Esqueça: Clássicos nunca mais
Por Carlos Alberto de Freitas Lazzarotto
Postado em 19 de fevereiro de 2017
É amigo, se você acredita que as bandas de metal não conseguem mais criar músicas que fazem milhares de pessoas cantarem nos estádios e milhões pelo mundo, que correm na loja para comprar um disco só por causa dessa música, ou seja, não conseguem criar os ditos clássicos, sinto dizer que está correto. Os clássicos nunca mais voltarão. Mas felizmente ressalto que as belas músicas ainda estão aí, sendo continuamente criadas e gravadas.
Explico. Vamos voltar aos anos 70-80 quando os grandes clássicos do rock e metal foram criados. Vivíamos num mundo em que esse estilo inexistia. Aí você pega um punhado de bandas, criam verdadeiras obras-primas em formato de disco e explodem pelo mundo. Como alguém poderia imaginar escutar um som potente e envolvente como aquele até então? Não havia nada e, portanto, a criatividade estava livre para voar. Eles eram únicos.
Bom, mas anos passaram e além das diversas outras bandas aparecerem, diversas outros tipos de mídias surgiram, espalhando velozmente a música pelo globo terrestre. E aí que vem o ponto: as obras primas ainda estão sendo criadas por novas bandas, porém não são mais únicas e inovadoras como antes. Mas elas estão lá. Basta ver alguns exemplos de discos mais antigos como Angels Cry do Angra, Wishmaster do Nightwish, ou mais novos como Defying the Rules do Hibria e o recentíssimo The Quantum Enigma do Epica. Apenas para dar alguns exemplos.
Aí alguém pode dizer, "Tá, mas as bandas antigas não produzem mais boas músicas como antes". Bom, produzir, produzem, mas como elas mesmos não estão mais em 1980, onde tudo era uma novidade, elas mesmos sofrem dessa "discriminação". Veja o caso do Maiden. Se The Wicker Man ou Rainmaker fossem feitos nos primórdios da banda, eles seriam clássicos como muitas outras músicas dessa época são. "Tá mas essas músicas já tem mais de dez anos". (Dez anos! Até me assusta!). Tudo bem, então vamos para o novíssimo disco The Book of Souls. Se The Red and the Black tivesse sido criada no terceiro disco da carreira deles, ela seria um verdadeiro hino que todos torceriam para tocar em todo show, com direito ao "Ôôôoooo" e tudo. A Empire of the Clouds nem quero comentar. Seria uma clássico por natureza caso tivesse nascida três décadas atrás. Ou seja, o Iron Maiden conseguiu fazer recentemente um dos seus melhores discos, mas infelizmente causando um choque muito menor que os seus álbuns iniciais apenas pela época que foi lançado.
Por isso repito, se você está aguardando novas obras primas, fico feliz de dizer que elas estão espalhadas por aí. Basta perder o preconceito, engolir o orgulho, abrir o ouvido e perceberá que elas estão por todo o globo. Muitas bandas e muita música boa. Muitas favorecidas pelas novas mídias que divulgaram mundialmente suas músicas.
Agora os clássicos, ahhhh esqueça, os clássicos nunca mais.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



As músicas do Iron Maiden que Dave Murray não gosta: "Poderia ter soado melhor"
A banda brasileira que está seguindo passos de Angra e Sepultura, segundo produtor
Os dois maiores bateristas de todos os tempos para Lars Ulrich, do Metallica
Inferno Metal Festival anuncia as primeiras 26 bandas da edição de 2026
O músico que Neil Young disse ter mudado a história; "ele jogou um coquetel molotov no rock"
A música favorita de todos os tempos de Brian Johnson, vocalista do AC/DC
Como foi para David Gilmour trabalhar nos álbuns solos de Syd Barrett nos anos 1970
Soulfly: a chama ainda queima
Guns N' Roses é anunciado como headliner do Monsters of Rock 2026
Os 5 melhores álbuns do rock nacional, segundo jornalista André Barcinski
A banda de thrash fora do "Big Four" que é a preferida de James Hetfield, vocalista do Metallica
O ícone do heavy metal que iniciou a carreira solo por acidente
A música do Trivium que mistura Sepultura, emo e melodic death metal
A banda que deixou o Rage Against The Machine no chinelo tocando depois deles em festival
Paulo Ricardo comenta o que é ter muita grana e admite: "Não estou nesse patamar"
Ney Matogrosso diz que não gosta de frequentar bar exclusivamente gay e revela motivo
A "desonestidade" de Vinnie Vincent, segundo Paul Stanley e Gene Simmons
A estrada brasileira e a icônica dupla sertaneja que inspiraram "Infinita Highway"


Será que não damos atenção demais aos críticos musicais?
Um obrigado à música, minha eterna amiga e companheira
O impacto da IA na produção musical
Identidade e resistência: O punk rock ainda vive e incomoda o sistema
A jornada da música em dois séculos
Metallica: a arte em "Lulu" e no "Kill 'Em All"
Guns N' Roses: o mundo visto do banquinho



