Ritchie Blackmore revela a doce porém cruel chantagem que empresário fazia com Bonham
Por Bruce William
Postado em 10 de julho de 2024
A fama pode trazer consigo o que a maioria das pessoas considera como grandes benefícios, que são o dinheiro e poder, permitindo acesso a luxos e oportunidades exclusivas, além de propiciar a si e aos próximos melhores condições de desfrutar de uma vida confortável. No entanto, ela também pode ter um custo significativo. A vida simples, com privacidade e liberdade de movimentação, muitas vezes se torna inviável. A constante exposição pública pode levar a uma perda de anonimato, dificultando atividades cotidianas sem ser reconhecido ou assediado. Além disso, a pressão para manter uma imagem pública pode ser desgastante, e a invasão de privacidade por parte da mídia e fãs pode afetar a saúde mental e emocional da pessoa, como bem sabemos através de milhares de exemplos.
E um caso que ilustra o preço da fama aconteceu com o Led Zeppelin, pois conforme a banda se transformava em um gigante do Rock que fazia megashows em estádios imensos, o baterista John Bonham lutava cada vez mais para lidar com a fama e recorria à bebida nos momentos de depressão profunda. Em uma entrevista à Classic Rock em 2016, resgatada pela Far Out, Ritchie Blackmore do Deep Purple refletiu sobre sua amizade com Bonham, lembrando sua tendência a provocar tretas quando estava sob a influência do álcool.
"Eu era muito amigo do Bonzo do Led Zeppelin. E houve uma vez que estávamos bebendo no Rainbow [bar em Los Angeles], e ele estava muito animado e bêbado ou realmente em depressão, e ficou o tempo todo olhando vazio para a mesa. Daí de repente ele disse: 'deve ser muito fácil subir lá e tocar 'der-der-der, der-der-der-der'", imitando o riff de "Smoke on the Water", um dos maiores clássicos do Deep Purple e da história do Rock.
Blackmore não era de levar desaforo pra casa, e retrucou: "Pois é, deve ser tão difícil quanto subir lá e tocar 'duh-der duh-der dum', mas pelo menos a gente não copia ninguém'", mandou Ritchie, se referindo a "Whole Lotta Love" e os plágios que o Led era acusado de fazer. Depois de uma série de acusações e contra acusações bêbadas, os dois rockstars se reconciliaram quando foram ao banheiro pra urinar. "Rich, você quis realmente dizer aquilo tudo?'", conta Blackmore. "E disse: 'Não, não, de fato, eu só estava revidando', há espaço no topo pra todos nós'. Terminamos, descemos e começamos a beber novamente", relembra o guitarrista.
Apesar de Bonham ter orgulho de estar entre os maiores bateristas de todos os tempos tocando em uma das maiores bandas de Rock da história, Ritchie recordou em uma outra ocasião que ele lutava para lidar com a fama. Em meados dos anos setenta, Bonzo havia alcançado um sucesso além de seus sonhos mais selvagens e gostaria de mudar de ritmo. Fazer turnês pelo mundo era uma experiência cansativa, especialmente quando se tinha dois filhos em casa. No entanto, o empresário da banda sempre fazia propostas atraentes para atrair o baterista de volta à banda.
"John Bonham sempre dizia ao Zeppelin: 'Estou saindo da banda. Não posso voltar para a América de novo. Não posso continuar fazendo isso'. Então Peter Grant dizia pra ele: 'Ei, venha até a garagem. Quero te mostrar algo'. Bonzo perguntava: 'O quê é?' Eles iam até a garagem e lá estava um novo Lamborghini, exatamente o carro que Bonzo queria. Era assim que ele continuava sempre voltando para América".
Conforme Blackmore, Bonzo chegava a titubear mas sempre capitulava. "Houve ocasiões em que ele acabou chorando porque queria voltar para casa. Ele não queria estar na América, sentia falta da esposa, não queria estar em uma grande banda. Ele queria estar tocando em uma banda pequena em Birmingham, não se importava com toda aquela fama".
A distância da casa e da família contribuiu para que ele aumentasse seu abuso de álcool para controlar a ansiedade, até que em 24 de setembro de 1980, após beber cerca de quarenta doses de vodca, ele adormeceu na casa de Jimmy Page depois de um ensaio. Na manhã seguinte, John Henry Bonham foi encontrado morto, asfixiado pelo próprio vômito, sem a presença de drogas no corpo, conforme revelado pela autópsia. Ele estava com 32 anos de idade.
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