Bandas: Sobre formações e comparações
Por Zé Elias
Postado em 03 de abril de 2017
Uma tônica nos comentários das matérias é a discussão sobre as variações das formações de bandas. De um lado, os defensores veementes desta ou daquela. Do outro, aquele a que pertenço, estão os que não se importam ou até gostam que haja mudanças. A polêmica, naturalmente desde que não ofensiva, é bem-vinda pois serve para "movimentar" os artigos e também para despertar a curiosidade dos novatos sobre a banda em pauta.
Faço uma pequena defesa do meu lado. Como em todos os campos da vida, mudanças fazem parte do contexto, estão quase sempre fora da nossa possibilidade de intervenção, então veio o que tinha que vir, e em muitos casos elas foram saudáveis.
Porém, minha proposta aqui é outra: dar meu ponto de vista em algumas diferentes situações de mudança, usando uns poucos exemplos e, claro, ler sua opinião!
1) Quando o nome perde identidade devido às novas formações
Algumas mudanças musicais na banda são tão significativas que manter o mesmo nome soa quase uma heresia. Van "Roth" x Van "Hagar"; Deep Purple com Evans, com Gillan, com Coverdale e Hughes, com Turner, com Morse; Marillion com Fish ou sem ele; Black Sabbath com Ozzy ou Dio (que se chamou um dia Heaven and Hell, o que achei bastante interessante) ou ainda com Martin, Gillan, Hughes... E o que dizer das diferentes formações e resultados musicais de Yes e Genesis?
2) Bandas que mudam de formação e não mudam de estilo, ou mudam pouco
Kiss: talvez o maior exemplo de que as diversas formações pouco afetaram a proposta principal. Quando tentaram sair disso (The Elder e Carnival of Souls), o resultado não foi bem visto pela maioria.
ACDC e Iron Maiden: tá, é claro que a gente nota a diferença de timbre dos vocalistas, alguma coisa nas letras... Mas a meu ver, o estilo sofreu ao longo dos anos pouca variação.
3) Bandas que não mudam e tentam algo diferente
Led Zeppelin e Rush são os exemplos que tenho aqui. Um leigo que ouve Led 1 e logo depois In Through the Outdoor, no primeiro caso, ou 2112 e Hold Your Fire, no segundo, pode até pensar em bandas diferentes. Ou não?
4) Os músicos e sua influência na mudança
É mais notória a troca de vocalista, talvez em segundo lugar a de guitarrista, mas penso que não é necessariamente a mudança do pessoa em si, em termos musicais, a mais significativa. Vejo como fator principal a do compositor. Retomo algumas bandas que citei:
- Quem compunha predominantemente no Black Sabbath com Ozzy era Geezer Butler. Com a chegada de Dio, este assumiu a tarefa. E a pegada passou a ser outra.
- Coverdale e Hughes deram outro direcionamento ao Deep Purple. Foi até demais pra Mr. Blackmore, que era o "cabeça" antes. Por outro lado, a entrada de Morse nos anos 90 não provocou tanta reviravolta no estilo da banda, até porque Glover, Gillan e Lord sempre continuaram presentes nas composições.
- Parece-me que o grande ponto de divergência entre os fãs do Van Halen, mais do que a mudança da voz principal, é porque Hagar guinou a banda para um estilo considerado mais "comercial".
- Ainda que tendo tido uns 30 músicos durante sua existência, todas as composições do Jethro Tull são de Ian Anderson (pelo menos nos créditos).
- ACDC e Iron Maiden: os irmãos Young e Steve Harris sempre ditaram o estilo.
No fim das contas, o que importa pra mim de verdade é o resultado. A música é boa? Então parabéns aos músicos, sejam eles quem forem.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
Regis Tadeu elege os melhores discos internacionais lançados em 2025
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
A faixa do Iron Maiden que ficou com 5 minutos a mais do que eles imaginaram
A performance vocal de Freddie Mercury que Brian May diz que pouca gente valoriza
Banda dinamarquesa perde grande parte de seus equipamentos em incêndio
Shows não pagam as contas? "Vendemos camisetas para sobreviver", conta Gary Holt
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
O baterista que Phil Collins disse que "não soava como nenhum outro", e poucos citam hoje
Turnê atual do Dream Theater será encerrada no Brasil, de acordo com Jordan Rudess
Os "pais do rock" segundo Chuck Berry - e onde ele entra na história
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
A música do Machine Head inspirada em fala racista de Phil Anselmo
Mark Morton, do Lamb of God, celebra sobriedade e explica por que ainda aborda o assunto
Rock Cristão: as principais bandas nacionais
10 boas músicas do "rock bundão", de acordo com o Metal Injection
Slash desmente mito sobre o riff de "Sweet Child O' Mine", hit do Guns N' Roses

A nostalgia está à venda… mas quem está comprando? Muita gente, ao menos no Brasil
Afinal o rock morreu?
Será mesmo que Max Cavalera está "patinando no Roots"?
Por que a presença dos irmãos Cavalera no último show do Sepultura não faz sentido
Angra traz "Rebirth" de volta e deixa no ar se a formação atual ainda existe
De fãs a palpiteiros, o que o heavy metal e o futebol têm em comum
Pink Floyd: entenda o "estilo Gilmour" de tocar guitarra
Thrash Metal: a estagnação criativa do gênero



