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David Lee Roth: Cocaína, putaria e mais cocaína

Por Nacho Belgrande
Fonte: Playa Del Nacho
Postado em 04 de maio de 2013

Juntos, NINA BLACKWOOD, MARK GOODMAN, ALAN HUNTER, MARTHA QUINN e o finado J.J. JACKSON inventaram a função de VJ e trabalharam nela na MTV de 1981 a 1985. Os quatro sobrevivente contam tudo no livro "VJ: The Unplugged Adventures of MTV’s First Wave," co-autorado por Gavin Edwards. Eles estavam no mesmo ramo dos deuses do rock. Por vezes era uma festa. Por outras, algo diferente. No trecho traduzido abaixo, os VJs Alan Hunter e Mark Goodman discorrem sobre DAVID LEE ROTH.

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Alan Hunter: Eu fui a um festival de rock em Nova Jersey; o Van Halen um monte de gente iam tocar. Daryl Hall e John Oates estavam no palco, mas eu estava procurando por Mark. Eu dei uma volta pelos bastidores, indo de trailer em trailer. Eu bati em uma porta, abri, e Mark estava lá com David Lee Roth. "Hey, entra aí, fecha a porta". Eu entrei, e eles estavam sentados em uma mesa pequena – Dave tinha um baita pote de vidro com cocaína. Eles me convidaram para juntar-me a eles.

Alan Hunter: Eu disse, "Eu não queria chegar de supetão, mas beleza."

Alan Hunter: A gente rachou a cocaína e nos divertimos muito. E daí as pessoas começaram a bater na porta: um produtor ou um amigo ou coisa do tipo. E um a um, eles vinham e sentavam em outra parte do trailer enquanto nós três ficávamos sentados, conversando, tomando cerveja, cheirando outra carreira. Antes de percebermos, o trailer estava lotado. Ninguém estava sentado conosco, porque eles não conheciam David – nós sim. E eles só estavam assistindo a gente cheirar farinha. Era como se fôssemos da realeza; não estávamos nem aí pras outras cinquenta pessoas nos assistindo cheirar. Pessoas da televisão, assessores de imprensa, pessoas que não conhecíamos. Qualquer um deles poderia ter saído e dito, "Cara, estamos assistindo a dois VJs sentados com David Lee Roth cheirando". Era como pessoas em orgias assistindo outras pessoas fazendo sexo.

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Mark Goodman: David Lee Roth estava convencido de que ele era o maior astro do rock do universo. Dave era o cara mais engraçado do mundo – pra ele. Ele ria de todas suas piadas. Mas a mente dele funcionava a 500 quilômetros por hora. Essas frases iam caindo da cara dele – ele ficava falando de pessoas que eram idiotas, e ele dizia, ‘Sabe, QI de dois dígitos’. Ou sobre outras bandas que não eram tão boas comoo Van Halen: "Hoje estão aqui… mais tarde, já eram".

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Mark Goodman: Quando as coisas começaram a ficar muito ruins com minha esposa [a DJ Caroll Miller], eu precisava dar um tempo. Roth estava em sua primeira turnê solo, e eu era amigo de Pete Angelus, que tinha virado empresário de Dave. Eles me convidaram para um show da turnê – eu fui de avião encontrá-los em Detroit e andei no ônibus deles por uma semana, mais ou menos.

Mark Goodman: Dave queria me alegrar. Então, em Búfalo ou em outro canto, seja lá qual fosse o ginásio de hóquei que estivéssemos, Pete me mandou ir pro vestiário. Eu achei que Dave iria estar lá e que íamos cheirar um pouco. Eu entrei e saiu essa mulher dos chuveiros. Ela era sensual, de um modo piranha do rock n’ roll, e ela começou a conversar comigo. Depois de pouco tempo, ela ajoelhou-se e começou a baixar o zíper das minhas calças. E eu me senti estranho com aquilo – eu tive que dizer a ela, "Eu não consigo". Eu acho que aquilo pode ter afetado negativamente minha amizade com Dave; ele só queria me fazer sentir melhor.

