Jim Morrison declarou a morte do rock em 1969, e previu o surgimento do punk
Por André Garcia
Postado em 28 de abril de 2025
Considerado por muitos como o primeiro rockstar, Jim Morrison ganhou asas com o The Doors. Com a proposta de fazer uso das drogas para abrir as portas da percepção, quanto mais ficava doidão, mais idolatrado Jim era.
As drogas faziam com que ele voasse, o problema é que, como um Ícaro roqueiro, ele chegou perto demais do sol e suas asas derreteram.
Doors - Mais Novidades
Dessa forma, em 1969 ele já estava irreconhecível: do belo e esbelto galã, virou um alcoólatra deprimido, gordo e barbudo. Em entrevista daquele ano para a Rolling Stone, Morrison foi lúcido ao declarar que o rock (como ele conheceu) estava morto, e que a nova geração surgiria com um novo rock que mudaria tudo (o que veio a ser o punk):
"É como o que estávamos falando anteriormente sobre o movimento de volta às raízes. O flash inicial acabou. O que era chamado de rock entrou em decadência [na virada dos anos 50 para a década seguinte]. Aí então houve um renascimento do rock provocado pelos ingleses, mas passou muito longe. Era articulado. Depois se tornou autoconsciente — o que para mim é a morte de qualquer movimento. Ficou autoconsciente, estagnado e meio incestuoso. A energia se foi. Não há mais uma crença."
"Creio que para qualquer geração se afirmar como uma entidade humana consciente, ela precisa romper com o passado. Então, obviamente, a garotada que está chegando não vai se identificar muito com o que sentimos. Elas criarão seu próprio som. Coisas como guerras e ciclos monetários também estão envolvidas."
"O rock n roll provavelmente poderia ser explicado pelas [guerras, porque ele surgiu] foi depois do fim da Guerra da Coreia. Houve um expurgo psíquico. Parecia haver uma necessidade de uma explosão, como uma erupção. Então, talvez depois que a Guerra do Vietnã acabar (o que deve levar alguns anos ainda) […] haverá novamente a necessidade de uma força vital para se expressar, para se afirmar."
Seguindo as proféticas palavras de Jim Morrison em 1969, a Guerra do Vietnã chegou ao fim em 1975, e logo depois surgiu o movimento punk. Em 1976 os Ramones lançaram seu álbum de estreia nos Estados Unidos, e na Inglaterra os Sex Pistols lançaram o deles no ano seguinte.
O punk foi uma ruptura com tudo que remetesse à geração anterior: como os ideais utópicos de paz e amor, o rock progressivo e a cultura hippie em geral.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Baterista quebra silêncio e explica o que houve com Ready To Be Hated, de Luis Mariutti
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
O "Big 4" do rock e do heavy metal em 2025, segundo a Loudwire
O primeiro supergrupo de rock da história, segundo jornalista Sérgio Martins
O lendário guitarrista que é o "Beethoven do rock", segundo Paul Stanley do Kiss
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Para criticar Ace Frehley, Gene Simmons mente que ninguém morre devido a quedas
O clássico do Anthrax que influenciou "Schizophrenia", do Sepultura
O álbum que é uma obra-prima tanto para Jimi Hendrix quanto para Kate Bush
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
Como foi lidar com viúvas de Ritchie Blackmore no Deep Purple, segundo Steve Morse
Iron Maiden vem ao Brasil em outubro de 2026, diz jornalista
Dio elege a melhor música de sua banda preferida; "tive que sair da estrada"
Os onze maiores álbums conceituais de prog rock da história, conforme a Loudwire
Bloodbath anuncia primeira vinda ao Brasil em 2026


A banda que gravou mais de 30 discos inspirada em uma única música do The Doors
A marcante música dos Doors que começou folk, ganhou sotaque latino e virou criação coletiva
O Jim Morrison que Roger McGuinn viu de perto, longe do mito do "Rei Lagarto"
"Estúpidos de doer"; a adorada banda que, para Lou Reed, concentrava tudo que ele odiava
Os dez piores frontman da história do Rock, de acordo com a Far Out
Bandas que duraram pouco tempo, mas ficaram marcadas para sempre


