O artista pop que se passou por roadie de Jimi Hendrix para entrar de graça em seu show
Por Bruce William
Postado em 03 de junho de 2025
Billy Joel pode não ser um nome tão presente no imaginário coletivo brasileiro, mas nos Estados Unidos ele é tratado como instituição. Seu nome está ligado a baladas como "Just the Way You Are" e "Honesty", mas também a faixas mais agitadas como "It's Still Rock and Roll to Me" e "You May Be Right". E, acima de tudo, ele é conhecido como o artista que mais vezes se apresentou no Madison Square Garden, casa que ele ajudou a transformar em território próprio. Mas nem sempre foi assim, e no fim dos anos 1960, ele fazia de tudo para ver seus ídolos de perto.
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Em entrevista ao Sydney Morning Herald, Billy contou que, certa vez, conseguiu assistir a um show de Jimi Hendrix sem pagar ingresso. O método? Simples: se passou por roadie. Ele colocou um boné, enrolou um cabo elétrico no ombro e tentou improvisar um sotaque britânico. "Tenho que levar esses cabos pro Jimi, ele tá esperando', eu disse, tentando enganar os seguranças", lembrou, ao descrever a tática que usou, aos 19 anos de idade, para conferir o concerto de Jimi no Flushing Meadows Tennis Stadium em agosto de 1968.
A estratégia deu certo. Joel foi entrando cada vez mais no local até ser notado por ninguém menos que Keith Robertson, o verdadeiro roadie de Hendrix. Em vez de denunciá-lo, Robertson entrou na brincadeira e resolveu colocá-lo para trabalhar: "Você é bom nisso. Agora vou te botar pra carregar os Marshalls dele", disse. Joel passou o show inteiro na beira do palco, assistindo Hendrix tocar e olhando seus amigos na plateia, incrédulos. "Eles não acreditavam, e eu também não."
Não foi um caso isolado. Billy admitiu que usou a mesma estratégia outras vezes para entrar em shows. Não por dinheiro, mas por devoção à música. Hendrix, em especial, ficou marcado para sempre. Décadas depois, o impacto daquele som ainda apareceria em sua própria obra, mesmo que de forma indireta e, para muitos, imperceptível.
Naquela época, Billy ainda estava distante de qualquer sucesso. Antes de se tornar um artista solo, ele integrou um projeto chamado Attila, uma dupla formada com o baterista Jon Small. Lançado em 1970, o único álbum da banda misturava órgão distorcido com bateria pesada, em uma tentativa curiosa (e pouco lembrada) de unir rock psicodélico com algo próximo ao heavy metal. O próprio Billy, anos depois, descreveu o disco como "o pior álbum de todos os tempos?" (Nota do autor: não concordo, mas quem sou eu pra discordar do próprio Billy Joel?)
E segundo Liberty DeVitto, ex-baterista da banda de Billy, uma faixa do "Axis: Bold as Love" acabou influenciando um dos maiores sucessos do cantor: "Only the Good Die Young". A música, lançada em 1977 no álbum "The Stranger" (youtube), passou por várias mudanças de arranjo até que DeVitto propôs usar a levada de "Up from the Skies", do Jimi Hendrix Experience, afirmou em matéria publicada na Ultimate Guitar.
O produtor Phil Ramone aprovou, e o resultado foi um shuffle swingado que deu nova vida à canção. DeVitto usou vassourinhas na gravação original, mas explicou que ao vivo precisou trocar por baquetas porque o som era baixo demais. "Essa levada é toda baseada no jeito que o Mitch Mitchell toca na música do Hendrix", explicou.
Mesmo tendo se firmado como um artista de apelo mais pop, Billy Joel nunca deixou de carregar influências do rock e da psicodelia. Seja fingindo ser roadie pra ver o show do ídolo ou incorporando ideias rítmicas em estúdio, Hendrix sempre esteve por perto, mesmo quando ninguém percebia.
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