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Mark Goodman: Quando Dave estava em turnê, tanto com o Van Halen como solo, ele mandava pintar a grade em frente do palco com cores diferentes do lado virado pra ele:vermelho,azul,e verde, para delimitar áreas diferentes da plateia. Ele procurava por minas gostosas na plateia, e entre as músicas, ia até o assistente dele,Eddie, do lado do palco, e dizia, "Verde, direita, quatorze fileiras pra trás, três assentos pra dentro". O assistente ia até lá e grudava um passe nos seios dela. Então depois do show, havia vinte e cinco garotas no camarim e todas pensavam que tinham sido a única escolhida para ficar com David Lee Roth naquela noite. Na verdade, algumas delas ficariam. As outras acabavam com os outros membros da banda – ou, se necessário, com a equipe técnica.

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Mark Goodman: Eu ouvia histórias desses caras sobre as coisas que eles faziam em turnê. Pete me contou sobre ter ouvido um membro da banda com uma garota nos fundos do ônibus. Ela estava dizendo, "Eu não quero te chupar". A resposta dele pra ela tornou-se um bordão pra banda e pra equipe pro resto da turnê: "Chupa logo isso". Eles achavam aquilo hilário, e eu não dava conta. Eles faziam com que as garotas plantassem bananeira em banheiros – eles achavam isso a coisa mais engraçada de todos os tempos, mas era simplesmente nojento e triste. Eu ainda sabia que essas mulheres estavam ali por escolha própria e que a qualquer momento poderiam ter dito, "Vai se fuder, eu não vou fazer isso!" Ainda assim, eu não conseguiria tratar nenhum outro ser humano daquele modo.Mas eu queria ter tido a manha com aquela garota que saiu dos chuveiros.

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Mark Goodman: Certa noite em Los Angeles, fomos a um lugar chamado 0-1 Gallery na Melrose… por volta das quatro horas da manhã. Dave e eu estávamos no banheiro cheirando uma carreira ou duas, quando do nada, ouvimos gritos. Alguém entrou correndo no banheiro dizendo "Os gambés estão aqui! Os gambés estão aqui!"

Mark Goodman: Dave entrou em ação imediatamente. Ele fez um rabo de cavalo e enfiou a camisa nas calças. Ele tinha um vidrinho que ele tacou pela janela do banheiro. Eu joguei o meu no lixo e saímos andando casualmente do lugar. A polícia de Los Angeles chegou armada até os dentes. Eles exageraram. Teve muita gritaria e empurra-empurra e arma apontada pra cara enquanto tentávamos sair da casa sem sermos notados. Não ia rolar: eles fizeram todos irem pra rua. Eles nos colocaram em fila na Avenida Melrose e ficaram olhando pra nós, literalmente enfiando lanternas nas nossas caras. Esse foi um raro momento onde eu vi Dave não tentar ser David Lee Roth; ele só queria se misturar e passar despercebido. Mas ninguém o reconheceu – pelo menos não os tiras. Eles nos fizeram dispersar, na verdade gritando "Sai daqui, caralho". Eu olhei pro outro lado por um segundo e Dave já tinha sumido.

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Sobre Nacho Belgrande

Nacho Belgrande foi desde 2004 um dos colaboradores mais lidos do Whiplash.Net. Faleceu no dia 2 de novembro de 2016, vítima de um infarte fulminante. Era extremamente reservado e poucos o conheciam pessoalmente. Estes poucos invariavelmente comentam o quanto era uma pessoa encantadora, ao contrário da persona irascível que encarnou na Internet para irritar tantos mas divertir tantos mais. Por este motivo muitos nunca acreditarão em sua morte. Ele ficaria feliz em saber que até sua morte foi motivo de discórdia e teorias conspiratórias. Mandou bem até o final, Nacho! Valeu! :-)
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