A histórica turnê do Pink Floyd em que David Gilmour achou "entediante" tocar
Por André Garcia
Postado em 15 de abril de 2025
Desde que ganhou destaque na cena underground de Londres em 1966, o Pink Floyd já tinha como proposta misturar rock psicodélico com sessões de improviso e show de luzes e outras produções de palco mais.
Aquilo acabou consolidando a direção seguida pela banda em praticamente todas as suas turnês seguintes. Essa tendência culminou na ópera rock "The Wall" (1979), cuja turnê encenava o álbum na íntegra com a construção de um muro gigante entre o palco e o público. Um meio termo entre um show de rock e uma peça de teatro, que foi um dos mais ambiciosos e caros espetáculos musicais de todos os tempos.


Para muitos, o The Wall marcou o auge criativo do Pink Floyd (por mais que internamente a banda já estivesse irreversivelmente desgastada com o autoritário e intransigente Roger Waters).
Conforme publicado pela Far Out Magazine, em entrevista para Charlie Kendall David Gilmour relembrou aquela turnê como "entediante" pela falta de liberdade imposta meticulosidade da produção:
"Há problemas em fazer um show desse tipo. Por exemplo, você tem que dizer a si mesmo 'Estamos fazendo teatro aqui', e o teatro vem em primeiro lugar. Depois de ter feito isso 20 ou 30 vezes, tocar as músicas pode ficar meio entediante, porque não tem espaço para flexibilidade. Tudo é cronometrado, as gravações têm que ser rodadas, tudo tem que ter uma precisão, como uma produção teatral."

Projeto mais ambicioso do Pink Floyd, "The Wall" foi um álbum duplo (o mais vendido de todos os tempos), uma turnê e também um filme.
Desde a saída de Roger Waters da banda, ela nunca mais apresentou o The Wall na íntegra ao vivo; mas sem a banda, em carreira solo ele tornou a apresentar o The Wall em 1990 em Berlin e entre 2010 e 2013 numa turnê mundial que inclusive passou pelo Brasil.

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