As trilhas sonoras cheias de rock de Sofia Coppola
Por Hilton Salgado
Postado em 26 de março de 2023
Depois do sucesso de "Elvis", outro filme baseado na história do Rei do Rock estreará em breve: "Priscilla", cinebiografia sobre a esposa de Presley e mãe de Lisa Marie (filha única do casal falecida em 12 de janeiro de 2023).
A curiosidade, além do filme em si, fica também em relação à trilha sonora que será selecionada pela diretora do filme, Sofia Coppola. Será que ela só usará músicas de Elvis ou fará escolhas inusitadas? E há motivos para tal curiosidade: nos filmes de Sofia, a música é um importante elemento narrativo, pontuando passagens, traduzindo sentimentos, ações e ideias, além de ajudar a estabelecer o perfil dos personagens. É um componente importante, que caminha de braços entrelaçados com a imagem.
Os filmes dela não pretendem ser reconstituições perfeitas de uma época. São olhares pessoais, que retratam o background da cineasta. Por isso, as trilhas dos filmes de Coppola são anacrônicas e casam-se à perfeição com a intenção dramática.
Enquanto escreve os roteiros, ela ouve músicas que tenham alguma relação com a história, e muitas delas acabam entrando na trilha. Foi o caso, por exemplo, de "Smoke Gets in Your Eyes", na versão de Brian Ferry, que ela ouviu bastante enquanto escrevia "Um Lugar Qualquer" e foi incluída no filme.
O cinema, para a diretora, é genético e hereditário. Ela estreou como "atriz" ainda bebê em "O Poderoso Chefão", dirigido pelo pai, Francis Ford Coppola. A partir daí, fez várias participações durante sua infância e juventude, muitas vezes em papeis pequenos nas obras paternas.
Em "O Poderoso Chefão 3", ela interpretou Mary Corleone depois que a atriz inicialmente convocada, Winona Ryder, abandonou o projeto. Sua atuação foi massacrada pela crítica.
Na década de 1990, ela apareceu como atriz nos clipes "Mildred Pierce" do Sonic Youth, "Sometimes Salvation" do The Black Crowes e "Deeper and Deeper" de Madonna e começou a atuar como diretora, dirigindo promos de bandas como Walt Musik e The Flaming Lips. Em 1996 e 1998, fez dois curtas-metragens. Viria, então, sua estreia em longas com "As Virgens Suicidas".
Enquanto "Priscilla" não é lançado, confira abaixo um panorama das trilhas de seus filmes.
"As Virgens Suicidas"
O livro homônimo de Jeffrey Eugenides, best-seller em 1993 no qual o filme se baseou, foi um presente dado a Sofia pelo vocalista do Sonic Youth, Thruston Moore. Conta a história de cinco irmãs adolescentes de classe média na década de 1970, em Detroit.
O filme teve dois CDs lançados, um com a trilha composta pelo Air e outro com músicas da década de 1970, com destaque para Ted Rundgren, Steely Dan, Heart e Boston.
Embora a história se passe nos anos 70, Sofia estava ouvindo bastante o duo eletrônico francês Air enquanto escrevia o roteiro e o convidou para compor para o filme. Eles acabaram preparando um álbum inteiro.
O Air também trabalharia com ela em "Maria Antonieta" e "Encontros e Desencontros".
"Encontros e Desencontros"
A trilha de "Encontros e Desencontros" contém músicas que, segundo Coppola, ela "gosta e ouvia na época da produção". Ela também trabalhou com seu habitual colaborador, o ex-baterista da banda Redd Kross, Brian Reitzell, como supervisor de música, para criar um som nipônico.
A trilha mistura gerações de bandas, com destaque para The Jesus and Mary Chain. Inclusive, muitos creditam a Sofia o revival que bandas como Jesus e My Bloody Valentine tiveram nos anos 2000.
"Maria Antonieta"
Um filme de época exige música do período em que se passa a história. Certo? Errado. Aqui, ela optou por usar muita coisa da década de 1980, seja em versões originais, seja em versões com cordas. Mas, claro, ela também usou sons clássicos, como peças barrocas, incluindo obras de Vivaldi, Jean-Philippe Rameau e Domenico Scarlatti. Aparentemente incongruente, o uso de canções modernas faz sentido depois de ouvirmos o motivo dado por Coppola.
"Quando eu era adolescente, tomei conhecimento sobre a França do Século 18 por meio movimento new romantic (da década de 1980) com bandas como Bow Wow Wow e Adam And The Ants. E também pela (estilista) Vivianne Westwood e toda a cena pós-punk", disse ela.
"Um Lugar Qualquer"
Em "Um Lugar Qualquer", a banda francesa Phoenix compôs a trilha, dando o toque de modernidade. Sofia é casada com o frontman da banda, Thomas Mars. Mas a trilha novamente usa clássicos como The Police, T. Rex e Kiss.
Aqui, Sofia quis usar a trilha sonora de um modo mais contido, usando a música de modo mais esparso.
"Bling Ring: A Gangue de Hollywood"
Nessa trilha, Sofia quis usar sons mais contemporâneos e músicas que tocavam à época dos eventos (o filme baseia-se em fatos reais ocorridos entre 2008 e 2010). Essa trilha foge do seu padrão. O som é mais pop, com muita black music, e raras pinceladas roqueiras (como, por exemplo, com Can e Phoenix).
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