David Lee Roth: cantor diz que mudança de nome irritou pessoas de extrema-direita
Por Igor Miranda
Fonte: The New York Times
Postado em 20 de julho de 2020
O vocalista David Lee Roth falou sobre a mudança de seu nome artístico - que, agora, ele define como uma brincadeira - em entrevista ao The New York Times. O cantor do Van Halen disse que a alteração causou ira em "algumas pessoas de extrema-direita" e declarou que não se encaixa nem na esquerda, nem na direita política.
No último mês de junho, o vocalista divulgou uma pintura onde se apresenta como David L. Roth ou El Roth. A arte foi inspirada pela crise causada pela pandemia do novo coronavírus e os protestos contra a violência policial diante da comunidade negra, motivados após o assassinato de George Floyd por um policial branco nos Estados Unidos.
Na ocasião, Roth explicou a mudança após influência do grupo country Lady Antebelleum, que se tornou Lady A como forma de reconhecer que "Antebellum" remetia a um passado negativo para a comunidade negra americana. O vocalista não explica a conexão entre o nome "Lee" e o caso da banda country, mas imagina-se que a atitude faça referência ao general Robert E. Lee, comandante do exército da Virgínia do Norte durante a Guerra Civil dos Estados Unidos, do lado dos Estados Confederados, que apoiavam a continuidade da escravidão.
Agora, ao The New York Times, David Lee Roth diz que a anunciada mudança "tinha uma conotação política pessoal". "Tentei me divertir um pouco às custas dos outros, mesmo respeitando a visão deles. Mas a suposta mudança de nome realmente causou ira, algumas pessoas de extrema-direita postaram: 'cai mais um esquerdista'", disse.
O vocalista se definiu como um "hippie de combate" e destacou que é necessário ter "engrenagens" para defender a ideia de "paz e amor". "Amo os direitos civis. Direitos iguais. Direitos das mulheres. Direitos das crianças. Direitos dos direitos. A lista inteira. Por outro lado, estou preparado para raspar a cabeça, me juntar aos fuzileiros navais e sair para defender esses direitos. Não é exatamente uma declaração de esquerda. Ou não costumava ser quando eu era criança", afirmou.
Em seguida, ele comentou a própria definição de "hippie de combate" com um exemplo de sua própria juventude. "Estudei em escolas que [os estudantes] eram 90% negras e espanholas, raspei a cabeça para defender as cores do regimento. Todo dia, às sete da manhã, a gente marchava para hastear a bandeira. E, à noite, a gente ia para a casa do irmão do Kenny Brower para fumar maconha e ouvir o disco novo do Doors. Hippie de combate!", concluiu.
A entrevista completa, traduzida pelo jornal "O Estado de S. Paulo", pode ser conferida neste link.
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