Ronnie James Dio: "Não sou satanista, mas aquele simbolismo é ótimo para a arte"
Por André Garcia
Postado em 05 de novembro de 2022
Ao lado de Ian Gillan, Rob Halford e Robert Plant está Ronnie James Dio como um dos vocalistas que ajudaram a estabelecer o heavy metal. Tanto por seu trabalho exemplar no Rainbow quanto por suas passagens pelo Black Sabbath, sem falar em sua reconhecida e admirada carreira solo.
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Em 2004, Dio foi entrevistado pelo músico e antropólogo Sam Dunn para o documentário Metal: Uma Jornada pelo Mundo do Heavy Metal, lançado no ano seguinte. "A gente queria falar sobre as igrejas queimadas na Noruega, e o papel de Satã e o satanismo no metal" disse Sam anos depois. "Mas Ronnie levou o assunto para outro nível, e me fez perceber que o metal tem muito a dizer sobre religião — a diferença entre o bem e o mal, Deus e o diabo."
Em vídeo disponível no YouTube, entre outras coisas, o vocalista falou sobre sua relação como o satanismo, e o que ele achava da ação dos extremistas escandinavos que queimaram igrejas.
"Bem, eu não sou satanista, mas eles têm direito de liberdade religiosa. É tipo as bruxas, que geralmente são muito gente boa. Aquele simbolismo [satânico] é ótimo para obras de arte, para apresentações de palco, combina com couro e correntes, aquela coisa toda, luzes, pirotecnia... é a mídia perfeita."
"O sombrio e o mal são grandes mídias, o que não quer dizer que você deva ir para os extremos, onde as pessoas viram neo-nazistas e queimam sinagogas, ou queimam igrejas, ou o que quer que seja. Nisso eu não tenho interesse nenhum. Mas aí volta a questão de [o mal] ser algo tão desconhecido que você pode definir como te convir."
"Sabemos tudo sobre amor, ser generoso com o próximo, mas nunca sabemos o que o diabo está tramando, por onde ele anda. Por não sabermos ao certo nada disso, é tanta liberdade para criar coisas, liricamente."
Ao ser perguntado se os grupos que queimaram igrejas levaram o metal longe demais, Dio respondeu sem nem pensar: "Com certeza. Levaram a coisa ao ponto de idiotice. Nós conversamos mais cedo sobre metal e violência — não dá para ser mais violento que aquilo. E se tivesse alguém na igreja? Talvez tivesse, eu não sei... Só porque você tem um problema com o cristianismo, você tem que ter um problema com a vida também? Você tem problema com o fato de que uma pessoa está viva e lá dentro?"
"É uma estupidez, completamente. É claro que eu tenho limite, tenho meus valores morais, e eles não são o demônio. Se isso fizer alguém deixar de gostar do que eu fiz em minha carreira, só lamento... Eu fui do Black Sababath [que é] um manto muito pesado de se vestir. Porque, como banda, nós nunca fomos à imprensa dizer 'Não, não somos do mal, não fazemos essas coisas, de jeito nenhum'. Quando você não se defende, as pessoas julgam por si mesmas o que você é. Principalmente com um nome como BLACK SABBATH. Você vai ser colocado no mesmo saco, e vai ter que lidar com isso."
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