Chad Smith: como foi gravar com Ozzy, que está frágil, mas domina piadas de peido
Por Igor Miranda
Postado em 03 de setembro de 2020
O baterista Chad Smith, do Red Hot Chili Peppers, revelou em entrevista à Modern Drummer como foi parar nas gravações do álbum "Ordinary Man", lançado por Ozzy Osbourne no início deste ano. O disco também traz o produtor e guitarrista Andrew Watt e o baixista Duff McKagan, do Guns N' Roses, além de participações especiais de Elton John, Slash, Tom Morello e outros.
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Chad Smith contou que o convite veio de Andrew Watt e que tem trabalhado com o produtor em várias gravações nos últimos anos - inclusive, de artistas fora do rock. "Toquei em coisas de outras pessoas no passado, geralmente por intermédio de Rick Rubin (produtor). Nos últimos anos, trabalhei muito com Andrew Watt e gravei para Post Malone, Sam Smith, Jake Bugg, Dua Lipa, Charlie Puth, Miley Cyrus e Lana Del Rey, sempre com Andrew, que é um produtor estourado no pop, mas é um cara do rock", disse.
A demanda de Andrew Watt aumentou muito depois que ele trabalhou com Camila Cabello, no hit "Havana". Foi aí que o rapper Post Malone conheceu Watt e, consequentemente, houve a conexão com Ozzy Osbourne. "Começou com uma música de Post e ele disse que amava Ozzy. Andrew conhecia Kelly (filha de Ozzy), que conhecia o som do Post. Claro, Ozzy não fazia ideia de quem era Post, mas foi legal trabalhar nessa música", afirmou, em menção a "Take What You Want", canção do rapper com participação do Madman.
Pouco tempo depois, Osbourne convidou Watt para trabalhar em "Ordinary Man" e o produtor logo chamou Smith para gravar a bateria. O baterista descreveu a experiência como "incrível", apesar da fragilidade da saúde do vocalista, que enfrentou vários problemas nos últimos anos.
"Ozzy era incrível de se ter por perto. Tão engraçado e gentil. E ele não decepcionou. Estava mijando nas plantas e contando piadas de peido, era incrível. Só existe um Príncipe das Trevas e eu tentava não ser um idiota perto dele. Apesar disso, ele estava muito frágil. Não sabíamos, mas ele havia sofrido uma queda, lesionado o pescoço e estava se recuperando, mas não melhorava", disse.
As gravações de "Ordinary Man" foram como uma espécie de terapia para Ozzy. "Quando terminamos, Kelly estava quase chorando enquanto dizia que ela não o via feliz daquele jeito em 6 meses. Ele ama ser criativo e fazer música", afirmou.
A ideia de chamar Duff McKagan para o álbum partiu de Chad Smith. "Precisávamos de um grande baixista, pois Andrew é um grande guitarrista. Eu havia tocado com Duff McKagan uma semana antes, em um evento de caridade em Montana, então, o chamei. Ele estava na cidade e disse que a banda dele não tinha marcado nada por aqueles dias, então, chamei e é claro que ele topou. Todos apareceram: Elton John, Tom Morello, Slash, Post Malone. Foi perfeito o fato da agenda de todos estar bem alinhada e tudo ter funcionado bem", disse.
A composição de "Ordinary Man" girou em torno do seguinte conceito: qual o estilo das músicas de Ozzy Osbourne e do Black Sabbath que os envolvidos mais curtiam e como um álbum moderno de Ozzy deveria soar. "Gravamos 12 músicas em quatro tardes. Eram três músicas por dia, do zero. Estávamos tão empolgados com a ideia de fazer um grande disco para Ozzy, pois não sabíamos, vai que aquele ali seria o último álbum dele? Muitas letras de Ozzy refletiam sobre a vida e a morte. Era pesado, mas foi muito divertido. Ozzy amou. E ninguém soa como ele no mundo. A voz é um instrumento único", declarou.
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