A experiência que fez Bruno Sutter perceber que rock e funk não são tão diferentes assim
Por Gustavo Maiato
Postado em 19 de outubro de 2023
Quem conhece o funk brasileiro sabe que as letras podem apresentar um discurso bastante direto no que diz respeito aos temas sexuais. Em entrevista ao Guarda Volume, Bruno Sutter contou um caso interessante envolvendo isso.
"A experiência intensa da vida traz reflexões interessantes. Lembro-me de uma ocasião em que assisti a um vídeo, não consigo precisar qual, em que um Mc do funk objetificava excessivamente as mulheres, sexualizando-as de maneira desrespeitosa. Foi a única vez em que resolvi xingar muito no Twitter. Falei: ‘Essas músicas, especialmente os funks atuais, que objetificam as mulheres, são uma vergonha para nossa expressão artística.’ Contudo, ao conferir os comentários, fui surpreendido. As reações eram diversas, e percebi que criticar é fácil, mas ao olhar para dentro, percebi que, no fundo, é tudo mais do mesmo.
Um exemplo que me chamou atenção foi alguém apontando ironicamente para uma letra com o título ‘Metal Bucetation’ que fiz. Ri, refletindo sobre como acusar é simples quando se está numa posição de crítica. No entanto, ao se aprofundar, percebe-se que, no final das contas, há semelhanças entre diferentes gêneros musicais. A diferença reside na forma como cada estilo aborda a temática.
Lembrei-me dos movimentos de hard rock dos anos 80, em que a objetificação da mulher era evidente. As letras muitas vezes transformavam as mulheres em objetos para satisfazer desejos sexuais. É interessante notar que o tema de sexo e drogas sempre esteve presente, apenas manifestando-se de maneiras distintas ao longo dos tempos.
Neste sentido, é fácil apontar o dedo para um gênero musical específico, mas é importante reconhecer que essa temática sempre fez parte da cultura musical. A evolução está na forma como cada geração a aborda. Talvez, ao invés de apenas criticar, devêssemos refletir sobre como podemos contribuir para uma expressão artística mais consciente e inclusiva. Essa autorreflexão é essencial para compreendermos que, no fim, estamos todos no mesmo barco".

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
O melhor baterista de todos os tempos, segundo o lendário Jeff Beck
Jon busca inspiração no Metallica para shows de reunião do Bon Jovi
Ingressos do AC/DC em São Paulo variam de R$675 a R$1.590; confira os preços
Tuomas Holopainen explica o real (e sombrio) significado de "Nemo", clássico do Nightwish
A banda com quem Ronnie James Dio jamais tocaria de novo; "não fazia mais sentido pra mim"
Gus G explica por que Ozzy ignorava fase com Jake E. Lee na guitarra
Show do AC/DC no Brasil não terá Pista Premium; confira possíveis preços
Os álbuns esquecidos dos anos 90 que soam melhores agora
A melhor música que Bruce Dickinson já escreveu, segundo o próprio
A única música do Pink Floyd com os cinco integrantes da formação clássica
Robert Plant conta como levou influência de J. R. R. Tolkien ao Led Zeppelin
Quando Lemmy destruiu uma mesa de som de 2 milhões de dólares com um cheeseburguer
As músicas que o AC/DC deve tocar no Brasil, segundo histórico dos shows recentes
Paisagem com neve teria feito MTV recusar clipe de "Nemo", afirma Tarja Turunen


Sutter diz que foi chamado de preconceituoso por brincadeira contra funkeiro em reality
"Heavy Metal é o novo jazz e será cada vez mais nichado", afirma Bruno Sutter


