Dream Theater e Mangini: fã traduz sentimentos de Portnoy

Como era de se imaginar, a saída de PORTNOY, a escolha de um novo baterista, o "mini-reality show" e, finalmente, a divulgação de MIKE MANGINI como o substituo de MP, causou furor no mundo Prog-Metal e em suas adjacências. Eu, como fã de DT há pelo menos 15 anos, tive um breve momento de "vai ser impossível reparar esta perda", pensamento que logo foi substituído por "quem vai conseguir reparar esta perda?".

Depois de toda a sequência dos fatos que culminaram na divulgação de MANGINI como o escolhido, e após ler muito e acompanhar os diversos tipos de reações do fãs, principalmente aqui no Whiplash, onde MANGINI parecia não ser o principal assunto e sim a performance, no mínimo, questionável de Aquiles Priester, me interessei por escrever sobre o assunto. Antes, um breve comentário sobre Aquiles e sua participação neste evento: Embora eu não seja fã há muito tempo do estilo melódico (não sou contra, apenas não faz mais parte dos meus playlists como já fez um dia), procurei assistir alguns vídeos dele e digo que, em minha humilde opinião, o cara é bom sim, e a frase dita por ele, algo como: "... this guy can play some drums...", durante o Reality do DT, soou desnecessária, um pouco arrogante e figurou como justificativa pelos erros cometidos, mas faz algum sentido: ele sabe tocar. Talvez eu como fã de DT, não ache que ele aguentaria o rojão hoje, mas esta opinião não tem a ver com sua técnica e sim com um pacote completo de fatores maiores do que as habilidades de um baterista. Se encaixar no DT, ou em qualquer outra banda que possua uma história construída, requer o preenchimento de muitos outros requisitos além da mencionada capacidade de tocar extraordinariamente bem.

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Voltando aos trilhos originais que me motivaram a escrever sobre o assunto, minha maior curiosidade agora é saber o que MP pensou sobre tudo isto, e devido a problemas com suas declarações anteriores à mídia, ele tem se mantido bem calado. Entretanto um post interessante aconteceu em seu fórum. O post original não é dele, e sim de um usuário do fórum, e apesar de não serem palavras vindas de MP, ele complementa o post concordando com o que foi dito pelo fã. O mais interessante é que o fã, MOOG, não acaricia ninguém, não é desrespeitoso, mas é objetivo no que fala sobre a carreira do DT e sobre toda a situação até então.

Link do post original em inglês no site oficial de MP:

http://www.mikeportnoy.com/forum/tm.aspx?high=&m=2661316&mpage=56#2667761

O usuário do fórum, Moog, comentou:

"Espero não soar desrespeitoso com MP, mas eu tenho algumas observações sobre os acontecimentos recentes na terra DT. Espero que minha opinião não seja um insulto.

Eu sou um grande fã de DT, mas não muito das suas coisas recentes. "The Count of Tuscany" é uma das minhas canções favoritas já feitas por eles. Parabéns à banda por essa música épica. Eu adoro todas as músicas de cada álbum (exceto "Falling into Infinity") até "Train of Thought". Depois desse CD, para mim os destaques ficavam espalhados por cada CD. DREAM THEATER não tinha mais o mesmo fogo e os CD's simplesmente não davam mais liga. Eu não sei o porquê, mas talvez eu não estivesse sozinho? Eu sei que MP olha para cada CD como seu bebê e provavelmente ama cada coisa que já eles já fizeram. DREAM THEATER tornou-se um padrão de um CD cheio de canções decentes e algumas boas. Talvez .....( e por favor leve isto numa boa) - MIKE se sentia da mesma forma. Eu não sei como ele se sentia, mas talvez ele tenha pensado que as coisas precisavam de um chute na bunda? Eu, certamente, me senti desta forma – como um fã.

