Ian Gillan: "Ritchie Blackmore gostava de mandar e eu detestava ser dominado"
Por Kaioh Haurani
Fonte: Blabbermouth
Postado em 18 de fevereiro de 2007
The Sun Online conduziu em fevereiro de 2007 uma entrevista com o vocalista Ian Gillan e o baterista Ian Paice, do DEEP PURPLE. Seguem alguns trechos da conversa, onde somente Gillan participa:
Gillan, como foi para você deixar o Purple em 1973, no auge da banda, e vê-la prosseguir com David Coverdale?
Gillan: "Foi triste, particularmente porque não sabia ao certo o motivo de estar me afastando. Depois comprei 'Burn' e 'Stormbringer', ambos com o Coverdale. Tenho-os até hoje, mas não pude ouvi-los. No último momento algo me disse que seria como assistir minha ex-mulher fazendo sexo com outro".
Como foi reunir a banda com a formação clássica em 1984 e depois retornar em 1992, depois dos conflitos com Ritchie Blackmore?
Gillan: "Em 1984 foi fácil, pois ainda havia respeito por parte de todos, e o resultado foi o 'Perfect Strangers'. Em 1992 foi totalmente diferente, nos esforçamos por um bom tempo para que tudo corresse bem, até que Ritchie resolveu nos deixar".
Quais as principais diferenças de personalidade entre você e Ritchie?
Gillan: "Bem, tenho que ser honesto. A principal diferença é que eu era terrível e ele era fod*! Falando sério, éramos companheiros de quarto no primeiro ano. Ele tinha um ótimo senso de humor, um tanto quanto negro, mas nos fazia rir. Porém, Ritchie gosta de mandar e eu detesto ser dominado ou persuadido, então era inevitável que nossa relação não se desenvolveria de uma maneira positiva".
A banda parece muito feliz e estável agora, comparada com os velhos tempos.
Gillan: "Sim, faz parte do amadurecimento. No processo de formação, você pode aprender como ser um músico, e até como escrever boas canções, mas é difícil estar preparado para lidar com o sucesso, principalmente quando você tem 20 e poucos anos e possui dinheiro 'saindo pelas orelhas'. De repente um deslize e vocês estão dormindo em quartos de hotel separados. Então você começa a perceber que é um mundo diferente, um mundo cruel. Daí começa a criar muros em torno de si, tornando-se defensivo, fica difícil agir como um artista. As coisas mudam. Nos separamos, e quando voltamos para a reunião de 1984, éramos pessoas totalmente diferentes".
A banda parece estar trabalhando duro para minimizar os problemas que teve, é isto mesmo?
Gillan: "Estamos sempre trabalhando neste sentido. Quando se está próximo da morte, você avalia cada segundo de sua vida. O Purple estava perto da morte em 1993. O público foi minguando, tocávamos para 1.200 a 1.500 pessoas em lugares com 4.000 assentos, aquela seria definitivamente nossa última turnê. Daí felizmente Ritchie partiu, o sol brilhou novamente e decidimos tentar mais uma vez. Somos gratos por esta oportunidade".
Leia a entrevista na íntegra (em inglês) neste link.
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