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Rolling Stones, 18/03 - fatos e artefatos de um evento

Por Rafael Carnovale
Postado em 19 de fevereiro de 2006

Quando a televisão aberta começou a passar os primeiros "flashes" de Copacabana e era possível observar que o mar de pessoas que iriam se acotovelar para assistir os Rolling Stones ao vivo já totalizava 500 mil pessoas (e nem estávamos a 4 horas do show), caiu por terra qualquer esperança de minha parte de deslocar-me para Copacabana para o show.

Na verdade não sou grande fã dos Stones, embora admire sua importância para o rock and roll e suas vertentes. Sei que Mick Jagger e Keith Richards influenciaram uma grande quantidade de rockeiros, metaleiros, punks e vários músicos dos mais diferentes estilos. Alheio ao fato do Stones hoje serem apenas uma cópia do que eram há 20 anos atrás, a banda tem competência suficiente para lotar um estádio, ou até mesmo uma praia, tanto na areia, quanto no mar.

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Vou ser sincero: acho que hoje os Rolling Stones estão colhendo todo o dinheiro que torraram nos anos 70 com drogas e loucuras que ajudaram a escrever sua história. Podemos deduzir tal atitude pela qualidade de seus lançamentos: DVD’s a rodo, CD’s coletânea em profusão, e pouca coisa de estúdio, com míseros lampejos de criatividade. Ouso dizer que a melhor coisa lançada pelos Stones nos anos 90 foi "Voodoo Lounge", mas na verdade o que eles lançaram nesse período? O citado CD, "Bridges To Babylon", e alguns caça-níqueis, como o ao vivo "No Security" e a coletânea "40 Flicks". Já no novo milênio, a banda lança o bom "A Bigger Bang", mas novamente copiando todas as regras que eles mesmos criaram... Estão errados? Eu acho que não... eles criaram, eles podem usar e abusar da fórmula.

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Por volta de 22 horas (22:20 na televisão, que espertamente gravou o show para poder passar um "reality show" sem cortes e ainda inserir pausas para comerciais durante o evento – HERESIA), os Stones sobem ao palco (coisa que não vimos pela TV) e executam "Jumpin’ Jack Flash", "It’s Only Rock And Roll (But I Like It)" e talvez seu maior clássico anos 90 ("You Got Me Rockin’")... para uma platéia VIP apática... aliás... pausa para explicarmos o conceito de VIP ("Very Important Person").

Vários veículos de imprensa tiveram seu credenciamento negado... mas mais de 4000 pessoas estavam lá ostentando o "status" de convidado "VIP"... será que eles conheciam a fundo a história dos Stones? Uma pergunta curiosa para um destes convidados seria a seguinte:

"Me diga 4 músicas dos Rolling Stones sendo que: não podem ter sido gravadas depois dos anos 90, não incluindo Satisfaction, Jack Flash, But I Like It e alguma cover que tenha sido registrada por uma banda brasileira..." – notem que os nomes das músicas estão errados, porque acho que boa parte de quem estava lá nem sabe o nome correto... ;) 100% das respostas começariam com "Start Me Up" (deixada de fora de propósito).

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Não vou aqui meter o malho nos convidados VIP’s... afinal, se eu fosse um deles eu iria lá... e acho que você também... mas criar uma área que deixou os fãs a 60 metros do palco principal é um absurdo... afinal, o show não era para o povo? Não foi bancado gratuitamente para o deleite deste? Então porque deixar a galera "meia Praça da Apoteose" longe dos Stones?

Voltando ao show, Mick e seus companheiros pareciam bem mais agitados do que seu último show, em 1998... Keith Richards mostrava total satisfação (sem trocadilhos) e Ron Wood (que sempre foi o quieto, junto com o batera Charlie Watts) também estava bem feliz de estar presente... mas não há como não notar um tom burocrático no show... os mesmos clássicos ("Tumblin Dice", "Honky Tonk Women", "Wild Horses") e músicas novas, como "Rough Justice" e "Oh No, Not You Again"). Como sempre, a vocalista de apoio (e gostosona) Lisa Fischer aparece para ofuscar a estrela Jagger, e Keith Richards canta duas músicas em seqüência. Tudo isso amparado por um palco monstruoso (sem queima de fogos... segurança antes de tudo!) e uma banda suporte segura e competentíssima.

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Mas não há como não tirar o chapéu para a burocracia dos Rolling Stones, que é superior a muita garra de várias bandas internacionais que já se apresentaram por aqui: "Start Me Up" e "(I Can’t Get No) Satisfaction" soam matadoras, e os caras ainda fazem um show bem forte. Porém, quem espera ver no palco a rebeldia dos anos 60 e 70 vai se decepcionar: agora os Stones são senhores bem educados, que falam de maneira cortês, e que primam pela "British Way Of Good Life". Mick Jagger agora é "SIR" Mick Jagger. Os caras são uma paródia de si mesmos, mas com todo direito, afinal eles estão nessa há mais de 40 anos... quem diria que isso duraria tanto tempo?

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Terminado o show às 23 horas (sim... o relógio teve que ser ajustado, pois o horário de verão acabou), ou 23:20 na televisão, sobraram confusão e problemas para quem queria voltar para casa... mas é assim mesmo... talvez seja essa a única fonte de rebeldia que ainda existe num show dos Rolling Stones em 2006. Quem foi foi, quem não foi viu, que não viu vai ver e quem não quiser ver que se dane!

Mas como eu sinto saudade do show de 1995... você concorda?

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Sobre Rafael Carnovale

Nascido em 1974, atualmente funcionário público do estado do Rio de Janeiro, fã de punk rock, heavy metal, hard-core e da boa música. Curte tantas bandas e estilos que ainda não consegue fazer um TOP10 que dure mais de 10 minutos. Na Whiplash desde 2001, segue escrevendo alguns desatinos que alguns lêem, outros não... mas fazer o que?
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