Rafael Bittencourt diz que parte do conceito do Manowar é a intolerância
Por Mateus Ribeiro
Postado em 17 de janeiro de 2022
O músico Rafael Bittencourt, guitarrista da banda Angra, recentemente concedeu entrevista ao podcast Ibagenscast. Durante a conversa, o apresentador Caio Maranho falou a respeito do comportamento do headbanger, que não costuma dar atenção para outros estilos musicais que não sejam o heavy metal.
Caio perguntou para Rafael se o comportamento segregador do fã de metal prejudicou bandas de heavy metal com propostas inovadoras. "Sim, sim. Eu acho que tudo revolve ao redor do tema insegurança, né? Porque essa introspecção tem a ver com a insegurança (...) O grupo se segregar tem a ver também com o indivíduo ser mais introspectivo e tudo o mais (...). Eu também tive isso, quer dizer, quando moleque, eu sei muito bem o que é ser um jovem metaleiro, porque eu fui boa parte da minha vida, né? Agora não pode dizer que sou jovem e [é] muito diferente a maneira que me relaciono com o heavy metal, porque depois de um tempo, muda, né? Mas [o heavy metal] não deixa de ser importante pra mim", respondeu o músico, em trecho transcrito por Mateus Ribeiro.
Rafael complementou sua resposta, afirmando que a "casca" do metaleiro faz com que bandas desistam de tentar mudar algo na sonoridade. "O que eu acho é que nessa insegurança, nessa intolerância, nessa segregação que você falou, eles [os fãs de metal] são também muito cruéis, né? Eles são, muitas vezes muito impulsivos na opinião, uma opinião que é dada sem pensar e uma crueldade também um com o outro. E aí o que acontece? As bandas ficam inseguras de arriscar, inseguras de serem criticadas e aí acaba que a maioria das bandas começa a obedecer a protocolos e molduras e formatos, pré-estabelecidos, poucas realmente têm coragem pra arriscar".
Na sequência, o guitarrista explanou seu ponto de vista citando a relação fã-banda mais emblemática do metal. "E se você pegar o Manowar, que é um dos grandes expoentes do power metal, ou criadores do power metal, eles... parte da ideologia deles, parte do conceito da banda é a intolerância, né? É o ‘true metal’, é o metal de verdade e tal, e é uma postura intolerante já partindo da própria banda. Então assim, o power metal tem um pouco isso. É difícil você mesclar dentro do power metal, porque no momento que você mescla, já não é mais power metal".
Segundo Rafael, a soma de todos os fatores acima mencionados resultou no enfraquecimento do gênero musical conhecido como metal melódico. "O power metal na sua essência, ele tem umas regrinhas pra você seguir que são muito fechadas. No momento que você começa a misturar [elementos de outras vertentes], vão falar "influencias progressivas, influências étnicas’, etc. Então, o que que aconteceu é que o próprio power metal se enfraqueceu no mundo".
O vídeo com o corte completo pode ser assistido no player a seguir.
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