Mark Knopfler: Noite memorável para mais de dez mil pessoas
Resenha - Mark Knopfler (ATL Hall, Rio de Janeiro, 05/04/2001)
Por Marcelo Valença
Postado em 05 de abril de 2001
Fotos por Marcelo Valença
"Bota fé no velhinho, o velhinho é demais. Bota fé no velhinho, o velhinho é quem faz." Este jinglezinho das eleições de 89 cabe perfeitamente para descrever a figura de um dos melhores guitarristas da história do rock, Mark Knopfler. O "narigudo feio", segundo palavras de Phillipe Seabra, líder do Plebe Rude, comandou uma noite memorável para as mais de dez mil pessoas que lotaram o ATL Hall numa noite de quinta feira e foram presenteados com um show que chegou com, pelo menos, 10 anos de atraso. E isto já era esperado desde o lado de fora.

Para o primeiro show de Mark Knopfler no Brasil, havia dezenas de pessoas desde cedo ocupando as entradas do ATL. Pessoas vinham de outros estados para poder presenciar a lenda viva no palco. E claro, lotação esgotada quando ainda faltavam cerca de 3 semanas para o show, a casa recebeu o líder do Dire Straits e sua banda de amigos, músicos de verdade, que alternavam desde guitarras até gaitas, passando por banjos e violinos, mostrando o verdadeiro sentido da palavra músico. Não eram simplesmente guitarristas, baixistas ou tecladistas. Eram homens que nasceram para tocar.

Às 22:00 horas, com meia hora de atraso, a banda sobe ao palco, sob gritos de emoção e felicidade. E são correspondidos por Calling Elvis, numa versão onde os 3 guitarristas faziam solos, seguido depois por Walk Of Life. Clássicos do Dire Straits que motivaram o público e fizeram a casa de shows tremer.
Depois deste aperitivo, mostrando o que esperava a noite, Mr. Knopfler começou a mostrar as músicas de trabalho do novo disco, Sailing To Philadelfia. Apesar do inegável talento, foi durante as músicas do novo disco que houve menor participação do público. As pessoas não estavam lá para ver a divulgação do novo trabalho, queriam ver sucessos da banda liderada por Mark Knopfler (e, humildemente, me incluo neste grupo).

Mesmo assim, as pessoas gostaram destas novas músicas. A mais aplaudida foi, com certeza, a faixa título, mas todas mostraram que o bom gosto nos arranjos e a suavidade das letras ainda estavam presentes no velho escocês.
Momentos depois, silêncio na platéia. Passam-se segundos e todos começam a ovacionar o artista. Os primeiros acordes de Romeo and Juliet estavam sendo tocados. Isqueiros foram acesos e todos cantavam. E foi assim também quando tocaram Sultans Of Swing (apesar de que se esperava que fosse repetida a performance do show da Argentina, com 5 guitarras no palco). Mesmo assim, lindo, algo arrepiante.

Mais algumas novas músicas do disco novo e novamente gritos de "Olê Olê Olá Mark Mark" ecoavam da platéia. De cima via se que não era de pontos isolados e sim, da totalidade da platéia, da pista aos camarotes. Foi o suficiente para começar os acordes de Telegraph Road. E, após esta música, Mark Knopfler e sua fantástica banda saem de palco. Seria o final perfeito se não fosse por um detalhe. No bis, o retorno com Brothers In Arms, que emocionou a platéia inteira, fazendo todos cantarem. No derradeiro fim, acordes que puxavam para o country fizeram a platéia estranhar e perguntar o que estava acontecendo. Mas foi só Mr. Knopfler trocar seu banjo elétrico pela clássica Les Paul para todos perceberem que o que vinha era rock’n’roll. E veio na forma de Money For Nothing, que encerrou um dos melhores shows que o ATL já recebeu (e que eu já vi).
Novamente sob gritos do público, a banda se despede e deixa a todos com gostinho de quero mais. Bem, foi a deixa para eu voltar para casa com o Brothers In Arms nas alturas no som do carro.
Mais fotos




Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Não é "Stairway" o hino que define o "Led Zeppelin IV", segundo Robert Plant
Divulgados os valores dos ingressos para o Monsters of Rock 2026
Aos 74 anos, David Coverdale anuncia aposentadoria e diz que "é hora de encerrar"
A banda que serviu de inspiração para o Eagles: "Até os Beatles curtiam o som deles"
Quem são os músicos que estão na formação do AC/DC que vem ao Brasil
10 guitarristas impossíveis de serem copiados, conforme o Metal Injection
Halestorm é anunciada como atração do Monsters of Rock 2026
A capa do Iron Maiden que traz nove bandeiras de países envolvidos na Guerra Fria
As 5 melhores músicas de progressivo com menos de 3 minutos, segundo a Loudwire
Kerry King coloca uma pá de cal no assunto e define quem é melhor, Metallica ou Megadeth
Por que o Kid Abelha não deve voltar como os Titãs, segundo Paula Toller
Dave Mustaine acha que último disco do Megadeth é o melhor da banda em décadas
A banda lendária que apresentou Tom Morello ao "Espírito Santo do rock and roll"
Metallica x Megadeth: Kerry King escolhe sua favorita e explica o motivo
A melhor gravação de bateria de todos os tempos, segundo Phil Collins

Mark Knopfler revela o guitarrista que ele sempre almejou ser; "Era tudo o que eu queria"
O solo próprio que Mark Knopfler mais valoriza, e que virou praticamente um hino
Em 16/01/1993: o Nirvana fazia um show catastrófico no Brasil
Maximus Festival: Marilyn Manson, a idade é implacável!


