Mustaine: não mais lutando contra os demônios do Metallica
Por Emanuel Seagal
Fonte: Blabbermouth
Postado em 25 de agosto de 2009
Foto da chamada: Alexandre Cardoso
Dave Ling do Classic Rock entrevistou Dave Mustaine, líder do Megadeth. Confira alguns trechos da conversa.
Classic Rock: Como foi enterrar ressentimentos do passado com Slayer excursionando juntos?
Dave: "[Sorrindo discretamente] Eu nem falei com Kerry [King, guitarrista] ainda".
Classic Rock: Mas ele viu o show do Megadeth do lado do palco?
Dave: "Sim. Eu nunca tive nada contra Kerry - ele que começou isso tudo. Muitas coisas que ele disse sobre mim me magoaram, mas ainda estou aberto a ser amigo dele. Talvez nos sentemos juntos para beber algo; ele vai tomar Jägermeister e eu tomarei água. Eu sou uma pessoa diferente agora. Tenho 47 anos. Estou feliz com minha vida".
Classic Rock: Mas a "trégua" veio pessoalmente de você?
Dave: "Sim. Eu fiz muito disso. Eu fiz com o Pantera. Eu fiz com [o antigo baixista] David Ellefeson. Eu recentemente jantei com Dave e ele disse que [sair da banda] foi a coisa mais idiota que ele já fez. Eu disse, está bem - eu te perdôo. Enquanto me sento aqui conversando com você agora, pensando sobre as pessoas das quais tenho ressentimentos, há zero delas. Eu estou realmente feliz com minha vida. E enquanto minha carreira se aproxima do fim, estou terminando ela no topo".
Classic Rock: Você pode apontar porque está em um estado tão bom agora?
Dave: "Minha fé [em Deus] está por trás de eu estar tocando bem, e como me livrei dos meus demônios. O fato de eu ter sido salvo não é algo que eu empurre nos outros, mas me ajudou. Isso lembra o que disse sobre Slayer no início. Eu disse que eu nunca tocaria com bandas satânicas. Apesar das pessoas não saberem disso, eu também disse que não tocaria com bandas que atraem grande público feminino porque eu não queria ir lá e ficar olhando para garotas no público. Mas quando minha vida mudou eu deixei isso tudo de lado. Eu percebí que poderia tocar com bandas que atraem público feminino; afinal de contas, caras gostam de ir a shows onde terá mulheres - mesmo gordas, pois há caras gordos - e comecei a relaxar. É disso que se trata. Agora eu estou feliz, alegre, livre... Eu sou seu amigo, o cara que você conheceu toda sua vida. Você disse coisas ruins de mim; você disse ótimas coisas de mim. Mas somos amigos; a amizade tem lados bons e ruins".
Classic Rock: Como você se sentiu em ser escolhido como número 1 no recente livro de Joel McIver, o "The 100 Greatest Metal Guitarists"?
Dave: "Foi especialmente legal quando descobri que Joel escreveu livros sobre o Metallica. Eu olhei a minha cópia do livro - eu não estava na capa ou contra-capa. Imaginei que estaria em algo como número 69. Então eu o folheei; é um livro bem compreensível, bom livro. Eu cheguei na posição 50 e pensei, 'Estou aqui?' Me falaram que eu estava, mas não falaram a posição. Então vi a posição 16 e vi Hetfield. Pensei, 'Wow', pois eu respeito James. Sou um melhor guitarrista solo que ele, mas ele é um dos três melhores guitarristas base do mundo".
Classic Rock: Quem são os outros dois?
Dave: "Malcolm Young [do AC/DC] e eu mesmo. Malcolm se manteve básico mas trouxe um estilo totalmente novo de tocar como guitarrista base. Então eu cheguei ao top 10... eu ainda não estava ali. A cada página que eu virava, eu ficava mais excitado. Eu cheguei na posição 5 e estava Kirk [Hammett], e pensei, 'Obrigado, Deus'. Naquele ponto não importava [em que posição eu estava]. Ser melhor que ambos [James e Kirk] significava muito - é um dos pequenos incômodos da minha carreira e eu nunca soube como lidar com isso. Eu não percebí que havia tanto em minha vida. Então cheguei ao número 2 e vi John Petrucci [do Dream Theater] e congelei. Eu era o número 1. O que tornou melhor foi o que o cara escreveu: 'Isso não é sobre Dave como pessoa, pois ele é um cuzão" - [risos] - 'Essas quatro páginas são sobre tocar guitarra, que é o melhor. Há pessoas que são melhores em algo que Mustaine faz, e outras são melhores que outras, mas ninguém é bom em tudo.' Tudo que pensei foi...eu vencí!"
Classic Rock: De alguma forma isso representou um encerramento?
Dave: "Exatamente. Eu não sou viciado em mais nada. Eu não estou mais lutando com demônios do passado de outra banda [Metallica]. O jogo acabou. Lars [Ulrich] me chamou e ofereceu a chance de ir ao Rock And Roll Hall Of Fame e não ser homenageado, mas sentar com o público [ao invés disso]. 'É apenas para pessoas que estiveram nos discos' foi o que ouví. Isso teria sido estranho. Então eu não fui. Há obviamente algumas questões não resolvidas da parte do Lars. Mas sabe de uma coisa? Se Deus me quiser no Hall of Fame, eu estarei lá".
A entrevista completa (em inglês) pode ser lida no Classic Rock Magazine.
Metallica x Dave Mustaine
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