Se dependesse da vontade de Raul Seixas, talvez o Sepultura não existisse mais
Por Bruce William
Postado em 21 de julho de 2024
"Efeito Borboleta", lançado em 2004, é um dos mais famosos filmes que abordam conceitos filosóficos baseados na ideia de que pequenas decisões podem causar profundas mudanças. Estrelado por Ashton Kutcher, no filme ele interpreta um jovem chamado Evan Treborn que descobre a capacidade de viajar no tempo e alterar eventos significativos de seu passado. Mas essas alterações provocarão consequências inesperadas e muitas vezes desastrosas no presente e no futuro, o que ilustra bem o conceito de que pequenas mudanças em um sistema complexo podem resultar em grandes diferenças mais tarde.
Em 2020, Andreas Kisser foi um dos artistas retratados em matéria da Orange Amps, onde ele revelou qual a inspiração que o levou a começar a tocar e se tornar músico: "Principalmente o Kiss e o Queen, elas foram minhas duas bandas principais. O Queen veio ao Brasil em 1981 mas minha mãe não me deixou ir porque eu era muito novo. Então o Kiss veio em 1983, e esse foi o meu primeiro show. Poder vê-los ao vivo na turnê 'Creatures of The Night' foi insano, isso mudou minha vida. É por isso que estou aqui! Ver isso, na minha cidade natal, no estádio do meu time de futebol, como eu disse, isso mudou tudo".
A turnê do Queen no Brasil também foi um dos pontos de partida de Max Cavalera, que já contou em várias ocasiões que a vinda do grupo britânico foi uma das coisas que mais o marcou na vida: "Minha primeira lembrança na música foi assistir o Queen. Quando ouço o 'Live Killers' me lembro de ter visto o Queen com meu irmão em 1981 em São Paulo. Foi o show que nos trouxe ao rock and roll - a gente detestava música, todos tipos de música"(...)"Sempre serei grato ao Queen, nunca encontrei nenhum deles. O Queen é, provavelmente, a razão para que Max Cavalera exista".
Como sabemos, após a saída de Max Cavalera, o Sepultura seguiu adiante com Derrick Green sendo chamado para ocupar o posto de vocalista, e ao longo dos anos, Andreas acabou se tornando praticamente um porta-voz da banda, com todas as principais decisões sendo informadas publicamente por meio do guitarrista. Não é exagero dizer que, sem ele, o Sepultura talvez não existisse mais hoje em dia.
O que Raul Seixas achava da vinda do Kiss ao Brasil em 1983
A passagem do Kiss pelo Brasil em 1983 foi um dos grandes acontecimentos da história do Rock no Brasil, algo que na época mexeu com todas as mídias e se tornou um dos eventos mais lendários de todos os tempos aqui no país. Mas nem todos ficaram impressionados de forma positiva com aquilo, incluindo Raul Seixas.
Naquele ano, o músico brasileiro foi entrevistado por Pedro Bial quando, no meio da conversa, surgiu a coisa do Kiss no Brasil, que era, afinal, o assunto do momento. E tudo surgiu num prosaico instante onde Raul estava apenas tomando um copo de leite, e Bial parece ter achado aquilo meio inesperado.
"Eu não tomei meu leite, aliás", disse Raul. Nisto, Bial resolve brincar e diz: "Para quem acha que o Raul Seixas é o louco, você está aí tomando um leitinho, né? É para desfazer a má impressão, né?". Raul responde e, aproveitando a coisa da língua, acaba citando o Kiss. "Graças a Deus. As más línguas dizem. São as más línguas tipo a do Kiss, né? Aquela língua enorme que vem para o Brasil não sei fazer o quê".
Percebendo que poderia render uma pauta, Bial pergunta então para Raul Seixas se ele achava que o Kiss precisava ter vindo de fato ao Brasil, e Raul responde: "Nada. São muitos dólares envolvidos e é bobagem pura. Sei lá".
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