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A desconhecida banda de rock com filho de Gilberto Gil que poderia ter sido fenômeno

Por Gustavo Maiato
Postado em 28 de abril de 2025

Nascida no auge do rock nacional dos anos 1980, a Egotrip parecia ter todos os elementos para se tornar um fenômeno: músicos talentosos, inovação sonora, apoio da indústria fonográfica e uma rápida ascensão popular. No entanto, a morte precoce de Pedro Gil, baterista e filho de Gilberto Gil, interrompeu brutalmente a trajetória da banda que misturava rock, funk e música eletrônica de forma pioneira. A história foi resgatada em detalhes pelo canal de YouTube do jornalista Julio Ettore.

Foto: LP 1987 - Epic
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"A Egotrip foi uma banda pensada e planejada, algo raro naqueles anos", relata Ettore. Com músicos experientes vindos da cena da MPB, o grupo foi montado com o objetivo de fazer algo novo e consistente em um mercado que começava a se desgastar.

A formação da banda Egotrip

Tudo começou no Rio de Janeiro, em meados dos anos 1980, quando Artur Maia, baixista reconhecido por misturar jazz, funk, samba e reggae, decidiu fundar um grupo ao lado do saxofonista Zé Rubens. Ambos já haviam tocado com nomes de peso como Jorge Ben Jor, Lulu Santos e Djavan.

Insatisfeitos com o rock nacional que julgavam "muito copiado dos gringos", eles decidiram reunir "os melhores músicos" que conheciam. Assim chegaram ao guitarrista Nando Chagas, que havia estudado música em Boston e tocado com Milton Nascimento; ao também guitarrista Francisco Frias, o Bolinha, formado em violão clássico e com experiência em tecnologia musical; e ao jovem Pedro Gadelha Gil Moreira, de apenas 17 anos, nascido em Londres durante o exílio do pai, Gilberto Gil. "Era uma seleção de craques", diz Ettore. "Todos eles já tinham carreira estabelecida como acompanhantes dos maiores nomes da música brasileira."

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O plano da banda foi claro: alugaram uma casa em Santa Teresa, entre o Centro e a Zona Sul do Rio, e passaram mais de um ano ensaiando e compondo. Durante o período, sustentavam-se fazendo freelas com outros artistas. O esforço deu resultado: conseguiram contrato com a gravadora CBS, que apostava alto no novo projeto.

"O pessoal da gravadora foi muito generoso", relembra Ettore. "Cederam um estúdio inteiro para eles no prédio da Avenida Rio Branco. Um luxo que quase nenhuma banda iniciante teve."

Como era o som da Egotrip

Com liberdade total, a Egotrip investiu em algo inédito: misturar pop rock, funk, reggae e baladas com forte presença de elementos eletrônicos. Levavam computadores para o palco, o que exigia precisão absoluta na execução.

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"Era necessário tocar com clique, ou seja, com batidas de metrônomo nos fones para manter tudo sincronizado", explica Ettore. "E isso podia dar muito problema técnico: fio queimada, retorno falhando, fone quebrado. Mas eles encararam."

Segundo Julio Ettore, apenas os Titãs em 1987 chegariam perto de fazer algo semelhante no Brasil. O disco de estreia foi produzido por Luiz Carlos Maluly, famoso por lançar o RPM, e trazia faixas como a balada Kamikaze Anela e o funk-rap Sentido, com letra assinada por Caetano Veloso, padrinho de Pedro Gil.

A capa do álbum, lançada em setembro de 1987, também era inusitada: um desenho de um homem sobre um leão atacando outro homem, grafitado em um muro do Rio pelo designer Ricardo Leite.

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O estouro de "Viagem ao Fundo do Ego"

Inicialmente, a música escolhida para promoção foi A Lei Sou Eu, uma crítica social à pobreza e exclusão durante a hiperinflação do governo Sarney. Porém, como a letra mencionava drogas, a CBS mudou a estratégia e lançou Viagem ao Fundo do Ego como single. "Foi a decisão certa", avalia Ettore.

A faixa, pop e acessível, ganhou espaço nas rádios e foi incluída na trilha sonora da novela Mandala, da Globo, como tema do personagem Édipo. Com isso, a Egotrip estourou nacionalmente. Mesmo sem terem feito seu primeiro show, já eram reconhecidos. A estreia ao vivo aconteceu no Canecão, em dezembro de 1987. "Desembarcaram no aeroporto de Congonhas e tinha fã esperando", conta Ettore. "Foi aí que eles entenderam que tinham virado uma banda de sucesso."

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Os problemas da banda Egotrip

Nos anos seguintes, a Egotrip viajou pelo Brasil, tocou em ginásios lotados e dividiu palco em eventos com nomes consagrados. A crítica os elogiava pela competência musical e pela inovação. A CBS via neles "o novo RPM", enquanto a geração do rock dos anos 80 já mostrava sinais de cansaço.

Contudo, nem tudo eram flores. Segundo Julio Ettore, desentendimentos começaram a surgir. "O plano era que Nando, Artur e Pedro seguissem com o projeto, dispensando os outros dois integrantes e montando uma nova formação para o segundo disco."

A morte de Pedro Gil e o fim da Egotrip

Na madrugada de 25 de janeiro de 1990, Pedro Gil voltava de São Paulo para o Rio de Janeiro quando perdeu o controle de seu carro, uma Parati, na perigosa curva do Calombo, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

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Ele bateu em uma árvore e capotou várias vezes. Foi levado ao Hospital Miguel Coutto com trauma grave no crânio, mas a transferência para a Beneficência Portuguesa só ocorreu horas depois, com ajuda da mãe e da cantora Baby Consuelo. Mesmo com a esperança inicial de recuperação, Pedro não resistiu. Faleceu em 2 de fevereiro de 1990, às 3h30 da madrugada.

"Nos interstícios da tristeza, a gente tem aquele sentimento de quem passou breve, mas intensa e magnificamente pela vida. Assim foi Pedro", disse Gilberto Gil em despedida ao filho.

A apresentação de Gil no festival Hollywood Rock foi cancelada, e Margareth Menezes assumiu a programação. A morte de Pedro foi o golpe final para a Egotrip. Abalada emocionalmente e já com tensões internas, a banda optou por encerrar suas atividades. O contrato com a CBS, que previa três álbuns, foi rescindido amigavelmente.

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Após o fim da banda, cada integrante seguiu seu caminho. Artur Maia chegou a ocupar o cargo de secretário de Cultura em Niterói. Nos anos 2010, começaram articulações para uma reunião da Egotrip, impulsionadas pela pressão dos fãs.

No entanto, o destino voltou a intervir. Artur Maia morreu de parada cardíaca em 2018. No ano seguinte, Francisco Frias, o Bolinha, também faleceu. "A reunião nunca aconteceu", lamenta Ettore. "Uma pena, porque essa banda poderia ter ido muito longe."

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Sobre Gustavo Maiato

Jornalista, fotógrafo de shows, youtuber e escritor. Ama todos os subgêneros do rock e do heavy metal na mesma medida que ama escrever sobre isso.
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