Steve Vai: por que ele saiu da "exagerada" banda de David Lee Roth no fim dos anos 80
Por Igor Miranda
Postado em 30 de março de 2021
Após integrar a banda de apoio de Frank Zappa, Steve Vai chamou atenção do público em geral ao se tornar o guitarrista de David Lee Roth. Na época, o cantor havia acabado de deixar o Van Halen e dado início à sua carreira solo.
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Vai permaneceu na banda de Roth entre 1985 e 1989, tendo colaborado com dois álbuns: "Eat 'Em and Smile" (1986) e "Skyscraper" (1988). Ao sair, juntou-se ao Whitesnake, ficando até o primeiro hiato do grupo, em 1991.
Em entrevista à BBC Radio, transcrita pelo Ultimate Guitar, Steve Vai se recordou com carinho de sua passagem pela banda de David Lee Roth. O músico se divertiu ao destacar que o projeto era bastante "exagerado", algo que remete à própria personalidade do vocalista.
"Quando estávamos trabalhando no primeiro álbum, fazíamos apenas o que era natural. Nós realmente exagerávamos na forma como tocávamos, nas roupas, na postura de palco, no show em si, nas luzes... tudo era bem exagerado e era divertido demais", afirmou, inicialmente.
O guitarrista pontuou que, naquela época, sempre havia uma busca pela inovação. "O Van Halen estava inovando. Dave foi esperto por encontrar não só um guitarrista capaz, mas um baixista (Billy Sheehan) e um baterista (Greg Bissonette) capazes. Isso fez com que Billy e eu fizéssemos coisas pouco convencionais. Eram tempos onde você simplesmente tinha que tocar o mais rápido que pudesse", disse.
Vai sabia que lidaria com pressão, devido às inevitáveis comparações com Eddie Van Halen, mas ele nunca se intimidou porque levou a humildade em primeiro lugar. "Eu não poderia pensar que eu estava competindo, pois é bobagem. Ninguém pode competir com Eddie Van Halen. Fiz o meu melhor e foi isso. Tentar soar como ele seria uma derrota enorme. Ele era a minha inspiração", contou.
Apesar de toda a diversão, chegou o momento em que Steve Vai optou por sair da banda de David Lee Roth. "Por mais que eu tenha gostado, eu sabia que aquela não era a minha vocação. Desde muito novo, eu tinha um tipo de música na cabeça que era meu segredinho. Eu sabia que precisaria desistir de todas as coisas de rockstar para fazer isso", declarou.
O músico deixou claro que saiu da banda de David Lee Roth - e acabaria saindo do Whitesnake se o grupo não tivesse entrado em hiato - por estar em busca de "expressar sua própria voz". "Foi engraçado, porque quando acabei de fazer meu álbum solo 'Passion and Warfare' (que foi lançado em 1990), eu entrei para o Whitesnake. Ainda era meu pequeno segredo", disse.
Como o guitarrista sempre curtiu tocar com um frontman, a oportunidade com o Whitesnake não poderia ser deixada de lado. "David Coverdale (vocalista) é encantador e canta muito. Se você queria ter uma banda de rock naquela época, David Coverdale era o número um da lista. Contribuí como um soldado e curti muito, mas eu sabia que procurava outra forma de expressão", afirmou.
A exposição de Steve Vai como integrante o Whitesnake e anteriormente da banda de David Lee Roth, certamente, acelerou as vendas de "Passion and Warfare". O álbum é um dos poucos trabalhos instrumentais da história a receber disco de ouro nos Estados Unidos, por vender 500 mil cópias.
"Quando 'Passion and Warfare' saiu, a turnê do Whitesnake havia acabado de começar. Eu não esperava aquele sucesso. Então, até hoje, eu nunca fiz uma turnê de 'Passion and Warfare', pois fiquei em turnê com o Whitesnake por 13 meses, tinha acabado de ter um filho, então eu fiquei em casa fazendo outras coisas. Minha carreira solo só foi lançada oficialmente depois disso", concluiu.
A entrevista completa pode ser conferida a seguir, em inglês e sem legendas.
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