Sérgio Dias encanta no primeiro dia do RARF
Fonte: Dynamite
Postado em 21 de novembro de 2003
Um público não muito grande se dispôs a comparecer ao Canecão numa noite chuvosa para prestigiar a estréia da 8a edição do Rio Art Rock Festival. Talvez a única atração internacional da noite, o grupo argentino Alas, e a partida entre brasileiros e uruguaios pelas eliminatórias da Copa do Mundo tenha contribuído para isso, mas a noite foi das melhores.
O Violeta de Outono, que ensaia mais uma vez o retorno da formação que fez fama da década de 1980 (com Fábio Golfetti, Ângelo Pastorello e Cláudio Souza), abriu os trabalhos com a difícil missão de mostrar para o "prog people" que o som da banda também flerta com o rock progressivo, muito embora às referências à música pop oitentista e sessentista também estejam presentes. Para tanto, o trio investiu um set list que privilegiou as músicas mais lentas e viajantes, como a ótima "Declínio de Maio", na qual Fábio faz peripécias com a guitarra no chão. A banda deve ter tocado uns três covers - a menos que esteja compondo as músicas novas em inglês, e ainda a genial e muito própria versão para "Tomorrow Never Knows", totalmente psicodélica. Outras três músicas pareciam ser do novo repertório que estará no esperado próximo álbum, e o show, calmo, durou menos de uma hora.
Uma inversão na ordem das apresentações foi providencial para que o Alas não ficasse sem público. A banda, que fecharia a noite, entrou no palco logo depois do Violeta, e despertou olhares desconfiados de um público que pouco a conhecia. O quinteto, remanescente dos anos 1970, se assemelha a um grupo de jazz, é liderado pelo pianista Moretto Gustavo e tem músicos muito técnicos na formação. Mas é um acordeom, tocado por um emocionado senhor, que encanta com o toque portenho da música. Totalmente instrumental, tocaram temas longos que por vezes desagradram o público, pouco paciente, em se tratando de um evento voltado para o rock progressivo. O destaque foi um tema que remetia aos protestos feitos pelo povo argentino durante a grave crise econômica de 2001, onde, tal qual no governo Collor, o dinheiro da população foi confiscado. Teve até um mini panelaço.
Superada a crise Argentina, coube a Sérgio Dias tocar rock’n’roll pra valer. Reunindo uma bandaça (o Jetts) com músicos bem novos (onde ele arranja esses caras?) mas tecnicamente muito bons, o ex-Mutante mandou ver um set realmente pesado. No começo, é claro, e "só para matar a saudade", como ele mês disse, Sérgio mandou uma seqüência de clássicos que continha "Uma Pessoa Só", "Technicolor" e "Tudo Foi Feito Pelo Sol", que abriu o show. Depois, engrenou as músicas do último disco solo dele, "Estação da Luz", totalmente dedicado à cidade de São Paulo. Rolaram, entre outras, "Filhos do Silêncio" e "Araras". É interessante ver, nessas músicas mais recentes, como o músico não "arregou", e, ao invés de deitar na fama e fazer baladinhas e gravar acústicos, ele continua fiel à suas origens rock. Com pouco mais de uma hora, e uma corda de guitarra a menos, o show é encerrado com a balada "Anjos do Sul". Sérgio Dias ainda voltaria ao palco duas vezes, para tocar a pesada "Cidadão da Terra", e uma versão emocionante para "Balada do Louco", devidamente acompanhada pela platéia.
O Rio Art Rock Festival continua hoje, confira:
RIO ART ROCK FESTIVAL
Local: Canecão, Rio de Janeiro, 21h
Ashtar
Wishbone Ash.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Steve Morse diz que alguns membros do Deep Purple ficaram felizes com sua saída
A melhor música do Pink Floyd para Rob Halford, que lamenta muitos não compreenderem a letra
O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar
A banda australiana que não vendia nada no próprio país e no Brasil fez show para 12 mil fãs
Blackberry Smoke confirma quatro shows no Brasil em 2026
O recado curto e direto que Iron Maiden passou a Blaze Bayley quando o demitiu
O álbum que, para Geddy Lee, marcou o fim de uma era no Rush; "era esquisito demais"
E se cada estado do Brasil fosse representado por uma banda de metal?
Moonspell celebrará 30 anos de "Wolfheart" com show especial no Brasil
Jane's Addiction anuncia que membros fizeram as pazes e comunica fim das atividades
Regis Tadeu coloca Deep Purple no grupo de boybands ao lado do Angra
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
Regis Tadeu explica se reunião do Barão Vermelho terá tanto sucesso como a dos Titãs
Será que ele curtiu? O dia que Adrian Smith tocou na guitarra de Kirk Hammett
A crítica de fã a Bruno Sutter que foi tão embasada que ele aceitou e mudou postura
Titãs: o motivo pelo qual Arnaldo Antunes saiu da banda antes de "Titanomaquia"
Cinco formações que duraram pouco tempo, mas gravaram bons discos

As cinco melhores bandas brasileiras da história, segundo Regis Tadeu
Por que Mutantes não tocavam no Brasil todo nos anos 1970?
A banda de rock que se afastou e Tim Maia ficou com saudades do convívio
A banda dos anos 1990 que Sérgio Dias dos Mutantes adorou: "Deu canja e não saia do palco"



