Por que "Aqualung" continua sendo uma canção atual até os dias de hoje, explica Ian Anderson
Por Bruce William
Postado em 09 de março de 2025
"Aqualung" é uma das músicas mais conhecidas do Jethro Tull. Com um riff marcante e uma letra que mistura reflexão social e personagens realistas, a canção continua sendo debatida e interpretada até hoje, tendo sido lançada no álbum de mesmo nome de 1971, que trata da distinção entre Deus e a religião, a relação do homem com Deus, e como a religião interfere nessa relação.
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E, para Ian Anderson, sua relevância não diminuiu com o tempo. Pelo contrário, a mensagem se tornou ainda mais urgente. Anderson explicou que a música nasceu da observação da realidade ao redor. "Aqualung" retrata um morador de rua, um homem marginalizado pela sociedade, e reflete sobre a forma como as pessoas reagem à sua presença. "Acredito que os sentimentos da música são tão óbvios agora quanto eram em 1971, porque a questão dos sem-teto não desapareceu", afirmou, em fala publicada pela Far Out.
A ideia para a música surgiu quando Jennie Anderson, então esposa de Ian, fotografou homens sem moradia em Londres, relata a Songfacts. A partir dessas imagens, Anderson criou um personagem fictício para representar essa realidade. Ele descreveu Aqualung como "uma música carregada de culpa e confusão sobre como lidamos com mendigos, com os desabrigados". Segundo ele, a letra expressa sentimentos como desconforto, culpa e a tendência das pessoas a ignorarem aqueles que vivem nas ruas.

Além da crítica social, a música também faz uma reflexão sobre a alienação causada pelo estilo de vida moderno. Anderson comentou que, ao longo do tempo, as pessoas aprenderam a ignorar os sem-teto, como se eles não existissem. "Você vê alguém claramente precisando de ajuda, seja algumas moedas ou todo o dinheiro da sua carteira, mas simplesmente finge que não viu. Quanto mais você se afunda nesse mundo movido pelos negócios e pelo consumo, mais você se torna indiferente."
Jennie não apenas forneceu as fotografias, mas também contribuiu com alguns versos para a música. Isso lhe garantiu um crédito de composição e metade dos royalties da canção. Apesar do divórcio entre os dois em 1974, seu impacto na criação de Aqualung permanece intacto. Décadas depois, Ian Anderson reforça que a música continua relevante: "Nos anos 1950 e 1960, chamávamos essas pessoas de andarilhos, mas eram inofensivas. Hoje, muitos estão nas ruas por problemas com drogas ou exploração sexual, o que torna tudo ainda mais preocupante. Tudo isso faz de 'Aqualung' uma música tão atual quanto sempre foi."

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