Os três "Rauls" que existiam dentro de Raul Seixas, segundo amigo e parceiro Mauro Motta
Por Gustavo Maiato
Postado em 11 de agosto de 2023
Raul Seixas foi uma figura icônica do rock nacional e brilhou principalmente entre os anos 1970 e 1980 com hits que habitam até hoje o inconsciente coletivo nacional. Um de seus grandes parceiros de composição foi seu amigo Mauro Motta, com quem escreveu músicas como "Sheila", "Baby Baby" e "Ainda Queima a Esperança".
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Em entrevista ao Corredor 5, Mauro Motta comentou sobre os três "Rauls" que de certa forma existiam dentro de Raul Seixas.
"Compor com o Raul era tranquilo. Eu conheci três ‘rauls’. O Raulzito, o Raul dos Santos Seixas e o Raul Seixas. O Raulzito era um cara tranquilo e boa gente. Tomava uma cervejinha para dar um realce, como ele dizia. O Raul dos Santos Seixas era um cara fino e educado. Ele era psicólogo e pouca gente sabe. Fala inglês perfeito com todos os sotaques de qualquer lugar dos EUA. Ele tinha uma inteligência raríssima, dizia que não tinha medo de morrer, e sim de deixar de existir."
"Agora, o Raul Seixas era o artista. Ele era aquilo tudo e nada daquilo. Ele não era a metamorfose ambulante. Ele criou esses tipos todos. O real valor do Raul era outro. Ninguém conheceu ele mais do que eu. As confidências dele era comigo. Eu sabia de todas as mulheres que ele amou. Ele era totalmente contra o amor livre e fazia tipo com esse negócio da música da aranha. Ele compunha, mas pensava diferente. Era um cara honestíssimo e muito correto. Ele criou esse personagem e continuou nele, fez um monte de besteira".
Ainda sobre essa construção do personagem Raul Seixas, o youtuber Júlio Ettore fez alguns comentários em vídeo no seu canal no YouTube.
"A aproximação cada vez mais intensa dele com a sociedade secreta começou. O Raul às vezes sumia e não dava sinal. Um dia ele foi a Minas sem sequer ligar para a família nem dar sinal de quando pretendia voltar. Isso estava se tornando corriqueiro. A aproximação com sociedades ocultistas também deixava a Edith, sua primeira esposa, apavorada. Ela tinha formação cristã ortodoxa e estava chocada com a aproximação de Raul com o universo Crowley.
Os conflitos acentuaram-se e não demoraria a chegar o dia de um impasse definitivo. O Raul estava mudando e uma das coisas que provocavam essa mudança eram as drogas. Antes de conhecer o Paulo, ele tinha tido só uma experiência leve com a maconha, mas Paulo disse que o apresentou a todas as drogas, como o próprio pontual do comentário.
O Paulo só disse que não se lembra se apresentou o Raul à cocaína e o Raul começou a cheirar bastante. Quem conta isso é o guitarrista dele na época, Jay Vaquer, que na época se chamava Gay Vaquer. Depois ele mudou o nome. Ele é pai do atual cantor Jay Vaquer e é americano. Ele conta que a Edith ficou preocupada quando o Raul começou a usar cocaína.
O Jay também conta que Raul criou uma espécie de personagem, inclusive com ajuda do Paulo. Todo mundo ali em volta trabalhava para criar uma persona chamada Raul Seixas. Mas o que acontece é que o Raul começou a ficar preso à personagem, não conseguia mais sair dele. Muitas pessoas viam como um guru. Isso não era o verdadeiro Raul. Ele estava atuando. Se por um lado isso deixou a Edith chocada, isso impressionou outra mulher chamada Gloria, irmã do Jay, que foi apresentada por ele ao Raul. Ela disse que ficou apaixonada quando eles se olharam pela primeira vez."
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