A pior década musical segundo Jeff Beck: "Até os lojistas cheiravam e te diziam como tocar"
Por André Garcia
Postado em 29 de março de 2024
Após surgir como guitarrista do Yardbirds em meados da década de 60 (como substituto de Eric Clapton), Jeff Beck teve uma prolífica carreira até o começo dos anos 80, mas depois sua atividade foi diminuindo. Isso fica visível em sua discografia: entre "There & Back" (1980) e "Who Else!" (1999) ele lançou apenas três álbuns.
Em entrevista publicada em fevereiro de 2007 na edição 102 da Classic Rock, Beck confessou que aquilo teve a ver com o fato de que ele odiava o que a indústria musical se tornou a partir dos anos 80, e queria ter o mínimo possível a ver com aquilo. Por anos ele preferiu fazer participações especiais e trabalhos como músico de estúdio em álbuns alheios do que lançar seus próprios.
"Os anos 80 não foram minha época", disse ele. "Eu gostava do Prince e do 'Eliminator', de ZZ Top, e só. Eu não ia tentar vender nada meu, quer fosse música antiga, nova ou surrealista, porque era em vão. Todo o cenário musical era uma piada: os executivos das gravadoras eram mais importantes do que os artistas; até mesmo os malditos varejistas cheiravam cocaína e começavam a te dizer como tocar guitarra. Que se dane aquilo. Eu saí de cena."
A partir de "Who Else!" em 1999, após o surgimento da internet e do Napster fazerem a indústria musical como conhecíamos implodir, Jeff Beck retomou uma produção mais regular até o fim de sua vida: "You Had It Coming" (2001), "Jeff" (2003), "Emotion & Commotion" (2010), "Loud Hailer" (2016) e, por fim, "18" (2022) — esse último em parceria com Johnny Depp.
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