Eu estou ansioso pela música de ambos, MIKE PORTNOY e DT, mas acho que MIKE PORTNOY merece uma tonelada de créditos por chutar DREAM THEATER na bunda e serem o melhor que eles podem ser."

MIKE respondeu:

"MUITO bem dito... MUITO verdadeiro... e a grande razão por isto tudo ser tão doloroso e comovente de esperar e observar.... (eu ainda me esquivei disto na minha entrevista a Classic Rock/Prog)...

... e com isso, vou voltar a espreitar e a manter minha boca fechada para não dizer a coisa errada ou ser mal interpretado em tudo isto ...

Mas certamente uma observação muito astuta, Moog!
MP"

Este post, de certa forma, movimentou o fórum de MP, pois traduziu de maneira simples o que provavelmente PORTNOY tentou falar a mídia. No início de tudo, alguns fãs radicais tomaram partidos, uns para o lado do DT, outros para o lado de MP. O fato é que toda história tem dois lados ou mais, todos tem suas razões, e o post de Moog mostra a análise de um fã sensato que soube dizer algo que se encaixa bem como uma descrição provável dos fatos. Concordo com grande parte do que foi dito por ele, principalmente no tocante a saída de PORTNOY poder ser o renascimento da banda que ele mesmo criou e para qual dedicou tanto de sua vida. Espero que ele se recupere da dor que deve estar sentindo por não poder fazer parte de tudo, e, arriscando um comentário de fã delirante, quem sabe um dia não teremos como no Iron após a volta de ADRIAN SMITH, dois bateras fenomenais destruindo tudo e fazendo a banda mais gigantesca ainda!

Bom, retornando de meu delírio, a respeito da escolha, achei perfeita. Digo isto de forma isenta. Não guardava qualquer preferência enquanto assistia aos vídeos. Confesso que, mesmo sem acompanhar a carreira de Aquiles, fiquei com aquela sensação de que poderia ter sido ele, mais por ele ser brasileiro, mas ao ver sua participação, percebi que não havia chance, não com a performance mostrada no vídeo. Os fãs que o acompanham podem dizer que ele tem o potencial, mas uma banda como DT não procura potencial, procura um cara pronto, que chegue e toque, e que os compreenda em sua maneira de compor e se apresentar.

MARCO MINNEMANN, como a maioria também concorda, seria outra figura perfeita para o cargo, pelo menos tecnicamente. JORDAN RUDESS ficou encantado com a alegria e expontaneidade com que MARCO tocou nos testes, e realmente foi interessante ver isto, no entanto, ao meu ver, de todos eles o único cara que parecia já ser um integrante da banda enquanto tocava, foi MANGINI. Outra audição que me agradou bastante foi a de THOMAS LANG, apesar de não ter sido muito comentada, achei bastante vigorosa a sua participação. Na verdade, acredito que somente Derek Roddy e Aquiles pareciam estar deslocados em suas audições. A impressão que tive deste dois foi que aceitaram um convite e resolveram ver no que daria, sem se comprometer como se aquilo fosse o sonho de suas vidas... posso estar sendo injusto no comentário, mas foi o que pareceu a partir do pouco conteúdo a que tivemos acesso através dos vídeos. MANGINI e MARCO se prepararam para as audições como se fosse a última vez que tocariam bateria em suas vidas. Foram explosivos, apaixonados e precisos. Embora todos possuam um currículo extenso e já sejam músicos experientes, MANGINI tem alguma coisa que o coloca em um patamar acima, não digo isto pelos recordes que o cara possui, nem por suas técnicas singulares que ele mesmo criou e desenvolveu, acho que simplesmente ele se encaixa na banda de forma perfeita, até mesmo na foto, ele figura com um ar de integrante e não como um substituto. Logo saberemos se MANGINI será uma locomotiva como foi PORTNOY para o DT, como fã, espero que sim.

Bom é isto, torço por PORTNOY, torço por MANGINI e torço, como sempre, pelo DREAM THEATER.

Foto da chamada: Roberta Forster

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