Em 1985, Dio comentou o que prejudicava as vendas do Heavy Metal
Por André Garcia
Postado em 15 de fevereiro de 2023
Em meados dos anos 80, Dio já era amplamente considerado um dos maiores expoentes do heavy metal. Após exitosas passagens pelo Rainbow e Black Sabbath, em 1983 ele fez sua estreia triunfal como artista solo com "Holy Diver". Em 1985, ele já lançava seu terceiro disco, "Sacred Heart", embarcando em uma extensa turnê pela América do Norte e Europa.
No final de 1985, aos 43 anos, o frontman conversou por telefone com o jornalista canadense Steve Newton, em entrevista disponível no YouTube. Entre outras coisas, ele falou sobre as vendas de seu terceiro álbum solo, "Sacred Heart", então seu trabalho mais recente.
"Vendeu muito bem — tanto quando os dois anteriores. Está rapidamente se aproximando de disco de platina. Provavelmente já chegou a 900 mil cópias nos Estados Unidos, creio eu. Foi extremamente bem no resto do mundo também — muito bem na Europa, para falar a verdade.
O problema no momento é que não toca nas rádios. Principalmente neste país [Estados Unidos], por conta desse papo de mensagens subliminares, a PMRC [Centro de Recursos Musicais Parentais, comitê formado em 1985], o que o afastou muita gente de tocar esse tipo de música. O que é algo bem estúpido, mas que realmente prejudica — se a música não for ouvida, ninguém vai saber se gosta ou não, então não vão comprar.
Em um cenário onde não rola muitas vendas, nosso produto sempre se sai muito bem. Contamos com uma larga base de apoiadores fiéis, que sempre estão do nosso lado; e ainda tem o show, e o boca-a-boca... então estou muito satisfeito com ele.
"Nós não fomos tão atacados [pela PMRC] quanto outros foram, mas não merecemos sequer sermos atacados. Eu não escrevo aquele tipo de coisa [que eles dizem]. Eles têm ideias pré-concebidas das pessoas, se alguém fizer heavy metal, imediatamente o selo [de aviso aos pais por conteúdo explícito] está lá. Você toca heavy metal? Então você é tão mal quanto Blackie Lawless ou Dee Snider, ou seja lá quem eles considerem maus. Isso não tem sido tão prejudicial para nós quanto para algumas outras bandas."
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