Rob Halford: desanimado com o retrocesso da humanidade
Por Bruce William
Fonte: Blabbermouth
Postado em 26 de agosto de 2017
Durante participação no programa de rádio "The Freaks With Kenny And Crash" da Fox Sports 910 AM de Phoenix, Arizona, no dia 15 de agosto de 2017, Rob Halford falou sobre a discriminação que a comunidade LGBT ainda sofre apesar dos progressos na aceitação da homossexualidade e a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em algumas partes do mundo.
"Me sinto frustrado e com raiva que aqui estamos em 2017... digo, crescendo como um garoto e de repente notando minha preferência... bem, não é de fato uma preferência, mas sim o que você é. Você não tem escolha. Sou o que sou. E por causa da sociedade em que cresci, e que ainda existe até hoje, tivemos este tremendo retrocesso em termos de igualdade."
Ele prossegue: "Quando jovem sempre achei que as coisas iriam melhorar, mas não foi o que aconteceu", continua Halford. "Ainda há muito que melhorar aqui na América do Norte, meu país natal. E há partes do mundo onde pessoas como eu são jogadas do alto de prédios ou enforcadas apenas por ser o que somos. São injustiças cometidas contra gays, assim como contra pessoas de outras raças ou que não aceitam a mesma religião. É um mundo muito louco, não?" diz, decepcionado. "Pensávamos que a esta altura teríamos nos acertado e cada um poderia viver e aceitar os outros do jeito que são. A vida é curta".
Ao ser perguntado se o fato de ele ser assumidamente gay e ser o frontman do Judas Priest abre as portas para alguns, Rob respondeu: "Aconteceu comigo... vou resumir: eu estava fora do Judas na época. Estava em uma banda chamada Two com John 5, que hoje toca com Rob Zombie. E (em 1998) eu estava fazendo uma entrevista para a MTV falando sobre música e blá blá blá, e de repente eu disse 'Falando como um homem gay no metal...' blá blá blá. Bem, o cara parou tudo, o produtor, pois era uma grande novidade na época. Refletindo, será que eu teria dito aquilo se estivesse no Judas?"
"Acontece que os gays, enquanto não saem do armário, sempre estão protegendo as outras pessoas: 'não posso fazer isto pois vai magoar fulano e sicrano', tentamos viver a vida das outras pessoas, e isto é a pior coisa que se pode fazer", explica Rob. "Você tem que aprender por si mesmo e viver sua própria vida. Só daí você pode sair no mundo e descobrir o resto das coisas".
"Então eu disse aquilo (durante a entrevista da MTV) e voltei para o hotel, pensando 'Oh, o que eu fiz? Será o caos'", ele continua. "Mas nunca tive tanta demonstração de afeto em toda minha vida - as cartas, faxes, as ligações de todos da comunidade metal: 'Rob, não nos importamos. Queremos que você seja quem você é. Queremos você cantando, queremos ir nos seus shows'. E aquilo foi um momento extremamente edificante pra mim e para o metal. Pois durante muito tempo o gênero era o submundo do rock'n'roll, não era respeitado e era sempre deixado pra trás. Daí eu pensei 'Bem, isto não é fantástico?'. Serviu para mostrar que nós da comunidade metal somos os mais tolerantes, mente aberta, amorosos e aceptivos dos sub-gêneros do rock que conhecemos. Foi um grande momento", finaliza.
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