Ratos de Porão: "Aglomeração" dispersa quem acha que música e política não se misturam
Por Homero Pivotto Jr.
Postado em 09 de abril de 2022
O Ratos de Porão não só é uma banda brasileira, mas é um aglomerado de quatro indivíduos atentos ao que ocorre na "terra do Carnaval", social e culturalmente. E, como bons cidadãos - não cidadãos de bem, por favor - percebem a nação de forma crítica. Vide a nova composição do grupo que tem mais de mais 40 anos de serviços prestados à música extrema: "Aglomeração", lançada nesta sexta-feira (8). A faixa é um retrato atual, e pontual, do território verde-amarelo em tempos pandêmicos, e aposta em um vocabulário que diz muito sobre o momento pelo qual passamos. Além da palavra que dá título à composição, promovida de substantivo à expressão maldita desde que o coronavírus varreu o globo — e ceifou mais de 660 mil vidas em solo tupiniquim até o momento, conforme painel de monitoramento do Ministério da Saúde — termos como ‘antivacina’, ‘cloroquina’, ‘kit covid’, ‘whatsapp’, ‘motociata’, ‘bolsominion’ e ‘SUS’ criam uma narrativa ácida e certeira.
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Pra exemplificar essa impressão, eis o primeiro verso: "Negando a realidade / Neopentec antivacina / Ozônio vai no cu / Não esqueça a cloroquina". O resto você mesmo pode conferir no vídeo lyric a seguir, que tem a parte lírica completa na descrição.
A composição faz parte do novo álbum da banda previsto para ser lançado em 13 de maio, apropriadamente batizado como "Necropolítica" (termo criado pelo filósofo/historiador camaronês Achille Mbembe e que, grosso modo, significa uso do poder político e social do Estado para determinar, quem vive e quem morre).
Musicalmente, o tema segue uma linha que o Ratos vem adotando desde o fim da última década do século passado, um crossover entre metal e hardcore com jeitinho brasileiro. "Metal pra caralho punk as fuck", resumiu João Gordo em uma de suas contas no instagram. Além do cantor/apresentador, a formação do Ratos segue com Boka (bateria), Jão (guitarra) e Juninho (baixo) mostrando que o tempo de estrada não reduziu a fúria para se expressarem.
Questões sociais sempre acompanharam o trabalho do RDP, uma banda que surgiu na periferia de São Paulo. Porém, esse viés crítico ficou bem claro, e devidamente gravado, no álbum apropriadamente batizado com o nome da nação, lançado em 1989. O registro dá um panorama sombrio do país num período de suposta volta da democracia, em que as incertezas com o fim da ditadura, as dificuldades financeiras e a falta de perspectiva davam o tom em temas cujos títulos, infelizmente, seguem fazendo sentido até hoje. "Retrocesso", "Crianças Sem Futuro", "Farsa Nacionalista" e "Máquina Militar" são exemplos.
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