro feito pelos fãs, que cantavam com todos os pulmões.

Um pouco antes de encaminhar para o final da primeira parte do show, Hozier engata em "First Time", canção que não estava presente no setlist, porém era um pedido dos fãs. Em seguida, em "Movement" não é a única vez que vemos a tensão sexual do cantor se instaurar no ambiente, em que ele traz aquelas letras com dualidade em sua interpretação, assim como tantas outras canções presentes na sua carreira.


E claro, não podia faltar, creio que todos estavam aguardando por esse momento, em que "Take Me To Church" passou a ecoar pela casa, fazendo novamente com que todos cantassem em um coro tão alto, que ficava quase impossível de ouvir Hozier cantar cada verso. Foi uma sequência de gritos, revolta e luta da causa LGBTQIAP+ presente em um único momento do show, em que foram arremessadas bandeiras e Hozier amarrou em seu microfone, reforçando a representatividade de sua canção.

Para quem pensou que o show havia acabado, Hozier surgiu em um pequeno palco no meio do público, em que performou mais duas canções: "Cherry Wine", em uma versão acústica; e "Unknown/Nth". Neste momento, o público ficou encantado pelo carinho do irlandês com cada um que estava presente, em que ele recebia presentes dos fãs e flores eram arremessadas para este pequeno espaço.

E ainda a sua apresentação, finalizou com um bis, contendo mais duas canções: "Nina Cried Power" e "Work Song", que contou com a participação da cantora e compositora sino-islandesa Laufey, que também esteve presente no outro dia, durante o Festival PopLoad, que ocorreu no Parque do Ibirapuera.


Ou seja, mais uma vez, Hozier não apenas supriu, como superou as expectativas dos fãs que esperavam por mais um show memorável. Foi uma apresentação que valeu a pena cada momento, o irlandês provou que seu repertório é marcante, hipnótico e contagiante, permanecendo longe de estar preso e associado apenas ao seu sucesso "Take Me To Church".
Setlist – Gigi Perez
Please Be Rude
Fable
At The Beach, In Every Life
Twister
Chemistry
Sailor Song

Setlist – Hozier
De Selby (Part 1)
De Selby (Part 2)
Jackie and Wilson
Nobody's Soldier
Eat Your Young
Angel of Small Death and the Codeine Scene
Dinner & Diatribes
Francesca
It Will Come Back
Like Real People Do
From Eden
I, Carrion (Icarian)
Abstract (Psychopomp)
Too Sweet
Someone New
Would That I
Almost (Sweet Music)
First Time
Movement
Take Me to Church
Segunda parte do show
Cherry Wine
Unknown/Nth
Bis
Nina Cried Power
Work Song (com a Laufey)




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